sexta-feira, 2 de março de 2012


                VELÓRIO  MUNICIPAL
          
      Há uns vinte anos atrás, a população de Mirandópolis era carente de um local, para velar seus entes queridos.
        Depois de muito batalhar, o Professor Walter Víctor Sperandio conseguiu realizar o sonho, de proporcionar um lugar adequado, para se velar os mortos da cidade.
      E de lá para cá, muitas pessoas faleceram e foram dignamente veladas, nas dependências do Velório Municipal, que foi obra da Loja Maçônica  Acácia e da Prefeitura Municipal.
     Entretanto, a cidade cresceu em razão das Penitenciárias, que para cá trouxeram funcionários de diversas áreas, fixando residência. E a população aumentou também.
     O Velório, que era adequado na época de sua construção, ficou pequeno, e não oferece mais conforto às famílias, para velarem seus entes queridos.
     Já ocorreu  haver mais de três pessoas falecidas,  e as famílias tiveram que aguardar  o funeral de uma delas, e só então levar  o falecido, para ser velado no local. E velar em casa é um grande  problema para a maioria das famílias, que não possuem espaço para isso.
O Velório ficou pequeno, e as salas são insuficientes para comportar mais de dois funerais. E as instalações sanitárias necessitam de reformas, com urgência.
        O que é preciso fazer, então?
        Ampliar urgentemente o espaço, abrindo salas para receber mais esquifes, e aumentar a varanda, que é muito exígua e não comporta muita gente.
       Nos funerais do querido e respeitado cidadão Edmir Batista, e da senhora Amélia Narita,  ocorridos na semana que passou, deu para toda a população perceber o desconforto da exigüidade do espaço. As duas pessoas, que eram muito queridas na comunidade,  deslocaram centenas de pessoas, que foram lhes prestar a última homenagem. Mas, grande parte delas não pode nem sequer, entrar no recinto, porque havia uma multidão, se comprimindo em suas salas e na varanda, num desconforto total.  Situação agravada pela forte  chuva, que também atrasou o enterro.
       Quando é tempo de estio, muitas pessoas ficam do lado de fora, nos bancos ou debaixo das árvores. Mas, com a chuva descendo torrencialmente, isso foi impossível. Daí, o completo transtorno.
    Parece ser difícil, de repente pensar em ampliar o Velório Municipal. Mas, se conjugar forças, nada é impossível.
        Se os clubes de serviço  (Rotary, Lyons e outros) juntarem forças com as Funerárias locais, e a Prefeitura entrar com a mão de obra, a concretização far-se-á sem muita delonga. Ah! E a população pode ajudar, com alguma taxa extra nos planos familiares, que são pagos mensalmente. 
       Afinal, o benefício é para toda a população. Todos nós usaremos um dia, uma das salas, quer queiramos, ou não. Nada mais justo que, contribuir para a comodidade de todos.
       Mirandópolis tem gente ousada e corajosa que enfrenta desafios com determinação. Não haverá alguém que consiga levar avante essa ideia, que se faz urgente e necessária? Talvez um líder da comunidade, um Presidente de clube, ou mesmo um cidadão comum, que realmente se preocupe com os problemas da comunidade.
    Para a parte arquitetônica e plantas,  basta solicitar a contribuição gratuita de arquitetos da cidade, que os há muito, e eficientes.  A parte essencial já existe, que é o terreno espaçoso, que comporta construções e até, áreas de estacionamento, em toda a volta.
         Não haverá entre os jovens de hoje, um outro visionário como o Professor Walter Victor Sperandio? Que pensa na coletividade?
        O Professor já fez a sua parte. Agora é hora da  contribuição de outros cidadãos, para que tenhamos um local adequado e confortável, para prestar as despedidas aos nossos mortos. Taí um programa, que se faz urgente e necessário concretizar logo, logo.
         E tenho certeza absoluta, que terá o apoio de toda a população, porque é um problema que afeta a todos nós.
     E ninguém deseja despedir-se de um amigo  ou parente, nas condições em que ocorreram as de dona Amélia  e do seu Edmir.
         Que Deus os tenha.
        E que suas desoladas famílias perdoem a comunidade, pela falta de jeito......
   
          Mirandópolis, 25 de fevereiro de 2012.
               kimie oku (kimieoku@hotmail.com

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