No
fim do arco-íris
De acordo
com uma lenda japonesa, nos dias em que há sol e chuva, no meio da floresta
ocorre o casamento das raposas. Elas se vestem como humanos, e realizam a
cerimônia com pompa e gala, como convém a um enlace matrimonial. Entretanto, os
humanos não devem assistir a essa festa, que é das raposas, bichos ladinos e
cheios de artimanhas...
Certo garoto japonês ouviu de sua tutora que, nunca se deve
adentrar na floresta em dias de sol e chuva, porque as raposas estariam se
casando e era proibido vê-las... Bastou
essa advertência, para despertar a curiosidade do menino.
Num certo dia bem ensolarado, de repente
começou a chover... E o garoto correu para a floresta, para conferir a história
da ama. E realmente, ocorria o fato. Raposas vestidas com luxo e andando como
humanos sobre duas patas desfilavam no meio da mata, onde chovia mansamente... Havia
um acompanhamento musical, com flautas e tambores que marcavam o compasso dos noivos
e convidados. O menino intruso, pasmo de ver a beleza da cena, ficou espiando
atrás de uma árvore. Mas, o cortejo vinha em sua direção, e ele com medo
resolveu fugir... Correu, correu e chegou em casa sem graça, por ter feito algo
que lhe fora proibido... O portão da casa estava fechado, e ele chamou pela
tutora várias vezes para abri-lo. E ela veio furiosa dizendo que, as raposas
estavam muito iradas, por causa da sua intromissão na cerimônia de casamento. E
lhe entregou um punhal para praticar o “haraquiri” ou suicídio cortando a
barriga... O menino sem outra alternativa,
foi ao local da cerimônia de casamento e, pedindo perdão às raposas praticou o
haraquiri... E no mesmo instante, ele se viu transportado para um vale todo
florido, emoldurado por um belo arco-íris... Mundo de sonhos...
Esta é uma lenda japonesa que sempre me
encantou, e tive a oportunidade de assistir no filme Sonhos de Akira Kurosawa.
Belíssimo.
Existem mais lendas tão bonitas de
outros países, como da Irlanda, cujos duendes vêm
periodicamente, buscar as moedas que os aldeões colocam num sapato velho na
janela. Esses duendes ouLeprechauns colecionam as moedas num balde, que enterram no fim
do arco-íris. Daí , a lenda do pote de ouro no fim do arco-íris, que todo mundo
já ouviu falar...
O arco-íris é um dos fenômenos mais
belos da natureza, que sempre me deixou encucada. Há uma explicação científica
para sua formação, mas vê-lo surgir de repente num dia qualquer sempre me faz
pensar... Como as sete cores vão parar lá no céu? São palpáveis? Como é feita a graduação das
cores, para uma não apagar a outra? Como é possível uma curvatura tão perfeita?
E por que, quase sempre aparece um segundo arco, como se fosse a sombra do
primeiro? Perguntas sem respostas... Já
li que, tem a ver com o reflexo da luz solar sobre as águas dos rios e mares...
Mas, mesmo sendo uma explicação verdadeira, deixa a cabeça da gente cheia de
indagações...
E não há quem não se encante de vê-lo
surgir de repente no céu. Muita gente diz que quando ele aparece, os desejos e
sonhos das pessoas se realizarão... Quem dera fosse verdade! Cada um interpreta
conforme suas aspirações...Já vi arco-íris se formando sobre quedas d’água,
sobre cascatas... E fica mais bonito sobre a água branca que vai jorrando do
alto. Está realmente comprovado que ele se forma junto às águas. Nunca ouvi
falar de arco-íris em desertos... Também já disseram que as cores não existem
de per si. Elas se manifestam com a claridade do sol. Se não houvesse a luz do
sol, cores não existiriam... Seria um mundo muito triste sem cores...
De qualquer forma há fatos nesse mundo
que são difíceis de explicar. E como disse Shakespeare; “Há mais mistérios
entre o Céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia”
kimie oku in
MUITO LINDO SEU COMENTÁRIO !
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