Sakurá, Sakurá!
Há mais de dez anos, certo jornalista nihonjin veio aqui em Mirandópolis.
Queria conhecer a
Comunidade Yuba, que já foi famosa por seu Balé, que nos tempos áureos fizera
turnês por várias partes do mundo, inclusive no Japão.
O cidadão estava
curioso para conhecer não só as pessoas, mas especialmente a natureza diferente
daqui das terras tropicais.
Então, pediu ao
anfitrião que o levasse a dar uma volta pelo campo. E lá foram eles, observando
as plantações, as pastagens, a amplidão dos campos, e o gado que o deixava pasmo
pela quantidade...
Estavam indo bem
conversando, mas num determinado trecho da estrada, ele gritou para o
motorista: Pare! Pare!
O amigo parou o carro
preocupado, imaginando que o nihonjin estivesse passando mal.
Mas, quando o carro
parou, o cidadão desceu sem dizer uma palavra e, desembestou por uma pastagem verde correndo como um doido. O motorista ficou perplexo, sem entender
nada. Só ficou observando o que o
japonês iria fazer...
No meio da pastagem
tinha um maravilhoso ipê coberto de flores cor de rosa. O nihonjin foi até lá
correndo e ficou algum tempo rodeando e admirando a árvore. E com a câmera
tirou uma porção de fotos.
Quando voltou,
perguntou tudo sobre os ipês que nunca
tinha visto. E quando soube que há ipês rosa, amarelo e branco em profusão no
Brasil, ele disse:
“Doshite, nikeijin
tachi ha NIppon no sakurá, sakura bakari ni shuuchaku suru no? Burajiru ni konna
lippana ki ga arunoni...”
Por quê os japoneses
daqui são tão apegados ao sakurá do Japão, se existem tão belas árvores aqui?
Mirandópolis, fevereiro
de 2022.
kimie oku in
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