Brava gente brasileira
Sempre que
alguém faz o levantamento histórico de uma cidade ou município, faz referência
apenas à santíssima trindade, que ali reinou
de tempos em tempos: o Padre, o Juiz e o Prefeito.
Só que nenhuma cidade se constrói apenas
com a ação, mesmo conjunta desses eminentes senhores. Nos bastidores , há
sempre os heróis anônimos, que fazem o serviço duro, pesado e cansativo para a cidade funcionar certinho.
Um Padre sem os seus sacristãos, diáconos,
assessores e fiéis, nada pode. É apenas um pastor sem rebanho.
Um Juiz sem os meirinhos ou oficiais de
justiça, sem os advogados, os Promotores, nada pode decidir. E pode cometer
injustiças.
E um Prefeito é incapaz de governar o
Município, sem os secretários, vereadores e sem a participação da comunidade.
Então, por quê se valoriza apenas quem
está no comando? O povo nada significa?
Mirandópolis seria apenas um vilarejo
pequenino, perdido no mundo, se não contasse com a valiosa dedicação, e o
espírito humanitário de gente, que deu a alma pelo bem estar de todos.
Lembro que na Educação tivemos Diretores
de peso, como Pedro Perotti Neto, Mercedes Bafile Cheida e Mirian Neder Salomão Galvani, que se dedicou à A.P.A.E. também. E suas equipes de professores marcaram
época na formação de jovens. Não menos importante, foi a atuação do Professor
Salu ensinando violão e tia Cila ensinando piano nos Conservatórios de Shirley
Monti e Sonia Delai.
Na
Saúde, Doutor Francisco Teotônio Pardo e Doutor Yoshito Kanzawa se tornaram
referências regionais na assistência aos doentes.
No Esporte, quantos jovens foram bem
encaminhados por Fujio Abe e Yoshiharu Ogasawara, junto com o Sunada e o casal
Kanda?
Na Imprensa escrita, quanto devemos a
Idanir Antonio Momesso, a Joaquim Alves Filho e a Eloy Mendonça? A imprensa fazia naqueles tempos, o que a televisão faz hoje
– informa, esclarece, forma e muda
opiniões, daí o seu real valor.
Hoje Mirandópolis conta com a A.P.A.E. e
seus leilões (32º!). Hoje temos a Casa da Criança, a A.M.A.I., o
Clube da Melhor Idade, e outros clubes não menos importantes.
Hoje, grupos de cidadãos voluntários cuidam dessas
instituições. O começo de tudo isso, porém está numa doce e gentil senhora - dona Zilda!
Dona Zilda de Lara Dias, que sozinha
percorria a cidade, pedindo remédios para os doentes, que não podiam
comprá-los. O seu grupo, o da Madre Teodora cuidava de gente necessitada, sem
fazer muito alarde.
Depois, a decidida dona Antiniska de
Lucchi Mustafa, que arregaçava as mangas, e arrumava uma tapera para um
desabrigado morar. E ajeitava fogões e alimentos, para os que passavam fome.
Ainda hoje, tem gente que não consegue conter as lágrimas ao se lembrar dela...
E depois... a Nice. A Nice do Doutor
Afonso, que mesmo doente, tinha um fogo que a impelia a trabalhar pela A.P.A.E. e pelo Hospital de Barretos. A Nice que nunca
esmoreceu e deixou uma lição de vida...
Os Padres, os Juízes e os Prefeitos são
nomeados para essas funções. Mas o
trabalho voluntário é diferente: o cidadão age movido apenas pelo amor ao
próximo.
Fujio Abe, Yoshiharu Ogasawara, Mirian
Néder, dona Zilda, dona Antiniska e Nice, brava gente brasileira!
Brava gente de Mirandópolis!
Mirandópolis, 18 de abril de 2011.
Kimie oku
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