sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012


        Brava  gente  brasileira

        Sempre que alguém faz o levantamento histórico de uma cidade ou município, faz referência apenas à santíssima trindade, que ali reinou  de tempos em tempos: o Padre, o Juiz e o Prefeito.
     Só que nenhuma cidade se constrói apenas com a ação, mesmo conjunta desses eminentes senhores. Nos bastidores , há sempre os heróis anônimos, que fazem o serviço duro, pesado e cansativo  para a cidade funcionar certinho.
  Um Padre sem os seus sacristãos, diáconos, assessores e fiéis, nada pode. É apenas um pastor sem rebanho.
    Um Juiz sem os meirinhos ou oficiais de justiça, sem os advogados, os Promotores, nada pode decidir. E pode cometer injustiças.
  E um Prefeito é incapaz de governar o Município, sem os secretários, vereadores e sem a participação da comunidade.
  Então, por quê se valoriza apenas quem está no comando?  O povo nada significa?
  Mirandópolis seria apenas um vilarejo pequenino, perdido no mundo, se não contasse com a valiosa dedicação, e o espírito humanitário de gente, que deu a alma pelo bem estar de todos.
  Lembro que na Educação tivemos Diretores de peso, como Pedro Perotti Neto, Mercedes Bafile Cheida e Mirian Neder Salomão  Galvani, que se  dedicou à A.P.A.E.  também. E suas equipes de professores marcaram época na formação de jovens. Não menos importante, foi a atuação do Professor Salu ensinando violão e tia Cila ensinando piano nos Conservatórios de Shirley Monti e Sonia Delai.
    Na Saúde, Doutor Francisco Teotônio Pardo e Doutor Yoshito Kanzawa se tornaram referências regionais na assistência aos doentes.
  No Esporte, quantos jovens foram bem encaminhados por Fujio Abe e Yoshiharu Ogasawara, junto com o Sunada e o casal Kanda?
   Na Imprensa escrita, quanto devemos a Idanir Antonio Momesso,  a Joaquim Alves Filho e a Eloy Mendonça? A imprensa fazia naqueles tempos, o que a televisão faz hoje – informa, esclarece,  forma e muda opiniões, daí o seu real valor.
     Hoje Mirandópolis conta com a A.P.A.E. e seus leilões   (32º!).   Hoje temos a Casa da Criança, a A.M.A.I., o Clube da Melhor Idade, e outros clubes não menos importantes.
    Hoje,  grupos de cidadãos voluntários cuidam dessas instituições. O começo de tudo isso, porém está numa doce e gentil senhora  - dona Zilda!
    Dona Zilda de Lara Dias, que sozinha percorria a cidade, pedindo remédios para os doentes, que não podiam comprá-los. O seu grupo, o da Madre Teodora cuidava de gente necessitada, sem fazer muito alarde.
   Depois, a decidida dona Antiniska de Lucchi Mustafa, que arregaçava as mangas, e arrumava uma tapera para um desabrigado morar. E ajeitava fogões e alimentos, para os que passavam fome. Ainda hoje, tem gente que não consegue conter as lágrimas ao se lembrar dela...
    E depois... a Nice. A Nice do Doutor Afonso, que mesmo doente, tinha um fogo que a impelia a trabalhar pela  A.P.A.E. e pelo  Hospital de Barretos. A Nice que nunca esmoreceu e deixou uma lição de vida...
    Os Padres, os Juízes e os Prefeitos são nomeados para essas funções.  Mas o trabalho voluntário é diferente: o cidadão age movido apenas pelo amor ao próximo.
     Fujio Abe, Yoshiharu Ogasawara, Mirian
Néder, dona Zilda, dona Antiniska e Nice, brava gente brasileira!
     Brava gente de Mirandópolis!

             Mirandópolis, 18 de abril de 2011.
                                  Kimie oku

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