quarta-feira, 23 de março de 2016

Cirandando...

Vamos esquecer um pouco as tristezas?
Vamos deixar as notícias ruins de lado, e vamos curtir a vida?
        Cirandando...Cirandando...Cirandando

           Foi na Chácara dos Prando, hoje sexta-feira.
Foi uma tarde maravilhosa. Com sanfoneiros e cantadores chegando para animar mais a festa.
Hoje contamos com mais um casal, o seu Antonio Travassos e sua esposa Lúcia. E apareceu também uma amiga da Dora, que veio de Mato Grosso, perto de Cuiabá. Ficou encantada com a Ciranda.
Durante a tarde, servimos lanches e trocamos figurinhas com os amigos. E ficamos sabendo do falecimento do senhor Lupércio Salvá, que participou um tempo da Ciranda. E do Amaral, que trabalhava no Setor de Merenda da Prefeitura. Lamentamos essas passagens.
Mas o momento era para curtir a vida
E cantamos e tiramos muitas fotografias, registrando momentos felizes. Seu Orlandinho declamou, seu Travassos e esposa entraram na roda e cantaram com os demais cirandeiros.
O calor era forte e a tarde passou depressa.
Foi muito bom porque esquecemos por umas horas a situação política complicada do Brasil.
E proporcionamos umas horas agradáveis a todos que lá compareceram.
Em abril tem mais!



Mirandópolis, março de 2016.
kimie oku in


quinta-feira, 17 de março de 2016

           Basta!

O Lula como Presidente conquistou milhões de brasileiros. Gente esquecida, que estava em extrema pobreza. E acho justo que tenham gratidão por tê-los salvo. Entretanto, a situação do Brasil era estável, o Real era forte e era possível realizar obras sociais mais abrangentes... As Instituições e as Estatais estavam caminhando bem. A credibilidade do Brasil diante de outras Nações estava em alta.
Lula era quase um Salvador da Pátria. Quase...
Mas...
A megalomania o perdeu.
Apaixonou-se pelo poder e não quis mais sair da Presidência.
Para isso colocou um fantoche, a laranja Dilma, que é incapaz de concatenar nem uma ideia sequer. Não é capaz de pensar sozinha e muito menos falar. Tá aí a máxima tacada de Lula. Ele pensa por ela, ela só tem que abanar o rabinho e segui-lo como um cachorrinho bem treinado. Ela não precisa pensar, porque pensar dói.
Dirão os seus seguidores que estou exagerando?
Então, por que ela não enxerga a realidade? Não percebe a insatisfação de toda a Nação? Não viu a manifestação?
Por que ela não tenta pelo menos uma vez, dar o seu grito em favor do povo? Por que aceita os conchavos, as propostas indecentes do seu manda chuva? Por que fecha os olhos para toda a roubalheira, que envergonhou a todos os brasileiros? Não sabe que no ato final, ele vai jogar toda a culpa na discípula obediente? Ele nunca assumirá nada.
Pois ele só sabe fazer bem uma coisa, que é trair e entregar os cumpañeros das empreitadas realizadas contra o Brasil.
Tenho amigos que dariam a vida por essa mulher, tal o sentimento de veneração que nutriam por ela. Hoje, as pessoas estão mudando. Decepcionadas ao extremo, porque a máscara dela caiu. Ninguém gosta de quem protege um ladrão.
Agora sua máscara caiu de vez.
Convidando o maior bandido de lesa pátria da História para ser Ministro. Aliás, a ideia não deve ter sido dela. Pois ela seria incapaz de pensar numa salvação dessas para o seu mentor.
São estratégias sussurradas nos cantinhos obscuros dos Gabinetes, pois agora temem os celulares que gravam... Por assessores próximos, como abutres atrás de carniça.
 A boa imagem que o mundo tinha do Brasil com a estabilidade do Real parece uma ilusão. Hoje, tudo está quebrado porque a quadrilha teve a audácia de saquear o país.
É muito triste o que estão fazendo com a nossa Pátria.
Roubada, esculhambada, vilipendiada e mal falada no mundo inteiro. E nós seus filhos, que a amamos e nos orgulhamos dela, sofrendo essa vergonha e humilhação todos os dias.
Será que não surgirá ninguém para por um BASTA! em tudo isso?

