terça-feira, 29 de novembro de 2016

     Última Cirandada do ano
   Na sexta feira passada, dia 25 fizemos o nosso derradeiro encontro do ano.
     Era uma tarde quente e luminosa.
     A maioria dos cirandeiros compareceu.
     Mesmo gente que estava meio adoentada resolveu ir, para curtir a companhia dos amigos.
     Os músicos de sempre não falharam, acrescidos do cantador Toninho, que tem uma voz linda e canta muito bem.
     Desde as 14 horas a cantoria tomou conta do espaço. As sanfonas e os violões não deram trégua.
    O Milton e a Remir vieram da Ilha, com a alegria de sempre. E a Regina Mustafa, Prefeita eleita para o próximo mandato, achou uma brecha na sua agenda lotada para curtir a companhia dos amigos.

     Foi uma tarde boa de cantoria, de conversa entre amigos e muita risada. Teve lanche com fartura, muita água e até lichia.
     Quem compareceu aproveitou a tarde, porque foi um dia feliz.
     Em 2017 tem mais.
     Até lá, cirandeiros!


     Mirandópolis, novembro de 2016.
     kimie oku in


domingo, 27 de novembro de 2016

A morte do nosso Planeta
  
 Quando Deus criou o homem, lhe deu um lugar para morar, o planeta Terra. E há milhões de anos, os seres humanos e os demais viventes têm pisado esse chão, que inicialmente era um verdadeiro paraíso para se morar.
      Não acredito na história ridícula de Adão e Eva, mas creio piamente que o Paraíso existiu em nosso planeta. Era um lugar coberto com florestas imensas, onde viviam os homens e todos os seres viventes de forma mais ou menos pacífica... Havia rios e cascatas onde seres aquáticos viviam livres e saudáveis.
      Era para o homem viver eternamente nesse paraíso, mas  obcecado em procurar meios para facilitar sua vida, ele foi aos poucos destruindo tudo que havia ao seu redor. Destruiu as matas, poluiu os rios, apodreceu o solo com venenos tóxicos... Caçou até a extinção a maioria dos bichos, mesmo os que não eram fontes de sua alimentação. Muitos foram mortos pelo simples prazer de caçá-los e vencê-los.
      E nessa esteira de destruição, aos poucos conseguiu desertificar várias regiões da Terra e despovoá-las. As regiões habitáveis estão se reduzindo cada vez mais.
     A irresponsabilidade do homem em relação à natureza chega a níveis inomináveis. Ninguém se importa com o meio ambiente, com as árvores que estão sendo devastadas, com os rios sendo assoreados e com o ambiente poluído. É como se cuspisse no prato que come todos os dias...
    Eu sinto essa irresponsabilidade em todos os níveis governamentais, e até nas Ongs, que gritam e esperneiam mas já se calaram diante da tragédia de Mariana... Parece até que se esqueceram dos moradores ribeirinhos, que sofrem as consequências e sofrerão por muito tempo ainda. Ninguém se preocupa com a dor alheia. E as autoridades fazem cara de paisagem, para o problema que devastou imensas áreas, em dois importantes Estados.
      Na Chácara Prando, onde realizamos os encontros da Ciranda, há uma matinha ciliar em volta de um corguinho de pouca água que, corre mansamente na sombra. Esse córrego era alimentado por pequenas minas, ou olhos d’água, que havia logo acima. Certa vez fomos conhecer a matinha de perto, e até pensamos em realizar um encontro à sombra das árvores, porque é um lugar muito bonito e agradável. Há um imenso salão natural, com cobertura totalmente verde, que poderá ser usado como local de veraneio. Ainda não fizemos nenhum piquenique lá... Mas, quem sabe um dia? É totalmente verde e refrescante lá.
     Pois bem, daí uns tempos, foi feito um loteamento, onde se construíram muitas casas, logo acima da Chácara dos Prando. E ao realizarem a terraplenagem do espaço, toda a terra removida veio ladeira abaixo... E enterraram todos os olhos d’água...
      Chamaram o IBAMA, mas nada foi feito.
     A areia tomou conta do espaço, e as minas foram enterradas. E a água que corria por lá diminuiu drasticamente de volume. E não vai demorar para a matinha ciliar perder a força e acabar secando... Chega a doer o coração ao constatar que, aquela bela matinha estará extinta em futuro próximo...
