Liquidação!
Interessante como o comércio funciona!
Todo fim de ano sempre
é a mesma coisa! Ninguém dá desconto, porque comprar é preciso. Porque o Papai
Noel não pode falhar, e não importa o preço astronômico, não dá para deixar a
pessoa querida sem o presente. É Natal! E o 13º chegou, e não tem como fugir da
compra. Como escapar da situação? Parcelando em dez vezes, no cartão...
E assim tanta gente
acaba caindo nessa armadilha.
E o ano acaba. Papai
Noel agora só no fim do ano. Natal já era. E chega janeiro do novo ano. Janeiro
é o mês das contas a pagar! É IPVA. É IPTU. É matrícula na Escola! É material
escolar, bolsas, mochilas, tênis e uniformes novos, porque os velhos estão
apertados... E a viagem de férias???? E as contas do fim de ano???
Janeiro deveria ter
também o 13º ou 14º Salário! Como fazer frente a tantas cobranças? A saída é
cortar todos os supérfluos e comprar só comida. E olhe que precisa ter muita
comida, com os meninos de férias, e trazendo toda a tropa para jogar, para
nadar, ou simplesmente para folgar, porque aulas só daqui a um mês! E como come
essa moçada, parece saco sem fundo!
E aí, justamente
quando ninguém tem mais Money, as lojas entram em liquidação de estoque,
oferecem o saldão de fim de ano, com descontos inacreditáveis... Os tênis de $600,00
estão por $400,00, a camisa de $350,00 por $200,00 e por aí vai... E dá uma
raiva por ter pago $200,00, $150,00 a mais por uma coisa que é igualzinha... Só
por uma diferença de quinze dias!
Mas, a gente aprende!
Já passei por tudo isso! Como agora não
tenho crianças pequenas para presentear, vou adiando minhas compras de Natal
para o mês seguinte. E compro tanta coisa a mais com o valor de um presente só!
Aproveito as liquidações e os saldões em oferta, porque meu dinheirinho não é capim!
Melhor época para
comprar roupas de cama, mesa e banho é agora, quando os preços caem quase pela
metade. E olhe, comprar cobertas no Verão sai bem mais em conta! Assim como
comprar condicionadores de ar no Inverno!
Já passei por
dificuldades mil por não saber administrar meu tiquinho de dinheiro, e vivia
com a conta em vermelho. Mas a gente aprende. E aprende por ensaio e erro. Se
bem que, nessa altura da vida, com sete décadas nas costas prá que guardar
dinheiro?
Tenho uma amiga que
vivia pendurada em contas, porque não resistia às tentações de ofertas
ocasionais de uma certa loja. Vivia mal humorada, apertada com as cobranças...
Um dia, lhe disse: “Pare de passar em frente a tal loja, até liquidar suas
contas!” Assim ela fez, e hoje só volta lá quando precisa de algo com urgência.
E agora aliviada, se vangloria de não ter prestações para pagar. Usou o
cérebro, porque cabeça é para pensar, não é só para enfeitar ou criar piolhos!
Agora, cá entre nós, por que os
comerciantes não fazem um preço camarada já na época das Festas, para todo
mundo ficar feliz? Será que arrasar vendendo caro no final de ano vale a pena?
Mas, então por que as liquidações de janeiro? Estoque demais? Sobras de preços
excessivos? Como conseguem vender pela metade do preço depois de dez, quinze
dias das vendas do ano que morreu? E nesses preços reduzidos ao extremo para
limpar o estoque, quanto há de lucro? Porque ninguém vende sem uma margem de
lucro...
Decididamente, não
entendo nada de comércio, mas fico dando tratos à bola...E tenho visto muitas
lojas encerrando atividades, após anos no comércio. Há um tempo atrás, foi a
loja da Leninha, da Ló, agora vi a loja
de $1,99 na esquina da Praça. É muito triste quando acontece isso. Dá uma
sensação de fracasso, de perda de investimento... Por outro lado, há pontos que
não “pegam”. Parece que estão “benzidos”, porque nesses lugares nada prospera,
nada vai adiante. Diz o ditado popular que, ali está enterrada a caveira de um
burro. Coisas do povo... Se tem caveira enterrada duvido, mas que existem esses
lugares, ah! existem! Já pensou ter que morar num lugar desses?
Quando os filhos eram pequenos, eu tinha contas em várias lojas:
de calçados, de roupas, brinquedos, farmácias, livrarias... Com isso vivia
apertada, e não tinha saída. Todo mês, mais da metade do salário era para pagar
essas contas. Mas, os filhos cresceram e quando a gente ficou mais folgada em
termos financeiros, eles já saíram do ninho e estão em outras paradas. Hoje, procuro pagar minhas compras à vista, para aproveitar os
descontos, e dou cheques para descontar daí um mês. (Dá tempo de conferir se a
mercadoria valeu o preço pago!)
Mesmo assim, observo a luta de pais que
passam apertados com os filhos que imploram os celulares de última geração, que
os coleguinhas possuem e só ele, não. Mas, os coleguinhas têm condições e seus
pais, não.
Quem tem recursos ou dim dim em caixa, aproveita o incrível “Black
Friday” ou Sexta-feira Negra, que os americanos inventaram para fazer uma mega
venda todo ano. Isso ocorre na Sexta-feira após o feriado de Ação de Graças,
que é na 4ª quinta-feira de novembro. Essa promoção também foi adotada no
Brasil e as ofertas são fantásticas, com descontos de até 80% do valor adotado
durante o ano.
Mas, esse Black Friday no Brasil só foi adotado pelas grandes
lojas, e é tímido ainda ao interior, se bem que é possível adquirir as
mercadorias desejadas via Internet. Os preços compensam, então vale a pena
guardar o money e esperar até novembro para realizar um sonho.
Eletrodomésticos, eletrônicos são as sensações desse Black Friday.
Enquanto isso, vamos vendo as lojas paradas, porque janeiro é o
mês de pagar contas. No Money! E contas, e contas e contas...
Comprar só a partir de 10 de fevereiro!
Mirandópolis, janeiro de 2015.
kimie oku in
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