quarta-feira, 27 de junho de 2018


           O Círculo Matarese
      
       A grave delação do Antonio Palocci me trouxe uma lembrança.
Eu me lembrei de um livro que li nos anos 80, “O Círculo Matarese” do americano Robert Ludlum, publicado em 1997. De contra espionagem.
A época era de guerra fria, em que americanos e russos trocavam ameaças de bombas, tal a tensão que reinava entre o Ocidente e o Oriente pela disputa do poder no mundo.
A trama do livro era sobre uma organização criminosa que se valia de governantes de vários países, para estabelecer o caos no planeta. Para atingir tal fim, se servia de empresas multinacionais para desestabilizar governos poderosos. E suas teias já estavam enredadas até na CIA, no KGB e M16.
O objetivo maior era destruir os Estados Unidos e a Rússia. E a organização agia no escuro, na surdina, era uma teia invisível.
Mas, a tragédia não aconteceu porque dois inimigos mortais se uniram para deter a grande ameaça. Dois indivíduos que se odiavam porque haviam matado reciprocamente familiares um do outro... E é somente esses dois que teriam o poder de evitar o caos... O mundo foi salvo por eles.
Na época, o livro fez muito sucesso, porque ainda reinava o clima de guerra fria, e se dizia que a Rússia era protegida por uma cortina de ferro...                     Por que me lembrei do Círculo Matarese?
Com a delação tão grave de destruição do nosso país, cheguei à conclusão que esse Círculo de Morte se estabelecera no Brasil há duas décadas. Os governantes se apossaram das Estatais, que eram o nosso orgulho como país independente, e leiloaram seus ativos entre si. E nessa esteira quebraram a Petrobrás, o BNDES e outras empresas poderosas. Para “socorrer” governos de Cuba, de Venezuela, e outros mais. Tudo era disfarce para o roubo, para estabelecer o caos, como no livro de Ludlum.
Foi assim.
E hoje o Brasil está quebrado.
O povo orgulhoso e cheio de brio não desiste. Continua pelejando todos os dias em busca de uma vida melhor, por escolas de qualidade, por hospitais dignos e confiáveis, por segurança em seu cotidiano.
Mas, tudo está destroçado. Nas escola, nada mudou. Nunca há recursos para atender as necessidades dos educandos e dos educadores. Até a merenda escolar está sendo roubada!
Nos hospitais, doentes morrem sem ser atendidos, por falta de profissionais, de medicamentos, de aparelhagem que funcione...
A segurança pública está tão devassada que os cidadãos honrados moram em casas que mais parecem presídios, cercados por barreiras contra assaltantes e ladrões... Caixas eletrônicos que pareciam tão seguros são detonados todos os dias e cidadãos ficam a ver navios...
A destruição do país está galopante. O caos está nos hospitais, nas escolas, nas estradas esburacadas, nas Prefeituras que trabalham em câmara lenta, fingindo que estão trabalhando...
O Caos.
E tudo por quê?
Falta de recursos. Falta de grana, faltas de money, falta de dindin, falta de cacau, falta de euros, falta de dólares, falta de okanê, falta de reais...
Que foram parar nos bancos estrangeiros, em nomes de laranjas palestinos, chineses e que tais, por conta dessa organização criminosa que há vinte anos vem solapando os tesouros do nosso país.
 Quem fez isso? Não só o Lula bandido mor, como a Dilma presidente sonsa, o Fernando Henrique tão “correto”, o capitão do mato de Maranhão Sarney e outras centenas de políticos safados, que não resistiram à tentação da vil moeda gratuita. Todos inimigos mortais do povo honrado.
Duvidam?
Leiam a Delação de Antonio Palocii!
Tá tudo lá!
Ele é um bandido? Sim, com certeza! Mas entregou a trama e para isso tem que ter peito. Ex Ministro da Fazenda do governo Lula. Tem que arcar com o ônus de seus ilícitos.
Então, não está na hora de nós os inocentes coxinhas e os inocentes mortadelas esquecer as diferenças, unir forças e combater o inimigo comum?
Como fizeram os heróis do Círculo Matarese!
Derrubemos todos eles em 07 de outubro!
Para só assim recuperar a Ordem e o Progresso!
Mirandópolis, junho de 2018.
kimie oku in




quarta-feira, 20 de junho de 2018


Boys, be ambitious!