Mirandópolis, 16 de março de 2016.
kimie oku in




terça-feira, 15 de março de 2016

A  obra
Há mais ou menos dois meses está acontecendo um fato ao lado da minha casa.
É a construção de um sobrado, bem ali na esquina.
Antes havia no local uma antiga casa bem sólida de grossos tijolos, e ocupava todo o espaço do terreno. Quem a construíra fora o seu Idanir Momesso, pai do nosso atual alcaide. Depois pertenceu ao senhor Dorley Fioravante. E agora, o atual proprietário demoliu a velha construção e está levantando um novo prédio.
Não quero ser implicante mas uma demolição não é fácil  para os vizinhos superar. Por maior respeito e consideração que tenha pelo demolidor, a poeira que tomou conta do meu pedaço foi de matar. Nos sufocou o tempo todo e o pó encheu a minha casa, minhas varandas, minhas flores, meu jardim... E tínhamos de ficar com toda a casa fechada para diminuir a invasão do pó. E fazia um calor de 40 graus! Ninguém merece! Tive mil ganas de pedir para parar o suplício. E aguentamos sofrendo muito. Não foi nada fácil.
O que constatei de bom na demolição é que irão reaproveitar os tijolos, que foram retirados com cuidado, porque não se fazem mais tijolos daquele calibre.
Bom, e aí veio uma máquina para perfurar o terreno para as estruturas que aguentarão o peso das paredes. Cada vez que socavam o chão, parecia que a minha casa vinha abaixo, as janelas tremiam como se houvesse um terremoto... E nós, pobres mortais tremendo de medo junto. Cada minuto um susto de balançar a alma!
        Daí então, abriram o chão da rua, cortando o asfalto não sei bem pra quê, mas o barulho foi ensurdecedor. Tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii............ Tiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.................
Um dia inteiro desse som infernal, que entrou em nossas cabeças e nem deixava pensar.... Terrível, terrível, terrível, mesmo sendo um dia só.  Foi de enlouquecer.
E quando o caminhão com a betoneira se instalou à frente de minha casa por falta de espaço, não foi fácil não! O barulho da máquina misturando a massa para concretar foi insuportável. Foi enlouquecedor! Acho que perdemos um bocado de audição a partir daquele dia...
     E veio o batalhão para levantar as paredes. E era um grupo grande de uma dúzia de trabalhadores, que se acamparam na minha calçada, porque era a única sombra disponível, Gentes, bicicletas, mochilas, marmitas e moringas térmicas de água... Entupiram meu passeio. Isso não nos incomodou, porque eram uns trabalhadores educados, que estavam pelejando por suas vidas. A minha calçada se transformou em seu refeitório e local da sesta. Fazer o quê?
   Eram trabalhadores de serviço duro e pesado e só por isso mereceram o meu respeito. Não costumo implicar com trabalhadores. E ceder a calçada sombreada era o mínimo que poderia lhes oferecer...
A rua ficou e continua atravancada de areia, pedras e blocos. Os caminhões aparecem volta e meia trazendo mais terra, mais pedra, mais blocos, ferros...  Até à esquina não dispomos de passeio para transitar a pé. Os pedestres têm que andar no limitado leito da rua, pisando em pedras e areia. E o tráfego de carros no pedaço ficou lento e arriscado. Mesmo assim, tem motoristas que estacionam seus carros do outro lado da rua, afunilando mais e mais o espaço livre. Gente sem visão, e sem massa cinzenta. Que poderão provocar acidentes evitáveis...
Agora já levantaram boa parte das paredes e estão preparando a laje, porque será um sobrado. Notei que os moços trabalham bem, com capricho e aproveitando a argamassa na medida certa. Mas não deve ser fácil transportar toda aquela massa pesada nas carriolas pra lá, pra cá, pra lá, pra cá... horas seguidas. Mas, os moços são fortes e a obra não para.
Agora, parece que o pior já passou para nós, os vizinhos.A obra ainda vai continuar por todo esse ano de 2016. Esperamos que a poeira e o barulho ensurdecedor das máquinas não voltem mais. Esperamos, mas quem garante?
      Sei que ainda outras fases irão ocorrer. Agora estão preparando a laje. Depois, fazer a parte superior, a cobertura, o telhado, cobrir as paredes, o piso, as instalações elétricas e sanitárias... E por fim a pintura...
        Acredito que um pouco de pó ficou em nossos pulmões, e ficamos um pouco moucos pelos barulhos que nos afetaram. Perdas irreparáveis. Quem irá nos ressarcir?
        E ainda meses e meses de barulho e confusão nos aguardam.
Será que sobreviveremos?
Merecemos?

