GENTE DE FIBRA - Egídio Vicente de Souza
Gente de fibra de hoje é o senhor Egídio Vicente de Souza. É
paraibano de 62 anos , nascido na cidade
de Souza.
Da Paraíba tem
lembranças duras – lá carregou muita lenha em jumentos, para queimar nas
caieiras.
Caieira era um forno cavado no chão, com uma cobertura
ovalada por cima, onde se queimava o calcário para produzir cal. O calcário é
uma pedra britada, que se colocava no interior do forno e era queimado. Depois
de queimado, era retirado e molhado para se transformar em cal.
O senhor Egídio carregou lenha até os quinze anos. Então,
resolveu migrar para o Estado de São Paulo.
Veio se fixar em Guaraçaí, onde já residia um irmão. Ali se
tornou arrendatário, plantando algodão. Por essa época viveu “queimando lata”,
isto é, lavava, passava e cozinhava a própria comida. Tinha que se virar
sozinho.
Naqueles tempos duros, quem o ajudou muito foi o senhor José
Barreto e sua esposa Aparecida, da Fazenda Aroeira em Guaraçaí. Eles o
acolheram como a um filho.
Com dezenove anos, seu Egídio fez o serviço militar em Lins.
Depois foi para Campo Grande, em Mato Grosso, onde
trabalhou como frentista
num Posto de Gasolina.
Em 1972 veio para Mirandópolis. Casou-se com Maria Francisca
, com quem teve três filhos, hoje já adultos e estabelecidos na vida.
Em Mirandópolis trabalhou como
lavrador, como saqueiro da Casa Moreira, motorista do Supermercado Estrela,
como meeiro da Fazenda Acácia e também
como motorista da
Transportadora
Nova Vida.
Transportadora
Nova Vida.
Há quatro anos, quando pescava no Rio
Tietê com amigos, o seu Egídio foi acometido de violenta dor na perna esquerda.
Era um aneurisma, e teve que amputar a perna, para sobreviver. Mas, logo
colocou uma perna mecânica, e retomou a vida, ajudado sempre pela
atenciosa e gentil companheira Maria.
Sua ajuda foi fundamental na convalescença, e na adaptação
à perna mecânica.
Sua ajuda foi fundamental na convalescença, e na adaptação
à perna mecânica.
Hoje o senhor Egídio anda com o auxílio de uma bengala e
dirige um carro, que tem os controles adaptados.
Dirige uma pequena casa de comércio, que não exige
esforço físico.
Dirige uma pequena casa de comércio, que não exige
esforço físico.
O senhor Egídio é um
cidadão tranqüilo, de bem com a vida, sem traumas e sem revoltas. Diz que é
grato a Deus, porque perdeu a perna, mas recebeu a graça
de continuar vivendo.
de continuar vivendo.
É grato também aos compadres Zé Barreto e dona Aparecida, por
serem seus amigos mais próximos, até hoje.
Ama-os de coração.
Seu maior sonho é aposentar-se e morar com dona Maria na sua chácara em Pereira Barreto.
Egídio Vicente encarou os dissabores da vida e os superou.
Egídio Vicente de Souza é gente de fibra!
Mirandópolis, maio de 2011.
Kimie oku
Post-scriptum :
Seis meses após essa entrevista, o senhor
Egídio faleceu.
Durante um ano, ele
e a esposa participaram ativamente da Ciranda. Era um homem simples, mas
encantador pela generosidade do coração.
Na Ciranda ficou a imagem de um homem feliz,
cantando e animando a todos. Dona Maria
continua na Ciranda.
Egídio Vicente, valeu te conhecer!
Mirandópolis, 9 de fevereiro de 2012.
kimie oku (kimieoku@hotmail.com)
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