Há mais de duzentos anos, o Japão pelejava para melhorar a produção agrícola, a fim de atender às necessidades de sua população que crescia sem parar. Nunca havia comida suficiente.
Para tal fim, o Governo de Saporoo, na província deHokkaido instalou uma Escola Agrícola para formar técnicos, que orientassem melhor os lavradores da região. Ora, Hokkaido é a porção extrema Norte do País, e é uma ilha que sofre temperaturas rigorosíssimas de até 40 graus negativos. E a vida se torna quase impossível.
Mas, a Escola foi instalada e, dentre os Professores foi contratado Dr. Willian Smith Clark, Professor de Botânica e Zoologia, que era um dos Presidentes da Escola Agrícola de Massachusetts, dos Estados Unidos.
Inicialmente foi difícil a comunicação entre o Professor e alunos, mas durante oito meses todos se empenharam e conseguiram chegar a excelentes resultados. Dentre os formandos houve quem desenvolveria técnicas para fertilizar ovas de salmão, multiplicando com sucesso sua produção. Salmão, o peixe de carne vermelha, que atualmente é apreciado no mundo inteiro em forma de sashimi. Outros alunos partiram para a pesquisa do petróleo, que viria a mudar radicalmente a indústria de automotores. Petróleo que viria a revolucionar a história da humanidade.
As novidades introduzidas pelo Professor Clark foram tão importantes para a economia de Hokkaido, que em sua homenagem há várias estátuas suas espalhadas pela Província, demonstrando assim a gratidão do povo japonês. Para nunca mais esquecê-lo, por ter salvo a cultura agrícola, pastoril e pesqueira de Hokkaido.
Os ensinamentos e a postura do Professor foram tão marcantes, que mesmo sem querer mudariam a vida de vários  alunos seus. Alguns, impressionados pela retidão de seu comportamento adotaram a religião cristã que ele seguia, além de abolir hábitos nocivos à saúde como o consumo do álcool. Muitos o elegeram como um exemplo a seguir em suas vidas.
Quando seu tempo se esgotou, o Professor Clark voltou para a América. E essa despedida foi marcada por dois fatos interessantes. Todos os seus alunos montados em cavalos acompanharam-no solenemente até o local da despedida final. Então ao se despedir dos alunos, o Professor proferiu a derradeira frase: “Boys, be ambitious!” ou seja, “Jovens, sejam ambiciosos!
“Boys, be ambitious!”
Não era um chamado para a ganância, para a ambição desmedida de acumular bens materiais. Era um chamado para perseguir um sonho, e realizar algo em benefício da humanidade. Foi assim que os alunos interpretaram essa mensagem. E a frase ficou célebre e conhecida em todo o Japão. E muitas   vidas se transformaram graças a essa pequena frase, conduzindo estudantes para os mais nobres objetivos. Muito se escreveu sobre essa frase, e muita gente saiu da inércia graças a esse chamado, mudando totalmente sua forma de encarar os desafios da vida.
Jovens, sejam ambiciosos!
Infelizmente, hoje muitos jovens estão totalmente perdidos na flor da idade. Nada fazem e só pensam em beber, andar de carros importados, levar vantagem em tudo. Sem falar dos mortos vivos dos becos de fumo...
O que aconteceu com a humanidade?
Por que jovens promissores estão cada vez mais se drogando, como se a anfetamina fosse a substituição de todos os sonhos, de todas as ilusões, de todas as ambições?  Jovens superinteligentes, que se julgam poderosos e invencíveis é que estão se perdendo cada vez mais para as drogas.  Exemplos tristes e lastimáveis foram o Fred Mercury, Raul Seixas, Cazuza e tantos outros... E crianças tão pequenas e inocentes estão sendo levadas para esses caminhos de perdição. Caminho sem volta. A droga atua no cérebro da criatura e lhe rouba toda a força de vontade, transformando-a num robô ávido por mais veneno. E conforme vai se drogando, vai aniquilando sua saúde física, suas forças, seu alento. No final, acaba virando um morto/vivo, um zumbi...
É desolador pensar que, menos de dois séculos da passagem do Professor Clark por Hokkaido, o mundo tenha se transformado assim. E não é só no Brasil. A desgraça de jovens perdidos ocorre no mundo todo, no Japão, na Índia, na China, no Oriente Médio, nos Estados Unidos, na América Latina...
No início dos tempos, a humanidade usou a religião para impor respeito e medo aos jovens. A Religião foi usada até a exaustão de forma errada, com promessas de castigos inenarráveis punindo os transgressores, e premiando os crentes passivos. Mas, o tempo passou, os jovens evoluíram e não viram nada acontecer para os maus, para os que vivem à margem da lei. E muitas vezes assistiram a cidadãos honestos, cumpridores das leis, tementes a Deus sendo punidos com tragédias dolorosas e inexplicáveis. Então, aconteceu uma revolução no modo de pensar da juventude. Cada jovem passou a querer usufruir do bom e do melhor, e levar vantagens em tudo, chegando ao topo da escala social, para ficar inatingível. Aliada à pouca fé, a Religião foi descartada. E  todos se voltaram para a busca de bens materiais, que nunca satisfaz e deixa um vazio na alma.
E foi assim que a juventude se perdeu para sempre. Sem Deus, sem acreditar em nada. Juventude sem esperança...
Entretanto, ainda há esperança no mundo.
A antiga Escola Agrícola hoje é a famosa e mui conceituada Universidade de Hokkaido, que além dos Cursos voltados à Agronomia, Pecuária, Pesca, Meio Ambiente, Veterinária e Zoologia, ainda oferece outros na área de Medicina e Saúde, Arquitetura, Informática e Direito.
        Como vários Centros de estudos e pesquisas que há no mundo atual, a Universidade de Hokkaido se transformou num modelo de encaminhamento de jovens para seus destinos, através da pesquisa, do trabalho prático, da peleja diária em benefício da Humanidade.
E o lema dessa famosa Escola é
“Boys, be ambitious!”
Que essa frase desperte também em vocês jovens, o desejo de  realizar algo em benefício da humanidade. E responder à pergunta: O que você vai deixar quando partir? 
Boys, be ambitious!




