E alguém achou que era necessário
programar as construções, para facilitar o trânsito de pessoas, cavalos e carros de bois.
A urbanização organizou as cidades em
quadras simétricas, deixando espaço entre elas, para o tráfego dos meios de
transporte e, também para os transeuntes.
Com o advento do carro automotorizado,
foi preciso alargar as ruas, e percebeu-se a necessidade de uma passarela, para
as pessoas circularem com segurança.
E assim , surgiu a calçada. E ficou
determinado que a rua é dos carros e a calçada é dos pedestres.
A calçada é dos pedestres.
É uma passarela, reservada para as
pessoas usarem, sem perigo de serem atropeladas pelos carros, que trafegam nas
ruas.
Hoje porém, o perigo não vem das ruas.
Vem das lojas.
Há uma porção de lojas nesta cidade,
que usam a calçada como extensão delas. Ali expõem suas mercadorias, como se
fosse uma feira.Desrespeito total.
Calçada é passarela do pedestre.
Há algumas esquinas, sem calçadas para os
transeuntes, porque estão sempre atravancadas de móveis, bicicletas, pilhas de
cadeiras, armários, roupa, fileira de eletrodomésticos e até... automóveis.
Dois anos atrás, havia apenas algumas lojas
que assim procediam, hoje há mais de vinte.
A calçada é do transeunte, em toda a extensão.
Qualquer obstáculo obriga o passante a apelar para a rua, onde corre o perigo
de ser colhido por uma moto, um carro.
E os lojistas nem estão aí... deixam uma faixa
estreita para uma pessoa transitar, e acham que está tudo bem.
Mães que empurram carrinhos de bebê, pais com
duas a três crianças, pessoas idosas, com dificuldade de caminhar passam por aí, e sofrem quando cruzam com outras pessoas. Às vezes, se enroscam em bicicletas,
outras contornam os carros, ali plantados sobre a calçada, e usam a rua sempre
com risco de serem colhidas por motos e outros carros.
E tudo isso, por quê?
Falta de consciência do lojista, que não
respeita o ser humano, o provável cliente. (Eu particularmente, evito comprar
nessas lojas, que usurpam nossos direitos e, conclamo os leitores que façam o
mesmo, para mudar a situação)
Há lojas que, usam a calçada como oficina de
trabalho, montando móveis... e os passantes que se danem.
E tudo para vender mais, lucrar mais. Dinheiro
tem mais valia que a vida do cliente.
Calçada é do pedestre.
Até quando vamos proceder como terceiro mundo,
usando de artimanhas e recursos ilegais, para encher os bolsos?
Se você é estabelecido legalmente, por quê
apela para procedimentos próprios de economia de bolha?
Respeito é bom e não faz mal.
Calçada é passarela do pedestre!
Calçada não é cozinha!
Calçada não é sala de estar!
Calçada não é quarto de dormir!
Calçada não é guarda-roupa!
Calçada não é garagem!
Calçada não é área de serviço!
Calçada não é depósito!
Calçada é do pedestre!
Ninguém gosta de ser desrespeitado.
Já imaginou, senhor lojista desrespeitoso, se
em contrapartida, alguém tivesse a ideia de levar para o interior de sua bela
loja, tudo que não cabe em nossas casas?
Roupas, cadeiras, armários, fogões, estantes,
máquinas de lavar, bicicletas velhas e, até aquele carro antigo, que não cabe na
garagem?
Seria um Deus nos acuda, né?
Pois é
exatamente isso, que o senhor está fazendo, ao usar a calçada como propriedade
sua.
E ela não é sua !
É do povo!
Para finalizar, será que há alguém
lucrando por fora, com esse desleixo na
cidade?
Por quê as autoridades fazem que não vêm?
Será que há alguma propina rolando ?
3º Mundo.....4º Mundo... Submundo....
Se não é isso, por quê ninguém faz nada?
E a Lei orgânica do Município? Para quê serve?
Calçada é do pedestre!
E ponto final!
Mirandópolis, 22 de abril de 2010.
Kimie oku
Ausência de fiscalização, ausência do Poder Público. João
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