CEM ANOS
DE LOUVOR A MARIA
“...Deus
não nos chama a fazer coisas grandiosas, mas, sim, fazer grandiosamente as
coisas comuns do dia a dia”
(declaração do Beato carmelita Tito Brandsma, morto no campo de concentração
de Dachau, em 1942)
É com esse belo ensinamento,
de um carmelita executado
na 2ª Guerra,
que a competente pesquisadora
e historiadora,
Maria Nívea Pinto, iniciou o livro sobre
os Cem anos da Ordem Terceira do Carmo
de Campinas.
Quando ela me disse o nome
do livro que estava a escrever, fiquei com muita pena. Puxa, que assunto chato,
ela pegou prá destrinchar! Sobre
carmelitas, sobre eremitas, sobre fatos ocorridos há trocentos anos... Achei sinceramente que, era desperdício de
inteligência da amiga. E ainda, pesquisar coisas do século passado, em velhos alfarrábios e arquivos, que ninguém consulta,
há sécula seculorum...
Depois, quando a
entrevistei na Biblioteca Municipal Profª Silvina Viana Falaschi, de
Mirandópolis, e soube que havia trabalhado um ano inteiro pesquisando, para
elaborar o livro e o fizera
graciosamente, achei que ela estava irremediavelmente
pinel...
E há uns quinze dias, me deu um exemplar do livro, autografado.
Olhei aquela obra séria e pensei: “Nunca
vou ler isso!” e o larguei por aí, fora do alcance da mão.
Mas a consideração que
tenho pela amiga, e a curiosidade, me levaram a folheá-lo. Comecei lendo a
declaração acima do Beato,
que me cativou de vez,
que me cativou de vez,
e não consegui mais parar
de ler.
Realmente, o assunto não é
dos mais atraentes nos dias de hoje, em que a gente descarta tudo, que se torna
enfadonho,
já nas primeiras frases.
já nas primeiras frases.
Mas, a historiadora deixou de lado a sisudez
de coisas arcaicas e, narrou a história dos carmelitas,
de forma leve e agradável.
Ela fez uma viagem de volta
no tempo, lá pelo século doze e passeou pelo mar Mediterrâneo, indo até a Terra
Santa,
onde começou a Era Cristã.
onde começou a Era Cristã.
E desenhou o cenário da época, com o monte
Carmelo ao fundo, onde os ascetas passaram a viver nas grutas e cavernas,
para suas meditações.
Esse lugar, é considerado
sagrado pelos cristãos, por ter
sido a região, por onde Jesus andou e
pregou .
E levantou a questão das disputas seculares,
entre cristãos e muçulmanos, sobre
Jerusalém.
Também para os muçulmanos,
Jerusalém é terra sagrada.
Jerusalém é terra sagrada.
(Se o lugar é sagrado e,
todos são unânimes em reconhecê-lo, por que não há um acordo, para todas as
partes usufruírem, sem que ninguém queira dele se apossar?...)
Falou das Cruzadas,
organizadas pelos Papas para recuperar a terra santa, em nome da Igreja de
Roma.
Levantou a questão da
perdição de religiosos, que usavam as
vestes sacerdotais, para alcançar
seus mais vis objetivos.
Desejos de poder, de riqueza,
de domínio, de autoridade.
de domínio, de autoridade.
Também escreveu sobre gente, que contestava essa imoralidade, por
ser um desvio do caminho pregado por Jesus.
Era o surgimento dos eremitas, que fizeram votos de castidade e pobreza absoluta e que,
saíram a pregar pelo mundo,
como mendicantes.
Toda essa ação de
contestação é que deu origem aos grupos de leigos que, passaram a viver em prol
dos necessitados, doando-se,
como Jesus ensinara..
Foi assim que surgiram os carmelitas, que passaram a viver, conforme os ensinamentos de Jesus, e devotando-se a
Maria.
E como consta no livro,
estes deram origem a grupos de leigos (os terceiros) que, mesmo não sendo religiosos, formados em conventos e monastérios, devem ter a sua regra aprovada pelo
Santo Padre, o Papa.
E a Ordem Terceira do Carmo
de Campinas , com seus piedosos carmelitas, completou em 2009, cem anos de atividades devotadas a
Maria. Os carmelitas se ocupam em orar e em
servir ao próximo,
sempre em nome de Maria.
Na verdade, o que me
encantou é saber que, mesmo que, a Santa Igreja Católica como instituição se desvie do verdadeiro
caminho,
a humanidade jamais se perderá, porque o homem
é sábio e tem consciência do que é certo
e do que é errado.
A Ordem Terceira do Carmo
me devolveu a fé no homem.
me devolveu a fé no homem.
E não é preciso ter sido
togado pelo Papa, nem é preciso carregar
uma cruz no peito, para se praticar o bem e, servir ao próximo. Percebi
que, se existem grupos como a Ordem Terceira do Carmo, os ensinamentos e o sacrifício de Jesus
não foram em vão.
E por fim, concluí que, a
Nívea tem mesmo que estar orgulhosa, por ter
realizado essa tarefa, porque ela narrou a história de um grupo, que
pode revolucionar o mundo e
salvar a humanidade, pela oração.
salvar a humanidade, pela oração.
Assim como, os cidadãos de hoje estão deixando as metrópoles e buscando a vida
simples no campo, as pessoas inteligentes estão descobrindo que, só o amor salvará o mundo, como pregou
Madre
Tereza de Calcutá.
E esse amor será mais eficiente se, abençoado pela proteção de Maria, mãe de
Jesus.
Acho que pinel estava eu,
no julgamento precipitado
da ação de Nívea.
da ação de Nívea.
E como um dever de
consciência, acabei fazendo essa crônica,
para me aliviar do remorso de fazer pouco,
da grandiosa arte da amiga.
para me aliviar do remorso de fazer pouco,
da grandiosa arte da amiga.
Parabéns aos carmelitas e,
a todas as pessoas devotas de Maria,
que realizam obras no anonimato de suas vidas,
para salvar a humanidade.
que realizam obras no anonimato de suas vidas,
para salvar a humanidade.
Parabéns, Nívea, seu livro me encheu de orgulho!
Grande Nívea!
Mirandópolis, 08 de janeiro
de 2012.
kimie oku
(kimieoku@hotmail.com)
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