quinta-feira, 2 de maio de 2019




                    A Olaria
       Após o episódio do carro preto com gente estranha, papai nos ensinou um caminho mais seguro para ir à escola.
       Entretanto, tínhamos que passar por uma matinha fechada do nosso vizinho senhor Paulo Pascoal.
Era uma mata virgem equivalente a dois quarteirões com árvores imensas e um carreador muito estreito. Era tão densa, que às seis e meia da manhã, era tudo escuro...  E ficávamos sobressaltadas, com o barulho que alguns bichos faziam à nossa passagem.  As árvores imensas filtravam a luz do sol e aqui e ali havia um clarão. Passávamos correndo por essa matinha, sempre com muito medo... Mas encarávamos tudo com coragem.
Mas, no fim da mata havia um pasto verde e aberto.
E logo depois passávamos na casa do Aristeu, que também ia à escola. E lá na casa dele vímos pela primeira vez um moinho. Era uma roda grande, no meio ficavam duas pessoas colocando água e barro num tambor. Por cima havia uma trave grossa, que dois animais puxavam sempre numa direção para amassar o barro. Após um tempo, o barro lisinho era colocado em caixas de madeira para secar. Era a produção de tijolos da época...
Naqueles tempos, as casas eram de tábua, porque havia muita madeira disponível
Às treze horas quando retornávamos, os homens e os animais continuavam na labuta.
E havia uma porção de tijolos secando ao sol.
A indústria dos tijolos estava começando de forma artesanal.
Era 1949...
Mirandópolis, maio de 2019.
.Resultado de imagem para olaria antiga artesanal movida por animais

kimie oku in


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