A Escolinha
A escolinha era numa sala de parede meia com a venda da Fazenda.
Naquela época, ninguém tinha carros para
ir à cidade fazer compras. Então, o dono
da Fazenda instalou uma venda,
porque ele e sua família moravam numa
curva da estrada, onde passavam carroças e algumas jardineiras. Lá se vendia de
tudo. Desde açúcar, baldes, alpargatas, querosene, chapéus de palha, pinga e fumo de corda,
além de enxadas, machados e outros trens usados na roça. Sempre havia gente
bebendo pinga. E junto à porta cavalos encilhados esperando seus donos.
A sala era grande e havia carteiras de dois lugares.
A primeira fileira era do primeiro ano, a do meio era do segundo
ano e a outra do terceiro ano. A
primeira professora foi a dona Dirce. Muito atenciosa e gentil, perguntava
muito para os alunos participarem da aula. A cartilha para alfabetizar foi a
Sodré de Benedicta Sthal Sodré. Era ilustrada com figuras em preto e branco e a
primeira lição dizia A pata nada pata pa nada na... aprendi logo a ler tudo,
tal a ânsia de aprender...
No Recreio comíamos a comida que levávamos na latinha retangular
de alumínio. Quem podia levava arroz com ovo frito. Mas, havia gente que não
levava nada. Acho que não tinha recursos...
Nossa! Como gostaria de sentir outra vez o sabor daquele arroz salpicado de
salsa verdinha que mamãe preparava todas as madrugadas...
1949... Mamãe...
Mirandópolis, abril de 2019.
1949... Mamãe...
Mirandópolis, abril de 2019.
kimie oku in
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