No Ginásio
No Ginásio fui aluna dos maravilhosos
Professores: de Latim Francisco de Assis Neves, de Português Dirce Jodas Gardel,
de Francês Dona Florinda, de
História dona Ernestina esposa do
Professor de Latim, de Ciências dona Zena
que chamávamos de dona Maisena, de Matemática
seu Osvaldo, de Inglês uma
senhora super fina que chegava todos os dias dizendo Good afternoon!, de Geografia
Dalva Monteiro Colaferro, que veio a falecer quando eu estava na 3ª série. Era
uma moça bonita, alta, elegante e muito competente no ensino da Geografia.
Fomos ao seu enterro em Araçatuba e a família ficou muito comovida com aquele
bando de alunos, todos uniformizados no velório... Hoje uma das ruas de nossa cidade leva o seu nome Rua Profª Dalva Monteiro Colaferro.
Um dia, apareceu um Professor muito elegante
e bonito chamado Carlos Roberto Pádua de Assis. Acho que todas as Professoras
se apaixonaram por ele, especialmente a dona Dirce. Não só era bonito como
muito competente. Viera de Mococa e ensinava Desenho. Ensinava Desenho à mão livre, não o desenho estereotipado. Entendia tudo de Artes.
Um dia levou a terceira série à nossa Igreja Matriz para explicar a beleza da
construção. Comentou sobre a Arte Sacra, sobre Arte Romana, sobre colunas, mosaicos, arcos e volutas. Até então ninguém sabia que a
nossa Igreja era tão bela. Foi nesse dia que descobri a beleza da Arquitetura.
E nunca soube de outros Professores ensinando in loco sobre Artes. Um desperdício!
No Ginásio tinha pavor de Matemática. Fiquei
duas vezes para a Segunda Época, que era a chance para vencer uma matéria,
depois de dois meses de estudos nas férias. Tive um Professor que me gritou para
baixar noutro centro! E eu nem sabia porquê ele estava tão bravo! E menos ainda
o que era um centro!
Estudei com afinco até a 3ª série no Ginásio Estadual de Mirandópolis. Muitas vezes o trem se atrasava de três a quatro horas para
nos levar de volta para Lavínia. A solução
era ir a pé os seis quilômetros... E o bando todo de quarenta alunos se punha a
caminhar... Era uma turma barulhenta, sempre uns tirando sarro nos outros... Às
vezes conseguíamos caronas nas carrocerias de caminhões, que eram mais baixos
que os de hoje. Não havia ônibus para transportar estudantes. A gente tinha que
se virar. Às vezes subíamos no barranco quando trombávamos com boiadas... Os
bois eram conduzidos pelas estradas, não havia caminhões para transportá-los...
A quarta série fiz em Lavínia no recém
inaugurado Ginásio, que hoje é uma Escola Municipal para os miúdos.
Foi no Ginásio, com a Professora Dirce Jodas Gardel que tomei gosto pela Leitura e Redação. Também só tinha que gostar de escrever pelo tanto de leitura que fazia. Pegava sempre três livros emprestados para o final de semana, e os devolvia na segunda feira, tendo devorado todos. Conforme fui crescendo aprendi a selecionar as leituras. Infelizmente, a Bibliotecária não sabia orientar nem indicar leituras apropriadas. Então, li de tudo. Cheguei a ler autores estrangeiros tudo misturado com os nacionais.
Leitura seletiva foi só depois de adulta.
Mas a descoberta da Biblioteca foi para mim como achar a arca do tesouro.
Ainda hoje leio muito, mas atualmente mais livros japoneses.
Mirandópolis, maio de 2019.
kimie oku in
http://cronicasdekimie.blogspot.com.br/
Foi no Ginásio, com a Professora Dirce Jodas Gardel que tomei gosto pela Leitura e Redação. Também só tinha que gostar de escrever pelo tanto de leitura que fazia. Pegava sempre três livros emprestados para o final de semana, e os devolvia na segunda feira, tendo devorado todos. Conforme fui crescendo aprendi a selecionar as leituras. Infelizmente, a Bibliotecária não sabia orientar nem indicar leituras apropriadas. Então, li de tudo. Cheguei a ler autores estrangeiros tudo misturado com os nacionais.
Leitura seletiva foi só depois de adulta.
Mas a descoberta da Biblioteca foi para mim como achar a arca do tesouro.
Ainda hoje leio muito, mas atualmente mais livros japoneses.
Mirandópolis, maio de 2019.
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