As Redes Sociais
Durante
toda a minha vida, observei que as pessoas não gostam de ler. Nunca atinei com
a razão, mas a maioria da população não se dedica à leitura.
Em
geral só leem os preços das mercadorias, as datas de validade dos produtos...
As pessoas não têm o hábito da leitura. O máximo que fazem é ler os folhetos de
promoções de Mercados e Lojas.
Leitura
de livros? Enquanto trabalhei nas Escolas, percebi com tristeza que, as
Bibliotecas eram frequentadas somente por alunos, e muito raramente por
professores...
Leitura
de jornais? São pouquíssimos leitores que assinam jornais... E a maioria só lê
as manchetes e a página dos esportes, em especial notícias de futebol.
Então,
podemos concluir que a maioria da população tem ojeriza à leitura.
Antigamente,
quando era criança meio alfabetizada, adorava ler os Almanaques Fontoura, que
as Farmácias ofereciam gratuitamente, com sugestões de remédios... Era uma
revistinha com o calendário do ano seguinte, e fazia a propaganda de um
complexo vitamínico, chamado Biotônico Fontoura. E havia também anúncios de
outros remédios. Naquela época, havia poucos jornais, o anúncio em rádio era
caríssimo e tevê nem existia. Esses almanaques eram o recurso da época, para
sugerir remédios para todos os males. E para distrair os leitores havia
interessantes contos, piadas, curiosidades e algumas notícias do mundo. Como
morávamos num sítio retirado, quase sem contato com as pessoas, o almanaque era
muito disputado entre todos de casa. Eu o lia de cabo a rabo...
Mais
tarde quando descobri uma biblioteca, foi como chegar ao céu. Li tudo que
estava disponível.
Mas
nem todos tiveram essa paixão por leitura, mesmo porque mandar filhos para
escola era feito sempre com ameaças, para as crianças desobedientes: “Você vai
ver, quando for para a escola, a professora te deixará de castigo!” E assim, já
precavidas pelas mães de que a professora era uma ameaça, as crianças iam de má
vontade, e resistiam às suas ordens. Sempre desconfiadas. Pensavam que tudo era
motivo de castigo, de punição. Não pensavam em leitura e escrita como fontes de
prazer mas sim, de tortura...
E
assim, gerações passaram sem se aprimorarem na aquisição de conhecimentos...
Muitos jovens que chegaram à universidades se dedicaram aos estudos, apenas
para vencer etapas e concluir cursos, para conseguirem seus diplomas. Dedicação
aos estudos era só às vésperas de provas. Poucos se aprofundaram nos estudos,
para serem realmente profissionais bem informados.
Mesmo
assim, de um jeito ou outro todos sobreviveram. Escrevendo errado, falando
errado mas sobreviveram.
E
hoje constato que, muita gente está lendo e escrevendo na Internet, em especial
nas redes sociais. Redes sociais mais conhecidas aqui no
Brasil são: Facebook, You Tube,Twitter, Google, WatsApp, Instagram... Eu mesmo
tenho uma página no Facebook, onde interajo com meus amigos. Para isso, é
necessário digitar palavras, frases, textos. Interessante é notar que há uns
trinta anos atrás, havia Cursos de Datilografia, que ensinavam a digitar
textos. A maioria dos jovens frequentou esses cursos para aprender a
datilografar... Hoje, essa máquinas se tornaram obsoletas, ultrapassadas pelos
computadores, que possuem teclados que facilitam a edição de textos. E todo o
mundo está digitando, mesmo sem ter frequentado aulas de Datilografia.
E
é justamente isso que é fantástico!
A
Internet através dessas redes sociais, recuperou o gosto da humanidade pela
leitura, e pela aquisição de conhecimentos. A maioria das pessoas em todo o
mundo está se comunicando, através das
redes sociais. É verdade que há muitos erros de ortografia, de concordância
verbal, de falta de clareza das frases, mas mesmo assim a comunicação acontece.
E é esse o objetivo: comunicar-se e interagir.