      O que assusta nesse episódio é que pequenos veios de água estão sendo enterrados todos os dias e ninguém se preocupa. Ninguém toma uma atitude. Um olho d’água é enterrado aqui, outro ali, e logo o córrego acabará secando. Ora, os córregos e os pequenos riachos são os afluentes que alimentam os rios. Quando se extinguem os afluentes, em consequência os rios acabarão morrendo. E a morte de um rio significa a morte da biodiversidade que vive em suas águas.
     Todos comentam que os rios estão sendo assoreados com as terras que descem das roças, dos morros e das colinas. Os lavradores trabalham a terra e quando ela fica solta sem plantio, vem a chuva e leva toda a camada cultivável para os lugares mais baixos, onde correm os ribeirões. Para se evitar que essa terra se deposite no leito dos riachos, sempre existe uma proteção natural de árvores que é a chamada mata ciliar, porque funciona como os cílios que não deixam os ciscos atingirem nossos olhos.
     Mesmo com tantas leis de proteção ao meio ambiente, percebe-se a irresponsabilidade de empresas que trabalham com a terra e com os rios. As matas ciliares estão se reduzindo mais e mais e, os leitos de rios estão virando depósitos de todo lixo que o homem produz. Não sei que destino estão dando ao lixo biológico dos hospitais da cidade, mas um tempo atrás era jogado no córrego que passa na Área Verde... E o córrego alimenta rios e as pessoas nadam neles, consomem seus peixes... Daí, vira um círculo vicioso: aumenta a população doente que vai para os hospitais e produz o lixo biológico, que por sua vez é jogado nos rios, onde se desenvolvem e multiplicam rapidamente as bactérias, os vírus e os fungos... Tudo errado! Espero que isso não esteja mais acontecendo.
      Os rios são fontes de vida e como tais devem ser preservados, para que toda a natureza se desenvolva de forma saudável.
    No Japão, o tratamento dado aos rios e aos mananciais é de tal reverência, que até fazem romarias anuais em alguns vilarejos, para agradecer a bênção da água. Festivais são realizados com danças e orações de forma muito tradicional, em agradecimento à água que alimentou os arrozais e pedindo que ela nunca falte... E assim, todos os cidadãos aprendem desde muito pequenos a respeitar os córregos, os rios, enfim a água tão indispensável à vida.
      Em alguns povoados primitivos, os pequenos rios foram desviados de seu curso natural para correrem nos quintais das casas. Mas, tudo feito com pedras para garantir que a água corra sem desperdício. E os moradores cultivam pequenas hortas alimentadas por essa água gratuita que desce do morro. E as donas de casa lavam os legumes nessa água corrente... Lavam suas louças. E os restos de comida alimentam os peixes que lá vivem tranquilamente. Em perfeita harmonia com outros seres viventes. Relação respeitosa e harmônica dos moradores com todos eles...
      Quando temos muito, nem sempre aprendemos a poupar, a evitar o desperdício. No Japão há pouca terra cultivável, então cada pedaço é cuidado como um tesouro herdado de ancestrais. .
      No Brasil, há extensões e extensões de terras não cultivadas, por isso damos pouca importância às áreas que nos pertencem. Deixamos que derrubem o único pé de ipê que há no meio dos canaviais, para não atrapalhar as máquinas que vem colher os talos de cana. Deixamos destruir as matas ciliares, porque alguém quer a madeira das árvores centenárias para vender...
     E assim, caminhamos de olhos vedados para não testemunhar os crimes, que se cometem todos os dias contra a natureza.
       E poderia ser diferente.
       Quem não gosta de zelar da casa onde mora?
    Quando uma parede apresenta infiltração de água, procuramos consertá-la, para evitar que a casa caia. E procuramos mantê-la limpa e organizada, para o bem estar de todos que moram nela.
      Assim deveria ser com a Terra.
    Porque a Terra é a nossa morada, desde que nascemos. E quando morremos, também nossos ossos descansarão nela.
      Mesmo que seja apenas por gratidão, devemos cuidar mais da Terra e proteger a natureza.
      Namastê, minha gente!

      Mirandópolis, novembro de 2016.
      Kimie oku in

     



                      

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

      Um Convite...
  
