GENTE DE FIBRA – Albertino Prando
Gente
de fibra de hoje é um sanfoneiro.
Albertino
Prando de 67 anos, nasceu em Valparaíso, onde começou a vida trabalhando em
roças de café e algodão, nas terras de seus pais.
Aos
22 anos já casado com a senhorinha Cleuza de Souza Dias, mudou-se para
Andradina, onde trabalhou na C.E.S.P. (Centrais
Elétricas do Estado de São Paulo)
Cansado
de esperar por promoções que não vinham, depois de cinco anos, foi trabalhar
como encanador na Refinaria de Paulínia, onde ficou por oito anos.
Após esse tempo foi admitido, como
Supervisor de Manutenção Mecânica, da Fábrica de Alimentos Lácteos Danone, em
Poços de Caldas, onde permaneceu por quatro anos.
Mas, o Senhor Albertino gostava de desafios.
Por
conta disso, foi trabalhar na Usina Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu.
Como Mecânico da Usina, atuou por seis anos. Nessa época, morou um tempo no Paraguai, com a família.
Sempre
carregando a mudança, ele partiu pra outra – agora era o Grupo Santista que o
contratou, como Supervisor de Máquinas.
O
Grupo Santista já era uma mega empresa, que se dedicava à mineração, produção
de alimentos, vestuários e ácidos, dentre os quais produzia o LH 80, um dos ácidos
mais potentes e mais caros do mundo. Nessa empresa, seu Albertino ficou sete
anos.
O
seu espírito aventureiro não tinha limites. Foi trabalhar em Cajati, Estado de São Paulo, na Foz do Brasil, empresa que faz saneamento de esgoto sanitário. A Foz do Brasil é controlada pelo
conglomerado econômico Odebrecht. Ali atuou como Supervisor de Máquinas.
Estressado
pelas andanças por tão diferentes lugares, carregando mudança, resolveu dar uma
parada. Veio para Mirandópolis e foi plantar milho no Km 12, perto de Pereira
Barreto. Aí veio o Plano Cruzado, que quebrou todos os produtores rurais,
inclusive o seu Albertino.
Depois
de um ano de aventura na roça, e tendo perdido tudo, resolveu voltar para o Grupo Santista, onde ficou por
mais três anos.
Daí
se transferiu para a Empresa de Bombeamento de Tintas, a W. Roith, onde ficou
por três anos.
Com
a ajuda dessa Empresa, o senhor Albertino conseguiu instalar a própria empresa.
É a Prando Instalações Industriais, sediada na sua chácara, aqui em Mirandópolis.
Sua especialidade é instalação de gráficas, em qualquer parte do país. Há
quinze anos no mercado, a Prando já instalou gráficas para as Organizações
Globo, para o Estadão, e recentemente instalou a Weber Gráfica em Brasília. Em
Mirandópolis, instalou a Caldeira para uma empresa que industrializa frutas.
Hoje,
a Prando Instalações Industriais está sob a responsabilidade do filho Carlos,
Projetista Hidráulico e Mecânico, que seguiu as pegadas do pai.
O
seu Albertino e a dona Cleuza possuem também uma filha, que é Representante Comercial
no setor do vestuário, na região. Possuem ainda duas netas, uma Bióloga e outra que pretende fazer Medicina.
O
senhor Prando aposentou-se. E a felicidade de sua vida é contar para os amigos,
tudo que vivenciou nos dezoito Estados brasileiros, por onde andou. Lembra com
alegria que, em 1980, ele e mais dois engenheiros da Danone conquistaram o 1º
Prêmio do Festival Arizona de Música Sertaneja; ele com acordeão e os outros
com violão.
Dona
Cleuza diz que agora, com a aposentadoria do marido estão vivendo a melhor fase
da vida, com os filhos e as netas buscando um lugar ao sol.
O
seu Albertino que rodou o mundo, movido pelo espírito cigano, hoje vive sossegado
numa chácara maravilhosa. E diz que não quer mais trabalhar. Só quer tocar
sanfona.
Albertino
Prando, homem trabalhador, encarou os desafios da vida com coragem. E foi
aventureiro do começo até agora.
Albertino Prando é gente de fibra!
Mirandópolis,
1º de julho de 2011.
Kimie
oku
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