quinta-feira, 24 de novembro de 2011

LITERATURA - CONFESSO QUE VIVI





"Quem não conhece o bosque chileno,  não conhece este
planeta.
             Daquelas terras, daquele barro, daquele silêncio, eu saí  a andar, a cantar pelo mundo."

            Assim Pablo Neruda , poeta chileno, Nobel de Literatura conclui o texto "O Bosque chileno"  na abertura de seu livro de memórias Confesso que vivi.
                   É pura poesia escrita em prosa,  em que ele descreve com aromas,  sons, cores, luzes, lágrimas e movimentos, as matas de sua terra.
                   É uma das mais belas descrições da natureza, já produzidas.
                   Neste livro autobiográfico, publicado em 1974, um ano após sua morte, Neruda fala de tudo que viveu..  Fala de sua infância em Temuco, nas terras da Araucania. Fala de sua adolescência, de sua iniciação literária. Sua jornada como Diplomata em terras  mui estranhas.
                   Seu encontro com intelectuais do mundo todo. Sua militância política, seu encontro com Che Guevara, Fidel e Luís Carlos Prestes. A este admirava com um misto de paixão e respeito. 
                  Fala da Espanha destroçada pelo Ditador Franco, e  da perda dolorosa do amigo e poeta Federico Garcia Lorca. 
                  E fala sobretudo,  do povo miúdo do Chile, cujos mineiros mais pobres que pobres, um dia,  lhe declamaram seus belos poemas , de viva voz.
                  Fala e esclarece a morte do Presidente Salvador Allende, que teve a coragem e a ousadia  de nacionalizar o bem mais precioso do Chile, o cobre.  O mesmo cobre,  tão cobiçado pela potências do mundo inteiro. Allende foi morto porque não entregou o cobre aos estrangeiros.
                  E  Neruda  deixou registrado como testamento, o sacrifício do  amigo Allende, que deu a vida pelo povo de sua terra. 
                  Foram as derradeiras palavras do grande poeta chileno.

              Mirandópolis, dezembro de 2010.

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