crônica - RESPEITO
Tocada pelas saudades, que vão se acumulando com o avançar
dos anos, resolvi organizar o álbum da
família.
Juntei as fotos de parentes e familiares, pedindo para uns e
outros. Recorri até a parentes de outra cidade , para conseguir fotos antigas,
que é uma paixão minha. Gosto muito de fotos
em preto e branco.
Como havia fotos degradadas pelo tempo e manuseio, pedi a um
jovem para recuperá-las.
Esse jovem, mesmo sendo muito moço ainda, tinha um cuidado
extremo para manusear as fotos, porque sabia que eram umas relíquias para mim.
Quando havia escaneado algumas, ele me pediu para ir à sua loja,
conferir o resultado.
E certa manhã, estava eu a verificar com ele as fotos no
computador, e a sua assistente estava atendendo os clientes no balcão. Ela xerocava
documentos e, entregava fotos já copiadas.
De repente, chegou um “cabeça de bagre”, que gritou :
“- Vim buscar a
fotografia de uma vaca!”
Um professor que estava aguardando para ser atendido, falou
: “É nelore?”
O caboclo deu uma gargalhada.
O jovem que me mostrava as fotos no computador, disse para a
assistente: “Não me lembro de ter copiado nenhuma vaca!”. Mas a moça continuou
procurando.
Nisso, o peão disse: “É de uma mulher. E se chama V......”
Ficamos todos boquiabertos, por ele ter chamado a mulher da
foto de vaca. Mesmo assim, a moça entregou a foto de uma senhora idosa, e lhe
perguntou: “Quem é?”
E ele: “É minha mãe!” e deu uma sonora gargalhada.
E o cidadão, cabeça
de bagre, grosseiro como ele só, tinha aproximadamente uns cinqüenta anos de
idade...
Mirandópolis, fevereiro de 2010.
Kimie oku
(kimieoku@hotmail.com)
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