João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano de Recife, foi Diplomata e residiu em vários países da Europa, sobretudo
na Espanha.
na Espanha.
Em Morte e Vida Severina, sua obra mais famosa, narra o sofrimento do retirante, que foge da seca do Nordeste, como o fez Graciliano Ramos
em Vidas Secas.
em Vidas Secas.
É uma narrativa pungente.
Nomeia severina à vida tão sofrida do retirante, que se confunde com a morte, que é
também severina.
também severina.
Cidadão do mundo, vivendo na Europa, em ambientes refinados da Diplomacia, mesmo assim, conservou na essência, a compaixão pelos conterrâneos, castigados pela
seca de sua terra..
seca de sua terra..
Sente a dor e a impotência do nordestino, ao sonhar :
"... nesta terra
tão fácil, tão doce e rica
não é preciso trabalhar
todas as horas do dia,
todos os dias do mês,
os meses todos da vida. "
E vendo a cova-sepulcro, grita a insignificância, a que reduziram o homem nordestino :
" _ É de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe neste latifúndio."
E resume a forçada emigração dos homens :
" _ Não é viagem o que fazem
vindo por essas caatingas, vargens;
aí está o seu erro;
vêm é seguindo seu próprio enterro."
Os poemas de João Cabral machucam profundamente, porque são gritos dolorosos de denúncia, do sofrimento humano.
Mais ainda , cantados na voz de outra nordestina, Elba Ramalho.
Mirandópolis,dezembro/2010
kimie oku
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