Sobre Mário Dias Varela
Quando li “Cabeças diversas” ou “Colcha de Retalhos”, como ele
denominou seus escritos a princípio, senti um nó na cabeça.
Era muita coisa para assimilar. Difícil de absorver...
Eram folhetos e volumes
escritos ao longo de seus anos, notadamente quando
estava beirando os 80 anos.
Hoje ele tem 90 anos.
E
eu o conheci há dez anos.
Confesso
que não gostei nem um pouco do seu jeito dominador e procurei me afastar dele,
a qualquer custo. Ele não pedia, ele obrigava. E queria tudo para ontem, nunca
para amanhã. Hiper, hiper, hiper
ativo...
Dei
uma olhada no material e deixei de lado... Porque ele o deixou aqui, mesmo sem a minha permissão.
Pensei comigo: “Tive a vida toda Diretores de Escola me comandando... Pra quê
vou me submeter a ele, se sou aposentada?”
Certo
dia, em 2010, espiei alguns trechos.
Era
confuso, mas havia alguma coisa lá...
Foi
quando li a primeira crônica “Da janela”. Era muito lindo e vi diante dos meus
olhos, a
tia Maria com um balde aspergindo
gotas sobre um jardim... Daí, não parei de ler.
E
de repente, eu me entreguei totalmente
na empreitada de analisar tudo aquilo. Não
foi fácil. O ontem se misturava com o amanhã e com hoje...
É que o seu Varela vai escrevendo no fio da memória sem rédeas,
como se estivesse numa roda de amigos, contando fatos ocorridos ontem e hoje. E sobre pretensões futuras. Tudo
misturado.
Então, após muita insistência dele, me propus a botar um pouco de ordem, mas de forma suave,
como se estivesse mostrando os quadros/fotos de tudo que ele vivenciou.
Levei seguramente meses e meses, para selecionar e fracionar em crônicas de assuntos únicos. Acho que ficou mais leve.
Espero
que os leitores tenham lido cada crônica como se estivesse vendo uma pintura. Mesmo
porque elas nos transportam para um outro mundo que apesar de real, parece de
sonhos.
Pretendo
ainda acrescentar mais informações sobre
a vida desse meu amigo, que foi antes de tudo um grande empreendedor. Para isso, estou tentando entrevistá-lo pessoalmente. Mas é uma empreitada difícil, porque hoje está em São Paulo, amanhã em Araçatuba, outro dia por aqui... E sempre como um vento que passa de repente. Certo dia liguei e ele estava em Portugal...
Espero
que essa leitura tenha passado aos leitores um pouco do fascínio que emana da
personalidade do senhor Varela.
Fiquei
honrada com essa tarefa.
E
muito grata.
Ao senhor Mário Dias Varela , todo o meu respeito e carinho.
Mirandópolis,
abril de 2019.
kimie
oku in