BOLACHINHAS DE PINGA
(crônica)
(crônica)
Não vou passar
receitas de arte culinária, não!
Mesmo porque não
sou perita no assunto.
É que conheço umas
moças, que são muito trabalhadeiras, e fazem bolachinhas de pinga, que são deliciosas.
As moças são provenientes
de zona rural. Simples e honestíssimas até os ossos.
Ora, certa feita,
elas levaram um prejuízo de cem reais, por conta da desonestidade de alguém, que
lhes passou uma rasteira, com a maior cara de pau. A perda não se relacionava
com as bolachas que elas faziam.
As moças ficaram
atarantadas. Não tinham de onde tirar o dinheiro, para pagar uma conta urgente,
que era inadiável.
Tiveram que pedi-los
emprestados.
O prejuízo não foi
só monetário. No desespero da coisa mal encaminhada, elas se desentenderam e
disseram coisas desagradáveis entre si. Até que alguém, condoído da situação,
resolveu ajudá-las.
Divulgou a
rasteira de que foram vítimas e, distribuiu amostras de bolachinhas, para degustar.
Todas as pessoas
que tiveram conhecimento da história, encomendaram porções de bolachinhas.
Houve tanta
encomenda, que em poucos dias, recuperaram o dinheiro, que lhes fora roubado.
Hoje, estão firmes
no batente e em breve, poderão conquistar a independência econômica. Graças à habilidade
culinária, e às bolachinhas de pinga.
Quando foram
lesadas foi muito desagradável. O valor da perda de cem reais era muito para elas,
que trabalham bastante, para honrar seus compromissos. E quem as roubou era gente tão poderosa, para quem esse valor é
uma ninharia.
Mas, o
desenvolvimento dessa história tão comum e tão banal provou que, nada acontece
por acaso.
Às vezes, até o
diabo ajuda.
E tenho a certeza
absoluta de que, o dinheiro surrupiado de gente tão direita como essas meninas, sairá muito caro para
quem as roubou.
Mirandópolis, 2
de janeiro de 2012.
kimie oku (kimieoku@hotmail.com)
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