sábado, 31 de março de 2018


        
      Deu cupim!
   E de repente, deu cupim no meu armário!
      Quero dizer de repente descobri, mas os bichinhos lá estavam há bastante tempo, corroendo as madeiras compensadas das prateleiras. São silenciosos e trabalham no escuro, e só fui perceber porque havia uma porção de bolinhas miúdas sobre as caixas...  Serragem... Excremento deles. 
     Numa situação dessas a gente fica sem ação. O que fazer? Como combater? Será que o armário vai desabar? Vão comer minha cama e os armários de cerejeira? Vão comer os tacos do chão, que conservo com extremos cuidados?
     Primeira medida: fui a uma loja de produtos agrícolas e comprei um cupinicida, que funciona mesmo! É um frasco em tubo como esses que a gente usa para combater pernilongos, mas possui um bico com cano fino para injetar o veneno no buracos.

      Injetei bastante veneno onde consegui.
    Em seguida pedi ao Edson que reforma móveis, para avaliar o estrago e a restauração. Ele prontamente retirou todas as madeirites e as substituiu. Cada pedaço parecia apenas lascas de madeira leves como folhas de papel, de tão devastadas. O bichinho come mesmo. Inimaginável! Um bichinho pequenino que devora madeira!
      O trabalho de restauração foi rápido e fácil? Qual!
Ficamos uma semana com o quarto todinho desorganizado, por conta das caixas espalhadas pela casa; desinfetando o armário e removendo as tábuas para substitui-las... Felizmente, as caixas protegeram as cobertas e os travesseiros e não houve nenhum estrago. Por orientação do Edson passamos querosene nas paredes internas para protegê-las. Porque querosene espanta os insetos, como eu já havia percebido. Uso querosene para proteger os tacos de minha casa, além da cera.

Com o ocorrido, aprendi que o cupim se organiza em colônias como as formigas e as abelhas. Têm o Rei e a Rainha, as obreiras, os operários... E é muito difícil combatê-los. Existem cupins que constroem aqueles murundus no meio do pasto, que parecem fornos feitos de concreto... Outros fazem umas bolas pretas nas torres das igrejas, no topo das árvores... São esses mesmo que infestam as nossas casas, por isso é necessário combatê-los antes que invadam as casas. E existem os cupins que comem os troncos de árvores podres. Lá no sítio tem uma porção deles, e eles atuam como zeladores da natureza.

Felizmente, percebemos a infestação desses bichos antes que destruíssem os armários, as camas, e demais móveis. Numa determinada casa, eles chegaram a destruir armários embutidos... E o estrago foi imenso. Nesse caso foi preciso requisitar o serviço de uma Empresa especializada para desinfecção da casa toda.
Conforme o Edson, os cupins gostam de comer a madeira mole e fina. Eles só destroem armários quando acabam as madeiras compensadas... Não gostam de madeira dura e resistente.
Com esse fato, aprendi que a gente não pode descuidar nem um pouco da casa. Porque se bobear, enquanto dormimos, os bichinhos podem estar corroendo nossas camas...
Cupim? Vade retro!




Mirandópolis, março de 2018.
kimie oku in


quarta-feira, 7 de março de 2018


        Yes, nós temos um Elefante Branco!
      

      
      Um rei dava um elefante branco de presente aos súditos que não gostava. Embora fosse um presente real, o bicho custava caro para ser cuidado, ocupava muito espaço e não servia para nada...
      Então, quando os mandatários dos países começaram a construir obras faraônicas, que abandonavam antes de terminá-las, a sabedoria popular as denominou de elefantes brancos...
Obras gigantescas, sem um planejamento, sem recursos com a mudança de governos foram deixadas inconclusas, mesmo tendo custado fortunas e fortunas. Assim foi com a Perimetral Norte, que pretendia abrir uma estrada asfaltada de 500 quilômetros, ligando Amapá a Colômbia. Assim também foi com a Transamazônica, que ligaria o Leste ao Oeste do Brasil. Assim também está sendo a Transposição do São Francisco, cuja obra nunca termina. E outras dezenas de obras que consumiram muita mão de operários, muito dinheiro público e estão abandonadas a céu aberto, com o mato adentrando no seu interior e cobrindo para sempre uma obra de engenharia, que pretendia ser moderna, útil e benéfica para o povo.
Mas, não é só a nível federal ou estadual que isso acontece!
Nós mirandopolenses também tivemos uma obra que por anos e anos incomodou os políticos locais. Foi o prédio da FIPAM, que pretendia ser uma Feira permanente da Indústria, Pecuária e Agricultura local. Era uma construção rústica é verdade, e por anos e anos ocupou enorme espaço e não serviu para nada, porque a Feira não teve prosseguimento. E por fim, foi demolida e ali se construiu a sede da Prefeitura e da Rodoviária, que ainda estão cumprindo sua finalidade, mesmo em condições precárias.
De lá pra cá, muitas necessidades teve o Município e o orçamento sempre foi insuficiente. Além da manutenção das obras públicas para atender à população, havia necessidade urgente de se construir um novo prédio para abrigar o Fórum local. Após 64 anos e muitas negociações, o Fórum foi construído em local privilegiado e todos respiraram aliviados. O prédio antigo não tem condições nem de guardar o arquivo da Comarca, porque chove lá dentro e fica inundado... Não oferece segurança em sessões de julgamentos. A OAB local grita e esperneia, mas os manda chuvas lá de cima inventam uma lista de desculpas, para não viabilizar a construção de uma rotatória para dar acesso ao novo prédio do Fórum. O prédio moderníssimo custou ao Estado a cifra imensa de nove milhões de reais! Foi concluído em 2015 e está abandonado, à mercê do mato que já está invadindo as dependências. E algumas alas já precisam de reparos... Sem nunca terem sido usadas!
Parece piada, mas é a triste realidade aqui em Mirandópolis.
Será que estão esperando a próxima campanha eleitoreira para subornarem o eleitorado?
Se não é isso, o que será?
Alguém poderá explicar isso?
Elefante branco.
Mirandópolis, março de 2018.
kimie oku in