Embora
os Professores de Português exijam textos corretos e claros, a maioria dos
usuários pouco se importa com isso. O que importa é a comunicação, e eu
concordo. Usa-se muita gíria, abreviaturas que nem existem, palavras
estrangeiras inseridas, que dão a dimensão do quanto as línguas estranhas já
fazem parte do nosso cotidiano. Quem é que não sabe o que significa
Impeachment? E money? E pole position? E samurai? E sashimi? E yakisoba? E WhatsApp? E notebook? E abajur?
E boate? E yakuzá? E buquê? E Hermano? E
caliente? E mama mia? Todas elas foram adotadas de línguas estrangeiras e fazem
parte do nosso cotidiano. A globalização aconteceu também em nossa linguagem usual
do dia a dia. Ampliou nossos conhecimentos.
E
agora, com a velocidade dos pequeninos aparelhos de celulares, whatsapps e suas
variedades, tudo ficou ao alcance do usuário. Falar, digitar, ler, mandar
mensagens, fotografar... Nem faço ideia de onde iremos alcançar com essa
tecnologia.
O
que importa, porém é a comunicação estabelecida. É certo que, isso também é um
problema sério no mundo de hoje. Esses aparelhos facilitam a ação de bandidos,
de sequestradores, traficantes e de tudo que ocorre no submundo... Mesmo assim,
há vantagem na comunicação em todo o mundo. É possível mandar mensagens para diversas
partes do planeta, e conversar ao vivo com pessoas muito distantes...
Há
uns anos atrás, eu mesma escrevia meus textos à mão. E sempre o fazia a lápis,
para facilitar a correção... E escrevia, e corrigia mil vezes e jogava as
folhas, dezenas de vezes... Depois de
alguns amigos insistirem, acabei adotando o computador. Facilitou demais a
minha arte de escrever. Nunca fui boa em datilografia, mas hoje digito os
textos com rapidez e facilidade. Nem sempre uso todos os dedos da mão direita,
mas os da esquerda sim. E tem gente que digita com um dedo apenas. Isso não tem
importância. No teclado do computador não há regras. O que importa é o produto
final. E mesmo este, não precisa ser perfeito se é para as redes sociais. Os
amigos entendem e perdoam as falhas.
E
o computador oferece até o corretor de palavras e textos, sublinhando as formas
erradas e apresentando as corretas. Praticíssimo.
Além
dessas vantagens todas, ainda o Google que é uma rede ampla e internacional,
oferece pesquisas de quase todos os assuntos que alguém procura. Textos sobre
os acontecimentos da História do mundo, desde os primórdios até os dias atuais,
sobre as descobertas no campo da Medicina, da Física, das Ciências, da
Aeronáutica, da Tecnologia, das Artes... É um campo vasto e incrível. Embora não
completo. Está se transformando numa grande Enciclopédia Universal. E sem
necessidade de bibliotecas.
Acredito
que em breve, não haverá mais livros e jornais. Estão condenados
definitivamente, diante da pressa do mundo de hoje. Até os jornais estão
invadindo a Internet, e as imagens vivas em cores atraem muito mais que o
noticiário em folhas de jornais.
Como
sou de outros tempos, pré-informática, tenho livros de autores preferidos e não
consigo me desfazer deles. Shakespeare, Gabriel Garcia Marquez, José Saramago,
Drummond, Júlio Verne, Manuel Bandeira, Cecília Meireles...
E
ultimamente, tenho adquirido uma porção de livros japoneses, mais sobre a
História do Japão, cuja cultura admiro muito. E sempre que posso insiro umas
palavras japonesas em meus textos, principalmente quando não há a palavra
equivalente em Português, para expressar minhas ideias. É a minha forma de
divulgar a cultura oriental.
E
estudo a língua japonesa regularmente há mais de vinte anos. Gostaria de, um
dia ser capaz de escrever minhas crônicas nessa língua também.
Concluindo,
as redes sociais vieram para mudar o mundo. Substituíram muitas saídas e
viagens para contatos, reduziram espaços e tempo, substituíram o rádio, o
telefone, o telégrafo, as cartas...
Em
breve, substituirão a televisão.
São
muito rápidas e eficientes.
Para
onde a tecnologia levará a humanidade?
Mirandópolis,
maio de 2016.
kimie
oku in
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