Dengue
A doença da moda é essa tal de Dengue.
Está tão vulgarizada, que as pessoas nem
lhe dão muita importância.
Mas, é uma doença terrível, transmitida
por um bichinho minúsculo chamado Aedes Egypti, comumente chamado pernilongo.
Há séculos que esses pernilongos veem se alimentando do sangue dos mortais e
nunca ninguém lhes deu muita importância. Mas, de repente suas picadas se
tornaram mortíferas. E ai o mundo começou a
se mobilizar para combatê-los.
Honestamente falando eu mesma nunca me
importei com as centenas de picadas que eles já me deram! (Acho que tenho
sangue doce! Porque se há cinquenta pessoas num ambiente e um só pernilongo,
ele vem justamente atacar a mim!) E como coça a sua picada, forma calombos e sofro
por dias esfregando o local. Por isso odeio esses malditos bichinhos.
Há uns anos tive Dengue, mas não foi
muito ruim. Eu era mais jovem, tinha mais resistência. Mas agora me pegou de
fato.
Começou num sábado com indisposição
generalizada, sem vontade de sair de
casa, sem vontade de fazer compras, sem vontade de visitar amigas doentes, sem
vontade de ligar pra ninguém... O corpo só pedia cama e fiquei estirada na
horizontal, como uma morta.
Achei que era problema de labirintite,
que me ataca às vezes... Mas a coisa foi num crescendo e no Domingo eu estava
realmente doente, sem apetite e olhe que sou comilona mesmo! O mal estar se
agravou com ânsias de vômito, fraqueza, pernas bambas e uma canseira sem fim.
Até me levantar da cama virou tortura. Ir à cozinha beber alguma coisa me
deixava prostrada de canseira. Aguentei
uns dias até que meu filho me levou a um médico particular. Ele só me mandou tomar Dipirona e Paracetamol, muito líquido e fazer
um Hemograma. E a mocinha do laboratório me disse que exame só depois de sete
dias após os primeiros sintomas... E não
me orientou nada. Voltei pra casa e passei a tomar Dipirona e Paracetamol de
seis em seis horas. Aí danou de vez. O
remédio me atacou de vez e nada parava no estômago. E a sensação de vazio no
corpo e na alma foi progredindo de tal forma que achei que a morte seria a
solução...
Então uma cirandeira, a amiga Maria de Fátima Sanches me ligou e me sugeriu procurar o Posto de
Saúde, para me reidratar com soro e fazer a
Prova do Laço, que consiste em avaliar o estado dos vasos capilares.
Meu esposo me levou e ficamos das 14.30
às dezenove horas entre o Centro de Saúde e o Hospital Geral. Fizeram os
exames, passei por avaliação de dois médicos, coletaram meu sangue e me passaram
soro. Não posso reclamar do atendimento.
Havia tanta gente para ser atendida, mas todos foram solícitos e cuidaram de
mim com a maior atenção. Especialmente o médico Dr. Weber, que me explicou que
a queda das plaquetas pode ocasionar sangramento facilmente, daí a Dengue
Hemorrágica.
Quando me senti um pouco animada postei
no face as minhas condições. E os amigos todos se empenharam em me ajudar. O
Manoel Eduardo Correa disse que deveria tomar suco de inhame com laranja para
elevar o nível das plaquetas e gelatina para ajudar na recuperação. Sabendo que
o inhame pode ser tóxico, usei moderadamente desse tratamento, mas foi um santo
remédio. Tomei muita água de coco também. Em dois dias eu estava me ressuscitando. E consegui comer alguma
coisa. Gelatina realmente é uma boa pedida, porque é refrescante e não provoca
enjoo. E todos os dias tomava o suco de inhame com laranja e outra fruta. Fui me
fortalecendo rapidamente e consegui ingerir comida salgada. E percebi que
comida de fora é mais digerível. Meu filho mandou uma comida de restaurante no
dia das Mães e consegui consumi-la, sem nenhum enjoo. Fiquei mais forte.
Felizmente não tive dores de cabeça, no fundo
dos olhos, nem febre alta, nem dores no corpo, nem coceira e não fiquei
vermelha. Sei que ainda estou
convalescendo, mas estou bem, graças a Deus.
Foram duas semanas perdidas, em que me senti totalmente inútil
porque não gosto de ficar parada. Já fui pro sítio, já fui fazer compras, mas o
cansaço é forte ainda. O veneninho do bicho ainda está no meu sangue. E sei que
preciso me poupar para não detonar meu fígado e nem o coração. Mas
a minha preocupação agora é que ninguém mais pegue essa coisa.
E todos os dias passo veneno nos ralos externos, porque os de
dentro estão tampados e coloco repelentes em todos os ambientes.
Não quero que ninguém passe pelo que passei.
Sobrevivi! Graças a Deus!
Sobrevivi! Graças a Deus!
Mirandópolis, maio de 2019.
kimie oku in
http://cronicasdekimie.blogspot.com.br/
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