Ebe Aurora
Este nome de uma professora que conheci, fez parte de muita gente daqui.
Era uma escola com centenas de alunos da
periferia.
Filhos de trabalhadores rurais, de empregados
do Comércio, funcionários da Prefeitura.
A maioria era bem carente e todos lutavam
para sobreviver.
Mas a Escola fez uma grande diferença.
O Diretor senhor Aristides Florindo era
enérgico mas bondoso. Acolhia a todos
com muito respeito.
O corpo docente foi de uma qualidade ímpar.
Professores como Gabriel Tarcizzo Carbello,
Vilma Moura, Hamilton Rodrigues, Mary Aurea Rodrigues, Nelsia Fava, Santo
Crevelaro Neto, Leonor Filipini Rezeke,
Neide Bini Doria, Iná Junqueira Franco, Fumiko Kawamoto, Eloisa Miranda, Odete Fava, Nelson Noda, Augusto Monma, Joaquim
Ortega Chiquito, Adele Assad, Luís Lopes Gomes, Erna Sailer, Yoshimi Miyamoto,
Dimar Martin Menegazzi, Maria Aparecida
Ortega Sanches. Flora Forte, Silvia Bonadio Camacho, Mafalda Alves Veronez,
Ercilia Seles, Marli Terezinha D'aquila
Olian e tantos outros que esqueci...
Cada um desses abnegados
mestres deu a alma para elevar o nível
de conhecimento de crianças e jovens que lá estudaram, e hoje atuam na cidade como
honrados cidadãos trabalhadores.
Além
do seu Aristides, a Escola contou com a valiosa ajuda do Professor
Yussuf Hsain Alaby, que sabia como ninguém
orientar professores e alunos.
Com a conjunção de esforços da Direção, do corpo docente e de
funcionários como Arminda
Assunção da Costa, Isabel de Lima Correa e outros, a Escola conquistou
um lugar de respeito na sociedade.
Era uma Escola pobre, simples, sem maiores
problemas. E durante décadas encaminhou jovens que se tornaram comerciários, funcionários públicos, professores e outras funções indispensáveis à
sociedade.
A Escola cumpriu o seu papel. E centenas e
centenas de cidadãos mirandopolenses são
participantes ativos da sociedade por terem lá estudado.
Infelizmente, esta história não termina bem.
Não sei quem deu a ordem para desmontar a
escola.
Está totalmente descoberta e aos poucos
acabará em ruinas.
É muito triste constatar que os mandatários não valorizem o que realmente importa.
Pelo andar dessa carruagem, acredito que os
bons costumes, os valores reais, a educação e a cultura acabarão se dissolvendo
na mesma velocidade da destruição de
escolas.
E para que ninguém esqueça que um dia
houve uma escola, que cumpriu seu papel
de encaminhar bem todos os que lá
passaram, fiz esse requiem para a
posteridade.
Ebe Aurora, escola onde atuei e fui feliz.
Mirandópolis, 08 de junho de 2024.
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