Mirandópolis, janeiro de 2016.
kimie oku in


Ps. Texto modificado para uma palestra no Centro Educacional 323 SESI de Mirandópolis.

Em 20 de junho de 2018.


sábado, 16 de junho de 2018


         Tardes de Outono 


        Outono é a época mais agradável do ano nestas terras tropicais.
      É bem verdade que a primavera é apreciada por todos pelo colorido da natureza, pela fragrância no ar e pelos pássaros sempre voejando felizes. Mas a primavera aqui é muito quente e todo mundo reclama do calor e do suor, porque isso deixa as pessoas irritadas.
      Por isso eu gosto do Outono. Das manhãs tranquilas de ar fresco, dos passarinhos que acordam cedinho e começam a pedir comida para os pais... de gente determinada que já de madrugadinha sai para o seu cooper diário. No Outono é raro chover.
      Outono é a meia estação entre o calor e o frio. Temperaturas suaves, sol morno, as plantas crescem devagar já prevendo o frio intenso que se anuncia. É um tempo de espera, de preparação, de férias para a natureza. Tempos duros e tristes virão.
      Mas, o que mais irrita as pessoas no Outono é o volume de folhas secas nas calçadas, que nunca param de cair das árvores. No Outono, as árvores se despem de suas folhas velhas para renovar a vestimenta. Então, o chão fica forrado de folhos secas que rodopiam de lá pra cá, de cá pra lá, ao sabor dos ventos... num bailado sem fim. E haja vassoura para dominá-las. Nos países frios como o Japão, Coréia, Estados Unidos e norte da Europa, ocorre um fenômeno lindo chamado de Koyo pelos japoneses. As folhas das árvores se colorem de amarelo, vermelho e marrom nessa época. Elas ficam totalmente amarelas e vermelhas antes de caírem. Isso ocorre pela falta de iluminação solar, que dá o colorido verde às plantas clorofiladas, fornecendo energia e matéria orgânica.
 Sem a radiação solar, não acontece a fotossíntese e as folhas  perdem a vitalidade, e ficam amareladas e vermelhas e por fim marrons antes de caírem. Mas, florestas inteiras ficam amarelas e vermelhas e é um deslumbre para quem as olha. A impressão é que a mata toda floresceu, mas não há flores. São apenas folhas coloridas.
      Além desse espetáculo da natureza, no Outono, as tardes são mais longas, e sempre há uma brisa fria cortando o ar. Esse clima de quietude é um convite para leituras, para ver filmes, para bordar, para pintar, para fazer música, para organizar gavetas, para replantar flores, para visitar amigos, para tomar um chá...
      As noites são frescas e muito agradáveis. Dormir enrolado em cobertas macias é uma bênção.
Outono é um tempo de paz, de leituras e de reflexão.
Por isso amo o Outono.
 Mesmo porque já estou no Outono da vida.



