Ganhei recentemente, três CDs de música orquestrada de cinema : Glenn Miller, Billy Vaughn, Henri Mancini, Mantovani, Ray Conniff, Paul Mauriat, entre outros.
Ouvir esse tipo de música é viajar no tempo, e voltar aos anos 60, 70 e 80.
É relembrar filmes famosos vistos no cinema : Nunca aos domingos, O Poderoso Chefão, Os girassóis da Rússia, O passo do elefante, Pappillon, Último tango em Paris, Casablanca, Êxodus, Romeu e Julieta, Uma arma para Ringo, Zorba, o grego, O expresso do Oriente, Love story...
Ouvindo Tema de Lara, Aquellos ojós verdes, As time goes by, Mammy blue, Moon River, Besame mucho, Look for a star... parece que a gente consegue recuperar um tempo, que nunca mais se repetirá.... uma época em que, tudo tinha a graça da novidade, quando os nossos sentidos não estavam ainda embotados, com a despersonalização da tecnologia.
Ouvindo e curtindo essa maravilhosa música, das mais famosas orquestras de então, penso que eu e a minha geração fomos muito felizes - vivemos uma época, em que tudo era restrito e, os nossos desejos não eram prontamente satisfeitos. O querer, o desejar, o esperar era sempre um tempo de curtição, de felicidade antecipada e ansiosamente aguardada. A expectativa já era uma felicidade.
Hoje, as coisas ocorrem num caos, um fato atropelando outro, de tal forma que, pouca gente sente de verdade e, aprecia até o âmago, a mensagem de um belo filme, a doçura de uma boa canção.
E quando o filme e a canção têm ressonância, logo outro filme, outra canção vêm apagar essas boas sensações.
Por quê queremos viver tão apressadamente?
Ver tudo, ouvir tudo, comer tudo, experimentar tudo, ter tudo virou moda nos dias de hoje.
Viver assim desesperadamente, não tem sentido. É tal qual uma folha solta ao vento, ao Deus dará, sem tocar o solo, sem se encontrar nunca. Passar pela vida sem ter vivido.
É tão bom degustar o perfume que vem das flores, após uma chuva de verão. Ouvir as estrelas numa noite silenciosa. E sentir a poesia que flui dos acordes de um piano... para curtir assim a vida, é preciso viver cada momento na plenitude, voltado para o próprio eu, sem a urgência do tempo, dos compromissos...
Dar-se conta do arco-íris maravilhoso, que de repente aparece lá longe, do pôr-do-sol deslumbrante que até os pássaros emudecem, do silêncio tão confortável das madrugadas...
E sobretudo, ouvir música.
Look for a star.
Moon River.
Mammy blue.
Besame mucho.....
Mirandópolis, janeiro de 2010.
kimie oku
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