        Estava eu sossegada da vida no meu cantinho, cuidando de meus afazeres, quando o telefone tocou.
      Era a Regina Rosado, a amiga e colega de profissão, que de vez em quando me amola com seus pedidos de frutas bizarras como jatobá, jaca, macaúbas... Às vezes atendo, outras finjo que nem lembro... Né, Regina? Gosta de frutas silvestres e mora na cidade... E eu é que pago o pato...
      Então, ao atendê-la pensei:  “Mais jaca? Mais jatobá?”
      Não era, felizmente. Era um convite.
Não é que de vez em quando ela se lembra de mim?
Convidou-me aliás, intimou-me para a Confraternização dos Professores Normalistas formados em 1965, pela Escola Noêmia Dias Perotti. Comemoração de 51 anos de formatura. Relutei muito em aceitar, porque não sou da mesma turma. Minha turma é mais antiga, pois nós concluímos o Curso Normal em 1960. No ano passado, quando esse mesmo pessoal se reuniu pelo cinquentenário de formatura, tive que participar porque a moça é um grude e não aceita uma resposta negativa.
Mas, o convite não é de graça, ela me cobra uma crônica sobre o evento... E aqui estou a cumprir o pedido. Se bem que o Ademar Bispo, que é um excelente contador de “causos” deveria ser o cronista, porque é da mesma turma de formandos.  E cobrei dele o relato desse acontecimento. No final, acho que haverá duas crônicas, contando as mesmas coisas. Os leitores que nos perdoem.
De qualquer forma, fui... Mesmo porque me pegaram na porta de casa, com direito a entrega em domicílio. Chique, não?

E confesso que foi uma noite agradável, pois conheci as Irmãs Kato, que eram da 1ª Aliança, e revi uma porção de amigos como a Naoe Miyamoto, a Makie Nakamura, a Rosély de Carvalho e seu esposo Luiz, a Zilda Zonzini, o Ademar Bispo, a Margarete Zuin, o Josué Tomás D’Aquino, a Zilda de Lima, a Tereza Veronese, e ainda outras convidadas especiais como a Chisuro Shimosako, a Regina Siminari, a Eloice do Jornal, a Simone Rosado, a Minako Okubo, a Jacira do Bispo, a Prefeita eleita Regina Mustafa  e a anfitriã da festa, Regina Rosado.
Percebi que passados 51 anos de formatura, todos continuam firmes, caminhando sobre os próprios pés e com muita alegria de viver. E olhei com orgulho para essa turma de profissionais aposentados que, cumpriram sua missão corajosamente, e se mantêm com energia para reencontrar os antigos colegas estudantes.  Alguns vieram de longe, viajando a noite toda só para esse Reencontro. E todos estão na fase dos setenta anos de idade. Brava gente brasileira!
Toda vez que reencontro antigos colegas, é inevitável pensar em como foi dura nossa missão como Professores. Todos nós começamos nas décadas de 60 e 70 trabalhando em escolinhas rurais, tão distantes da cidade.     Hoje essas escolinhas nem existem mais. Muitos de nós tivemos que morar nas fazendas, sem conforto algum, sem contato com outros colegas de trabalho. Os professores só se encontravam na Reunião Pedagógica, que acontecia uma vez por mês, na sede do trabalho que era um Grupo Escolar, sob a orientação de um Diretor.  E mesmo os Diretores tinham pouco a oferecer em termos de orientação pedagógica. Estavam sempre preocupados com a administração das escolas, com a papelada, com os funcionários...
     Pois bem, os jovens normalistas recém formados de 19, 20 anos de idade, com a cabeça cheia de sonhos eram enviados a escolinhas rurais, distantes das cidades vinte, trinta quilômetros... As estradas eram de terra, que viravam poeira no Verão e um terrível atoleiro na época das chuvas. As escolinhas ficavam no meio do nada, e o professor era obrigado a morar no local, porque não havia meio de transporte para viajar diariamente. Acabava morando na casa de um peão da fazenda, onde não havia conforto algum. A luz era à base de lamparinas de querosene. Os alunos andavam quilômetros para chegar à escola. Eram todos carentes e não levavam lanche. Mais tarde os professores tiveram que fazer a merenda num fogãozinho à lenha... Alimentar o corpo e a mente, dura missão. Professor cozinheiro sem nenhum abono.

O meio de comunicação local era apenas o rádio... Televisão nem existia, menos ainda telefones e celulares... Jornais nem chegavam lá. Eita, vida dura e sofrida! Até hoje me admiro de ter vencido tudo isso! E todos os professores dos anos sessenta, setenta e oitenta passaram por isso.
  Mas, a parte mais difícil era a pedagógica!
  Na mesma classe estudavam alunos do primeiro, do segundo e do terceiro anos... E o professor sozinho tinha que dar conta de toda a programação para cada turma, em quatro horas diárias de aulas... O processo de Alfabetização era complicado, demorado e muitas vezes infrutífero... Como material pedagógico só a Cartilha Caminho Suave de Branca Alves de Lima, que nada tinha de suave e mais nada... Era desanimador, porque enquanto, o professor escutava a leitura do terceiro ano, os alunos do primeiro começavam uma briga, por não ter o que fazer... E quando ele explicava algo para uma turma, a outra ficava prestando atenção, esquecida de suas obrigações... Professor tinha que ser Malabarista, Artista, Mãe, Orientador, Fiscal, Cozinheiro, Controlador... Era um verdadeiro circo, onde o Professor atuava muitas vezes como o Palhaço Mor... O show tinha que acontecer todos os dias e o professor vivia ansioso, porque o tempo urgia e a programação era extensa. 