Mirandópolis, março de 2016.
kimie oku in
http://cronicasdekimie.blogspot.com.br/


sábado, 5 de março de 2016

         Era uma vez....
   Conversa entre um avô e um neto daqui a uns cem anos:
     “Sabe, meu pequeno, há muitos e muitos anos, a Terra era habitada por umas criaturas verdes que não andavam, mas eram muito amigas dos homens e dos animais. Ocupavam grande parte da superfície desse planeta, e era uma felicidade descansar junto delas, porque nos protegiam do calor do sol, dessa secura da terra.... Possuíam os formatos mais variados, umas eram tão enormes e poderiam abrigar centenas de pessoas sob sua abas. Outras eram finas, compridas e elegantes. A característica principal dessas criaturas era que estavam fixas no solo, e não andavam, não se moviam do lugar e não falavam.  Mesmo assim, eram vivas e cresciam e se multiplicavam sem dificuldade. Até os animais gostavam de ficar junto delas...
     Como se chamavam, avozinho?
     Eram conhecidas como Árvores, netinho.
Ár- vo- res?
     Sim, árvores com que Deus cobriu a superfície da Terra, para esta não se desintegrar. Era uma cobertura de cor verde que existia em todos os lugares, formando florestas fechadas. Funcionavam como protetoras do solo, e exerciam funções como fazer o ciclo d’água, atraindo a chuva para regar a terra, e levando-a de volta ao céu, para formar nuvens. Nuvens eram massas de vapor d’água, que ficavam suspensas no ar à espera de um vento frio, para se transformarem em chuva, que era um rio que caía do céu em forma de longas tiras de água. Essa chuva molhava o solo e renovava a vida em todos os sentidos.
A Terra bebia a chuva, os animais corriam felizes e os camponeses agradeciam a Deus a bênção, porque suas plantações iriam produzir muita comida, para sustentar suas famílias... A chuva escorria pelo chão, enchia os regatos, os rios e os pântanos, que eram as reservas desse líquido precioso, que hoje quase nem temos mais. Havia tantos rios, com tanta fartura que funcionavam como artérias da Terra, e suas águas límpidas irrigavam tudo e saciavam a sede dos seres vivos. Era uma alegria ver crianças como você nadando na água limpa e fresca dos riachos, em dias muito quentes como hoje...
Como essas coisas faziam esse ciclo, vô?
Elas sugavam a água do chão, se alimentavam dos nutrientes e depois, através das folhas respiravam devolvendo um vapor d’água ao ar, que iria formar as nuvens. E ao respirar, as folhas também soltavam um gás chamado oxigênio, que é muito necessário para os seres viventes como nós.
Mas vô, elas só faziam a água subir e descer dos céus?
Não, meu querido.
Elas possuíam mil utilidades. Além das sombras, nos forneciam alimentos como laranjas, maçãs, mangas, bananas, jabuticabas, jacas, ingás, mamões, palmitos, cocos e uma centena de outras frutas, que hoje não existem mais. Quando não ofereciam frutas, elas ficavam floridas e embelezavam o mundo com mil cores, e seus perfumes faziam a loucura dos insetos e passarinhos, que vinham sugar seu mel. Era uma festa maravilhosa para toda a natureza ver essas árvores cobertas de flores... Havia árvores que só produziam frutas que nos alimentavam... Outras ofereciam a beleza das flores e exalavam deliciosos perfumes... Outras ofereciam sementes que serviam de alimentos como cocos, tâmaras e castanhas... De algumas outras, nós aproveitávamos o tronco para usar a madeira para construir nossos abrigos. E quando ficavam velhas e sem serventia, usávamos seus galhos para queimar e nos aquecer nas noites de inverno... Mas, todas elas nos forneciam a sombra que você tanto gosta, meu querido.
