sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

                                Liquidação!

  Interessante como o comércio funciona!
     Todo fim de ano sempre é a mesma coisa! Ninguém dá desconto, porque comprar é preciso. Porque o Papai Noel não pode falhar, e não importa o preço astronômico, não dá para deixar a pessoa querida sem o presente. É Natal! E o 13º chegou, e não tem como fugir da compra. Como escapar da situação? Parcelando em dez vezes, no cartão...
      E assim tanta gente acaba caindo nessa armadilha.
      E o ano acaba. Papai Noel agora só no fim do ano. Natal já era. E chega janeiro do novo ano. Janeiro é o mês das contas a pagar! É IPVA. É IPTU. É matrícula na Escola! É material escolar, bolsas, mochilas, tênis e uniformes novos, porque os velhos estão apertados... E a viagem de férias???? E as contas do fim de ano???
      Janeiro deveria ter também o 13º ou 14º Salário! Como fazer frente a tantas cobranças? A saída é cortar todos os supérfluos e comprar só comida. E olhe que precisa ter muita comida, com os meninos de férias, e trazendo toda a tropa para jogar, para nadar, ou simplesmente para folgar, porque aulas só daqui a um mês! E como come essa moçada, parece saco sem fundo!
      E aí, justamente quando ninguém tem mais Money, as lojas entram em liquidação de estoque, oferecem o saldão de fim de ano, com descontos inacreditáveis... Os tênis de $600,00 estão por $400,00, a camisa de $350,00 por $200,00 e por aí vai... E dá uma raiva por ter pago $200,00, $150,00 a mais por uma coisa que é igualzinha... Só por uma diferença de quinze dias!
     Mas, a gente aprende!  Já passei por tudo isso! Como agora não tenho crianças pequenas para presentear, vou adiando minhas compras de Natal para o mês seguinte. E compro tanta coisa a mais com o valor de um presente só! Aproveito as liquidações e os saldões em oferta, porque meu dinheirinho não é capim!
      Melhor época para comprar roupas de cama, mesa e banho é agora, quando os preços caem quase pela metade. E olhe, comprar cobertas no Verão sai bem mais em conta! Assim como comprar condicionadores de ar no Inverno!
      Já passei por dificuldades mil por não saber administrar meu tiquinho de dinheiro, e vivia com a conta em vermelho. Mas a gente aprende. E aprende por ensaio e erro. Se bem que, nessa altura da vida, com sete décadas nas costas prá que guardar dinheiro?
    Tenho uma amiga que vivia pendurada em contas, porque não resistia às tentações de ofertas ocasionais de uma certa loja. Vivia mal humorada, apertada com as cobranças... Um dia, lhe disse: “Pare de passar em frente a tal loja, até liquidar suas contas!” Assim ela fez, e hoje só volta lá quando precisa de algo com urgência. E agora aliviada, se vangloria de não ter prestações para pagar. Usou o cérebro, porque cabeça é para pensar, não é só para enfeitar ou criar piolhos!
Agora, cá entre nós, por que os comerciantes não fazem um preço camarada já na época das Festas, para todo mundo ficar feliz? Será que arrasar vendendo caro no final de ano vale a pena? Mas, então por que as liquidações de janeiro? Estoque demais? Sobras de preços excessivos? Como conseguem vender pela metade do preço depois de dez, quinze dias das vendas do ano que morreu? E nesses preços reduzidos ao extremo para limpar o estoque, quanto há de lucro? Porque ninguém vende sem uma margem de lucro...
      Decididamente, não entendo nada de comércio, mas fico dando tratos à bola...E tenho visto muitas lojas encerrando atividades, após anos no comércio. Há um tempo atrás, foi a loja  da Leninha, da Ló, agora vi a loja de $1,99 na esquina da Praça. É muito triste quando acontece isso. Dá uma sensação de fracasso, de perda de investimento... Por outro lado, há pontos que não “pegam”. Parece que estão “benzidos”, porque nesses lugares nada prospera, nada vai adiante. Diz o ditado popular que, ali está enterrada a caveira de um burro. Coisas do povo... Se tem caveira enterrada duvido, mas que existem esses lugares, ah! existem! Já pensou ter que morar num lugar desses?
Quando os filhos eram pequenos, eu tinha contas em várias lojas: de calçados, de roupas, brinquedos, farmácias, livrarias... Com isso vivia apertada, e não tinha saída. Todo mês, mais da metade do salário era para pagar essas contas. Mas, os filhos cresceram e quando a gente ficou mais folgada em termos financeiros, eles já saíram do ninho e estão em outras paradas. Hoje, procuro pagar minhas compras à vista, para aproveitar os descontos, e dou cheques para descontar daí um mês. (Dá tempo de conferir se a mercadoria valeu o preço pago!)
     Mesmo assim, observo a luta de pais que passam apertados com os filhos que imploram os celulares de última geração, que os coleguinhas possuem e só ele, não. Mas, os coleguinhas têm condições e seus pais, não.
    Quem tem recursos ou dim dim em caixa, aproveita o incrível “Black Friday” ou Sexta-feira Negra, que os americanos inventaram para fazer uma mega venda todo ano. Isso ocorre na Sexta-feira após o feriado de Ação de Graças, que é na 4ª quinta-feira de novembro. Essa promoção também foi adotada no Brasil e as ofertas são fantásticas, com descontos de até 80% do valor adotado durante o ano.
Mas, esse Black Friday no Brasil só foi adotado pelas grandes lojas, e é tímido ainda ao interior, se bem que é possível adquirir as mercadorias desejadas via Internet. Os preços compensam, então vale a pena guardar o money e esperar até novembro para realizar um sonho. Eletrodomésticos, eletrônicos são as sensações desse Black Friday.
Enquanto isso, vamos vendo as lojas paradas, porque janeiro é o mês de pagar contas. No Money! E contas, e contas e contas...
Comprar só a partir de 10 de fevereiro!

Mirandópolis, janeiro de 2015.
kimie oku in
     
     


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