Acho que, nenhum professor de escola rural conseguiu dar cabo da programação oficial a contento, mas fizemos o melhor que podíamos. Todos nós tínhamos consciência de nossa missão e  a cumprimos, mesmo através de ensaios e erros. Aliás mais erros que acertos. Muitos erros infelizmente, por total ignorância pedagógica. 
Tudo isso nós vivenciamos, sofremos e jamais esqueceremos. E nunca ganhamos uma medalha por isso. Nem um pagamento extra por trabalhar em classes com 40, 60 alunos. Havia muitas crianças naqueles tempos. Tive uma escolinha com mais de 60 alunos, todos xucrinhos até no linguajar e nos procedimentos, sem uma certidão de nascimento. Todos descalços e maltrapilhos, vindo do Norte em paus de arara... Mas sinto muito orgulho ao me lembrar que, forcei os pais a registrar esses filhos e regularizar sua documentação. E eu tinha apenas dezoito anos de idade! Como teria sido difícil a vida daqueles meninos sem um documento pessoal, se eu não tivesse forçado os pais!
É claro que o ensino ministrado por nós ficava sempre incompleto, por falta de tempo. E trabalhávamos quatro horas por dia, durante seis dias na semana, incluindo os sábados. Só descansávamos aos domingos. E o ano letivo começava no dia 14 de fevereiro e ia até 14 de dezembro, sempre. As férias eram no mês de julho e todo o mês de janeiro e parte de fevereiro. E não havia o costume de fazer pontes, emendando feriados e fins de semana. Dia letivo era dia letivo, religiosamente. E conseguimos passar o básico para aquelas crianças, a leitura e a escrita, as tabuadas, noções de Higiene corporal, e partes mais importantes de nossa História. Todas as pessoas sabiam o significado de 7 de setembro, de 15 de novembro, de 19 de novembro.
Conseguimos de alguma forma alfabetizar crianças e encaminhar muitos meninos na vida. E o maior prazer de um professor é reencontrar ex-alunos, que nos reconhecem e vêm dar-nos um abraço. Às vezes, levamos um susto por receber um abraço de um senhor desconhecido, que lá no passado fora aluno nosso. Isso é muito gratificante.
 51 anos já passaram. E os antigos mestres estão ainda firmes e contentes da vida, relembrando tantos fatos interessantes que preencheram suas vidas no contato com alunos. E todos têm imenso orgulho da profissão que escolheram, porque não há missão mais bonita e gratificante que a de um Professor.
Professor é aquele que abre os caminhos da mente, para os jovens descobrirem os seus caminhos, e realizarem seus sonhos.
O verdadeiro Professor é aquele que sempre tem a mente aberta para aprender e ensinar.
Professor que foi Professor de verdade não viveu em vão!
E nós nos orgulhamos muito por isso.


      Mirandópolis, novembro de 2016.
kimie oku  in
http://cronicasdekimie.blogspot.com.br/


terça-feira, 1 de novembro de 2016

Horário de Verão
       
      Dizem que horário de Verão é para aproveitar ao máximo a luminosidade do sol e poupar energia elétrica.

Quando ainda trabalhava no final dos anos 80, realmente as aulas começavam para os alunos do Curso noturno, com a iluminação solar nas salas. Somente após as primeiras três aulas era necessário acender a luz elétrica. Vinte horas era dia claro ainda.
E de manhã, o dia clareia às seis horas do novo horário, impreterivelmente. Interessante é que os passarinhos também seguem o horário de Verão. Antes das seis horas da manhã, começam a pipilar pedindo comida. Acho que o relógio biológico deles é que exige essa mudança de horário. E na realidade são cinco horas da manhã do horário normal.
Mas, pensando na praticidade desse horário, o interessante é que de manhã, as horas voam e não se pode bobear, porque acabamos faltando com os compromissos... Ao despertarmos já são mais de sete horas, e após cumprir as necessidades matinais, o dia começa de fato às nove horas. E é preciso apressar-se para as compras, pois logo já serão horas de preparar o almoço. No horário de Verão, marco poucos compromissos de manhã, exceto as aulas de piano. E após o almoço, as horas correm céleres... Se cochilar, nem dá tempo de ir ao Banco... Dezesseis horas chegam num piscar de olhos... E aí o dia já se findou.