Mas, vovô, por que não existem mais? Eu nunca vi uma coisa dessas... Queria ter conhecido para ser amigo dela, comer suas frutas, cheirar seus perfumes e brincar na sombra...
Pois é, meu netinho. Isso é uma longa e triste história da humanidade. É a história da ignorância, da ambição desmedida do homem na Terra.
Quando Deus colocou o homem na terra, ofereceu uma floresta sem fim composta de milhões dessas árvores, onde ele podia se abrigar, se alimentar e viver em harmonia com outros seres... Era um lugar perfeito, era o Paraíso...
     No começo, o homem usou as ramagens para fazer um abrigo, e conviveu mais ou menos em paz com outros bichos... Bebendo a água limpa dos riachos, comendo as frutas saborosas que as árvores ofereciam. Aos poucos, porém foi aperfeiçoando suas artes e, ao mesmo tempo que criava suas ferramentas de trabalho, foi destruindo as árvores que existiam ao seu redor. Começou a derrubar as matas, para construir uma porção de casas... Que se transformaram em cidades... Até então, poderiam viver bem e em paz... Usufruindo do paraíso criado por Deus.
Mas, alguém inventou uma coisa chamada Moeda. Moeda ou dinheiro, ou money, ou dindin...
Que servia de troca das coisas, que sobravam em algumas casas e faltavam em outras...
Inicialmente as trocas eram de moedas por comida. A comida necessária passou a ser comprada de quem a possuía em excesso. Trocava-se por moedas, que poderiam ser trocadas por outras coisas.
A Moeda enlouqueceu o homem. De repente, ele ficou ganancioso, querendo mais e mais moedas, para poder comprar mais coisas e mandar no pedaço...
Foi assim que o homem descobriu a força do poder sobre outros homens. E infelizmente gostou muito disso.
Então, veio a saga de alguém que manda e outros que obedecem. E veio a servidão, o domínio de uns sobre outros, veio a tristeza da escravidão... O homem poderoso passou a dominar os que não tinham moedas, submetendo-os a serviços degradantes por um prato de comida... E nessa esteira de ambição e poder, o homem foi derrubando florestas inteiras de árvores milenares para vender a madeira, que trocava por moedas e mais moedas. E não replantava para renovar essas matas... E em poucos anos, florestas inteiras foram devastadas, restando uma árvore aqui e outra ali. Mesmo estas foram destruídas, porque atrapalhavam as máquinas, que usavam para colher os talos de cana para produzir combustível... E a superfície da Terra ficou pelada dessa cobertura verde. E todos os rios foram secando...
A ganância humana criou um sistema de explorar tudo a sua volta, para transformar em moedas. Quem tinha mais moedas era o manda chuva do lugar...
Eu me lembro meu querido netinho que, havia umas árvores chamadas ipês, que mesmo sozinhas no meio da pastagem verde, se cobriam de flores amarelas, e era uma felicidade vê-las...
Muita gente tomou consciência da destruição e procurou defender essas amigas... Mas, o poder do dinheiro foi forte demais e a batalha foi perdida.
Sabe meu querido, se tivéssemos uma só árvore aqui no quintal, eu faria um brinquedo para você que o deixaria muito feliz.
Que brinquedo seria, vovozinho?
Amarraria uma corda num dos braços da árvore, e faria um balanço para você. E o colocaria sentado ali e balançaria pra lá, pra cá, pra lá, pra cá...
Como era mesmo o nome dessa amiga, vô?"



Mirandópolis, fevereiro de 2016.
kimie oku in