Mirandópolis, junho de 2018.
kimie oku in

segunda-feira, 4 de junho de 2018


             Senhoras e Senhores,

       Quero agradecer ao Presidente desta Casa por ter concedido esta oportunidade de me manifestar.
 Quando soube que o Milton Lima seria homenageado hoje, não tive dúvidas!  Precisava falar!
Falar do Milton Lima é falar da Ciranda.
O que é Ciranda?
É um grupo de voluntários que realiza reuniões mensais, para proporcionar momentos de lazer a alguns idosos solitários da cidade.
Por que Ciranda? Porque nos damos as mãos para os parceiros da direita e da esquerda numa grande roda, para todos sentirem que há sempre uma mão amiga e ninguém está só. E como crianças felizes, brincamos de roda, cirandando.
Começou em 2010. E de lá pra cá fizemos 83 reuniões. Já passaram por lá mais de cem pessoas, e mais de uma dezena já foi cirandar no céu, porque todos são idosos, acima de setenta anos.
O Milton Lima foi o esteio para a formação dessa Ciranda.
E mesmo tendo ido de mudança com a família para Campo Grande e depois para a Ilha, sempre veio dar o seu apoio e participar de nossos encontros. E nesse contato aprendi muito com ele. E descobri coisas que realmente me emocionaram de verdade.
 Milton Lima esse amigo, merece ser homenageado por ser um exemplo de ser humano. Milton teve uma infância dura, passou necessidades brutais e muita fome... Um dia, com o pai internado no Hospital, sua família foi despejada da Fazenda e não havia mais nada na casa para comer. Então, como um anjo enviado por Deus, uma vizinha pobre como eles ofereceu uma latinha com açúcar branco... E ele me contou que aquele açúcar foi o que levantou o ânimo de sua mãe, que partiu para a luta e venceu todas as dificuldades. E ele jamais esqueceu a doçura daquele açúcar branco... É admirável a tenacidade desse nosso amigo que venceu aquela vida tão triste, e chegou até aqui realizando seus sonhos de trabalhador honrado, de poeta, de cantor, de escritor. E de cirandeiro também.
E por ter esse passado triste, Milton tem a capacidade de sentir a dor do próximo e sempre, sempre estende a mão pra quem precisa.  Aqui nesta Casa estão alguns amigos que foram abençoados com a sua amizade e sua generosidade, que dizem não esquecer jamais. São pessoas que ele levou para dezenas de sessões de quimioterapia, outros que receberam visitas constantes em cubículos onde moravam tão sozinhos... Outros já partiram mas, ele lhes deu banhos quando doentes e, também ao famoso andarilho Lazinho deu refeições, e cuidou para que tivesse assistência médica antes de morrer...
O homem não é uma ilha. Ele é gregário e precisa de outro para dividir as alegrias e as dores de uma vida. Por isso, terminar a vida sozinho é muito triste, ninguém merece. E o Milton se doa todos os dias, dividindo com os familiares e amigos as alegrias de sua aposentadoria, servindo aqui e ali. Por isso merece nosso respeito.
Concluindo, quero dizer que a Ciranda não se realizaria sem a ajuda do amigo Milton. E hoje aqui estão alguns cirandeiros, para agradecer a sua generosidade e atenção nesses sete anos cirandando, Milton Lima.
Que Deus o abençoe e a sua família e que nunca tenham momentos tristes de solidão e abandono.
Nós te amamos, Milton Lima!



Mirandópolis, 02 de junho de 2018.
kimie oku in
http://cronicasdekimie.blogspot.com.br/


Observação: Li este texto na Câmara Municipal de Mirandópolis em 04 de junho de 2018.
         Menção honrosa para Milton Lima. Presentes: Garcia, Dedé, Jovaninho, Antonio Travassos e esposa Vera Lúcia, Pedro Squinca, Lilian, Fátima e tia Rosinha, Jane e Fermina, Mary Magro, Nair Camata, Anna e kimie.










sexta-feira, 1 de junho de 2018


Pseudo Democracia

A Democracia deveria ser corrigida e aprimorada à medida que falhas aparecem.
A nossa já está arcaica, repleta de vícios e deve ser revista.
Uma Democracia (governo do povo pelo povo) só será decente, se proporcionar uma vida digna a seus cidadãos.
E há muito tempo que, estamos sufocados por um grupo de gente nomeada por nós, que nos humilha e vilipendia todos os dias... E estamos travados por nossa fraqueza e omissão.
Falta-nos um único poder!
O poder de excluir do cenário político, todos os eleitos que se enveredarem por caminhos tortuosos. Quem os elegeu deveria ter o direito de retirá-los dos cargos que ocupam.
Tem os Tribunais, é verdade!
Mas são morosos e já não atendem aos anseios sufocantes do povo. Os bandidos condenados escapam através de firulas da Lei, criadas por eles mesmos!
Não precisamos de guilhotinas, de paredon, de valas suspeitas. Precisamos sim! Do direito de derrubar quem nos trai ao chegar aos postos de chefia da Nação.
E seria tão fácil embutir esse item no Código de boa conduta política do país. Mas, como inseri-lo, se os Legisladores são todos corruptos? Se houvesse um grupo honrado lá no Congresso, que pense em aprimorar a nossa Democracia!
Se todos os candidatos estivessem cientes desse poderoso item, sua atuação seria outra!
Em verdade, em verdade nós eleitores entregamos de mão beijada os tesouros do país a eles e ficamos sem as chaves...
E brigamos entre nós pobres eleitores imbecilizados, jogando a culpa uns nos outros...
Somos duzentos milhões de brasileiros oprimidos por uma pseudo Democracia fajuta e humilhante, onde a minoria tem todo o poder e nós nada.
Mirandópolis, junho de 2018.
kimie oku in
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