TARDES DE DOMINGO
Há em nossa cidade muitos
artistas anônimos, que tocam uma viola, um teclado, um acordeon, um saxe.
São pessoas que
gostam de música e, aprenderam sozinhos a tirar um som, porque não puderam
freqüentar conservatórios musicais, por falta de recursos.
Nas sessões do
Sarau Cultural Biblioteca, que vem ocorrendo há mais de dois anos, sob a batuta
do Fred, muitos desses artistas têm se apresentado, e mostrado seus talentos.
A música é um
presente maravilhoso. E acredito que não haja no mundo, uma única pessoa que
não goste de música. Música caipira,
folclórica, erudita, gospel, gregoriana, funk, balada, rock, new wave... há música para todos os
gostos.
Fico imaginando
como os primeiros viventes descobriram o som. Alguém deve ter tropeçado acidentalmente numa cabaça, que fez um som
estranho..... depois, ao lançar pedras nos rios para caçar seus alimentos, deve
ter ficado maravilhado com o sibilar das mesmas..... e ainda ao ouvir o canto
dos pássaros, começou a imitá-los para atrair e, fazer deles uma refeição.....
E o som do vento
nas árvores, o som da chuva tamborilando... da água caindo nas cascatas.....tudo isso deve ter
sido uma descoberta fantástica.
Acho que começaram
a tirar os primeiros sons de canudos de bambu, brincando... soprando,
soprando...
E assim, pouco a
pouco, surgiu a música produzida pelos homens, que tanto nos encanta.
Há uma flauta
antiga de bambu, que produz sons inimitáveis. Sons belos e tristes que fazem
doer a alma. Sons de “shakuhachis”, hoje muito em moda no Japão.
É um pedaço de bambu, cujos sons imitam os barulhos da natureza – o canto dos pássaros, o canto das ondas do mar, o canto do vento, o canto das tempestades de areia. Quando ouço um shakuhachi, me vem a certeza de que, a música se originou do sopro de um pedaço de bambu. Não consigo atinar com outra origem.
É um pedaço de bambu, cujos sons imitam os barulhos da natureza – o canto dos pássaros, o canto das ondas do mar, o canto do vento, o canto das tempestades de areia. Quando ouço um shakuhachi, me vem a certeza de que, a música se originou do sopro de um pedaço de bambu. Não consigo atinar com outra origem.
Daí pra cá, quanta
evolução!
Surgiram os
poderosos berrantes para conduzir boiadas, as flautas doces, as gaitas, os saxofones, todos movidos a sopro.
A música pode também ser produzida por percussão. Os tan-tans de antigas tribos deram origem aos tambores,
pandeiros e atabaques. Nasceram da necessidade de comunicação à distância,
entre os habitantes de imensas florestas.
Berimbaus, kotôs,
violinos, shamisens e harpas produzem música fina, pela vibração das cordas.
Existem orquestras só de cordas, que se compõem de violinos, violas e
violoncelos. Produzem sons maravilhosos.
E ainda, a música
pode ser produzida apenas apertando-se
teclas de acordeon, órgão e pianos, cujo mecanismo sonoro é o mesmo dos
instrumentos de corda.
Hoje a tecnologia
já produz sons com instrumentos elétricos, como teclados, guitarras e pianos. Não têm a pureza de um
instrumento manual, porque vibram mais.
Mesmo assim, música
é música. E é sempre bem vinda.
E como possuímos
uns talentos esquecidos, já sugeri a alguns que
se unam e formem grupos de violeiros, sanfoneiros, pandeiristas e
flautistas.
E sugeri também a
algumas autoridades locais, que
aproveitem esses artistas, para
animar as tardes de domingo na avenida. Já imaginaram? Todas as tardes de
domingo com encontros musicais na avenida... Música a céu aberto, enchendo os
ares com o som das sanfonas, das violas e dos pandeiros.
Tenho a certeza
absoluta que, uma multidão compareceria, pelo prazer de ouvir e cantar junto, velhas canções. Atrairia jovens,
crianças e idosos, porque o gosto pela arte não tem idade. E quem sabe, encheria
a alma e a cabeça de jovens, que não têm
ocupação.... e quem sabe, quantos
talentos não revelaria?
A música abre um
mundo de possibilidades. Ela poderá transformar a nossa pequena cidade, num
centro de encontros musicais. Imagino jovens daqui dedilhando guitarras e
encantando a multidão.
Imagino as violas
resgatando velhas canções, do nosso cancioneiro. Imagino os atabaques e os berimbaus trazendo os sons da
África, da Bahia, do Nordeste...
Imagino as tardes
de domingos, repletas de música na avenida. Movimentando a cidade em torno da
arte musical. E o povo curtindo, gratuitamente... Seria uma festa!
Seria fantástico!
Quem adotaria essa
ideia?
Mirandópolis, julho de 2011.
Kimie oku
(kimieoku@hotmail.com)
Kimie; gostei muito da ideia de reunir os nossos musicos anonimos. Boa ideia. Tomare que de certo essa ideia. Parabéns mais uma vez....
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