Na boiadeira...
Já no segundo ano, éramos um grupo grande
para caminhar o trecho para ir à escola.
Havia meninos e meninas que se juntavam
ao grupo conforme íamos caminhando. Era tudo gente simples da roça, sem nenhum
luxo. E ninguém reclamava da caminhada sob o sol quente de fim de ano.
Tínhamos duas amigas, que eram primas
entre si. Divanilde e Adelirde Petenati. Moravam na estrada boiadeira, que era
onde passávamos os maiores sustos, quando as boiadas apareciam. Corríamos para
o meio do pasto, para fugir dos bichos e os condutores ficavam rindo...
Um dia, eu estava caminhando com os
outros de volta para casa, quando os meus pés afundaram no areião quente da
estrada boiadeira e perdi os sentidos.
Só me lembro de gente gritando ao meu redor e de mais nada. Mais tarde soube
que, me levaram para uma casa nas proximidades
e algum adulto se encarregou de avisar minha família...
Naqueles tempos tudo era difícil, sofrido e obrigado.
Com certeza era demais para uma criança de sete anos caminhar todos os dias, oito a
dez quilômetros para ir à escola.
Mas, foi assim que aprendi
a ler e a escrever.
E sou muito grata aos meus pais por isso.
Hoje eu nada seria se não soubesse escrever meus pensamentos.
E sou muito grata aos meus pais por isso.
Hoje eu nada seria se não soubesse escrever meus pensamentos.
Mirandópolis, maio de 2019.
kimie oku in
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