CIRANDANDO DE NOVO
No
último dia 30, sexta-feira, o grupo Ciranda reuniu-se novamente na chácara do
senhor Albertino Prando, para mais um encontro.
A novidade do dia foi a participação das senhoras
Benedita, Lúcia e Ângela. Também compareceu a voluntária Selene Lipe para
conhecer o grupo.
O sol estava luminoso, e a temperatura mais amena,
o que animou os cirandeiros. A partir das catorze horas começaram a chegar os
participantes, cada um trazendo um prato de salgados, um bolo, uma bebida. O
Dedé e a Isabel, como sempre, trouxeram o delicioso suco de acerola com
hortelã. A Ana, que faltou, mandou também uma sobremesa.
Depois das apresentações e dos contatos iniciais,
foram servidos alguns salgados. Em seguida, com a chegada da sempre alegre
Rachel, começou a festa com a cantoria, ao som do acordeão de seu Albertino, do
pandeiro de Toninho e do violão de seu Zeferino Coqueiro. E o pessoal cantou,
rebolou e dançou.
Após uma pausa para o lanche, formou-se a Ciranda,
em que os artistas se revelaram. Inicialmente, a coordenadora do grupo, kimie
Oku deu as boas vindas às novas participantes, apresentando-as ao grupo, e
relembrou os três pontos-chaves da Ciranda: não discutir Religião, não falar de
Política, e nunca cobrar nada. E alguém perguntou se pode vender algo na roda.
E ela disse que pode até vender, mas os cirandeiros não podem comprar
(risadas).
Em seguida, o professor Gabriel leu um texto de
Chico Anísio, que faleceu na outra semana, intitulado “O Surdo”. Foi muito
aplaudido. Falou também do dia 31 de março, aniversário da Revolução de 1964,
que implantou o regime militar no Brasil, que causou tantos sofrimentos às famílias de jovens, que não concordavam
com o regime. E recomendou a leitura do livro “Brasil, nunca mais” de D. Paulo
Evaristo Arns e outros, que contém os depoimentos de vítimas encarceradas nos porões, onde foram
barbaramente torturados.
O seu Orlando Serafim declamou o poema “Nossa
Senhora Aparecida”, muito longo e comovente, em que ele relata que recebeu uma
graça da santa, quando estava muito doente. Declamou também um poema sobre a
vida na roça.
O Dedé, ou o José Maria leu um texto para
refletir, pedindo a Deus que nos dê sabedoria para viver bem, sem criar
problemas com os amigos e familiares.
A Rachel complementou o texto do Dedé, dizendo que
ela está numa fase da vida, em que tudo é aprendizagem aprendendo a respeitar o tempo do outro, o
ritmo do outro, a vontade do outro, a saúde do outro.
A Selene Lipe disse do seu encantamento com o que
presenciou e viu. Disse que, já trabalhara antes com vários grupos de terceira
e de quarta idade, mas nunca imaginara existir um grupo como a Ciranda, que
proporciona lazer e alegria de forma tão direta às pessoas sós.
E a kimie concluiu dizendo que, a Ciranda é apenas
um grupo, que ao se dar as mãos na roda, as pessoas sentem a energia passar de
uma para outra, mostrando que ninguém é
sozinho, que à direita e à esquerda há um amigo que nos quer bem.
E assim foi mais um encontro da Ciranda, com todos
os cirandeiros, voltando para suas casas, esperando por um novo encontro.
Mirandópolis, 31 de março de 2012.
kimie oku in (cronicasdekimie.blogspot.com)