sexta-feira, 3 de maio de 2019

        
           A Escolinha
     Resultado de imagem para cartilha Sodré
       
        A escolinha era numa sala de parede meia com a venda da Fazenda.
       Naquela época, ninguém tinha carros para ir à cidade fazer compras. Então, o dono  da Fazenda  instalou uma venda, porque  ele e sua família moravam numa curva da estrada, onde passavam carroças e algumas jardineiras. Lá se vendia de tudo. Desde açúcar, baldes, alpargatas, querosene, chapéus de palha, pinga e fumo de corda, além de enxadas, machados e outros trens usados na roça. Sempre havia gente bebendo pinga. E junto à porta cavalos encilhados esperando seus donos.
A sala era grande e havia carteiras de dois lugares.
A primeira fileira era do primeiro ano, a do meio era do segundo ano e a  outra do terceiro ano. A primeira professora foi a dona Dirce. Muito atenciosa e gentil, perguntava muito para os alunos participarem da aula. A cartilha para alfabetizar foi a Sodré de Benedicta Sthal Sodré. Era ilustrada com figuras em preto e branco e a primeira lição dizia A pata nada pata pa nada na... aprendi logo a ler tudo, tal a ânsia de aprender...
A lousa era uma parede preta e o giz era branco.
No Recreio comíamos a comida que levávamos na latinha retangular de alumínio. Quem podia levava arroz com ovo frito. Mas, havia gente que não levava nada. Acho que não tinha recursos...
Nossa! Como gostaria de sentir outra vez o sabor daquele arroz salpicado de salsa verdinha que mamãe preparava todas as madrugadas...
     1949... Mamãe...
    Mirandópolis, abril de 2019.

kimie oku in


Nenhum comentário:

Postar um comentário