E então, o melhor acontece nesse intervalo das dezesseis horas até a hora de dormir. A tarde fica comprida, e dá tempo para fazer muita coisa. Vejo filmes, toco piano, cuido das plantas... Para os que estão na ativa, sobra tempo para praticar cooper, caminhar no Bosque da Saúde, jogar bola, ir ao barzinho tomar uma cerveja e para a moçada namorar, tomar sorvete... Para os aposentados então, o tempo é um presente do céu. Dá tempo para ir pescar, para andar na Avenida,jogar bola, um truco...  Porque o dia continua claríssimo.
Gosto muito das tardes desse novo horário. As tardes ficam longas apesar de muito quentes, porque estamos em pleno veranico de Primavera. Dá tempo para visitar vizinhos, falar longos momentos com amigos ao telefone, ler livros, ver filmes, consertar peças de roupas...
Se souber programar, as tardes ficam mais proveitosas e dá para botar em dia muitos compromissos atrasados.

E tem gente que odeia esse novo horário. O problema maior é ter que se levantar cedinho, perdendo o melhor do sono... E aí a pessoa vai trabalhar mau humorada, por estar meio insone. Aliado ao mau humor vem o calor intenso dessa época, porque o sol parece estar pertinho da Terra, logo ali. Não raro a temperatura chega a 40 graus centígrados ao sol. Eu que sofro de radiação solar sei o estrago que isso faz para a pele.
E para se proteger dessa radiação, a ordem é usar bloqueadores solares, que até as grandes empresas fornecem para seus funcionários, que enfrentam o sol na sua atividade cotidiana. Esses cremes são protetores mesmo. Mas, incomodam porque melam a pele e provocam mais calor por não deixarem-na respirar... De qualquer forma incomodam, mas é preciso adaptar-se, porque pelo andar da carruagem, o Sol promete esquentar mais e mais a Terra.
Estive semana passada na minha cabeleireira e, como estava muito quente fui de chapéu. E ela me disse que, deveríamos divulgar o uso do chapéu, porque é útil e poderá ser chic também. Basta que comecemos a usá-lo. Eu por mim, não vejo nenhum inconveniente. Já o uso sempre que vou ao sítio e lido com as verduras de minha horta. Mas, na cidade, as pessoas olham para a gente que está de chapéu, como se vissem um extraterrestre que tivesse baixado à Terra.  Interessante é que a moda do chapéu já fez parte do figurino tanto masculino como feminino. Era normal usar chapéu. E acredito que depois que deixaram de usá-lo, os homens ficaram calvos mais precocemente... Os jovens de hoje ficam calvos na flor da idade. Deve haver uma relação direta com a radiação solar. Vale um estudo.
Mas, voltando à história do chapéu, deveríamos todos adotá-lo para proteger os cabelos do sol, que os sapeca e muda sua cor. Protegeria também a cabeça, onde está o órgão mais importante, o cérebro que faz a gente pensar. E ainda a pele do rosto que, com o calor do sol, com o vento e com o tempo seco vai ficando cada vez mais cheia de frisos como grandes pregas. Deformando mais e mais as feições das pessoas... Além do rosto, a pele do pescoço também é duramente atingida, com dobras e papadas...
Tá certo, existem sombrinhas ou guarda sóis. Mas, eles são tão inconvenientes para carregar pra lá pra cá, que sempre a gente os esquece em algum lugar. Parece até que foram criados para serem esquecidos...

Então, o melhor mesmo é o chapéu, que a gente bota na cabeça e lá fica. Estranha moda antiga era a de se retirar o chapéu, para se cumprimentar as pessoas. Chapéu faz parte do vestuário... Então pela lógica, teríamos que tirar o casaco, a blusa, a gravata... Isso não tem explicação plausível.
Falando seriamente, do jeito que a Terra está ficando mais e mais aquecida, não é demais pensar no uso do chapéu para sair de casa.
Quem sabe na moda verão deste ano, os estilistas adotem o chapéu para fazer a diferença! Com modelos e formatos para todos os gostos!
Seria fantástico!
E inteligente.

Mirandópolis, outubro de 2016.
 kimie oku in