sábado, 27 de fevereiro de 2016

     Cirandando de novo!


     Hoje foi a cirandada do mês.

   Depois de dias de chuva, amanheceu sem nuvens e o sol apareceu com força total. Como seria a tarde?
   Fomos à Chácara do Seu Albertino Prando e já havia muita gente reunida, conversando.
   Aí chegaram os músicos. E mais cirandeiros chegaram trazendo petiscos e bebidas. Após servir um lanche, o pessoal soltou a voz e cantou, acompanhado pelas sanfonas do seu Albertino e do Gerval e o violão do Jovaninho.
  

   Houve muitas surpresas agradáveis como a Ana Maria Abrantes Jacomelli e sua irmã, que vieram de Ribeirão Preto, o Milton Lima Lima e a Remir que vieram de Ilha Solteira.      Além disso, ainda o pessoal da Amai Mirandopolis compareceu também. E já no final da tarde, os meus sobrinhos Sonia Osaki, Noriyoshi e Vilma Osaki apareceram para conhecer a Ciranda.
   A Vina cantou Chão de Estrelas e Creio em ti para os meus sobrinhos, o seu Orlandinho declamou um poema e a Nair declamou um poema cômico... Foi uma tarde muito agradável!
   Os visitantes amaram a Ciranda.




                                   

   Mirandópolis, fevereiro de 2016.
   kimie oku in







                                      

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

     Após o Carnaval vem uma criança...

      Estava sem inspiração pra escrever e um amigo colocou uma observação no face: “Depois do vendaval vem a bonança, e depois do Carnaval às vezes vem uma criança” (Marinho Guzman de Guarujá).
      E aí aproveitei o mote para assuntar um pouco.
      O Carnaval seria uma festa de confraternização, de explosão de alegria, de renovação de energias... Antigamente acho que era assim. Mesmo a Igreja condenando-a, pregando que era uma festa do Capeta, o povo brincava nos salões e nas ruas. Mas era uma festa sadia, onde famílias inteiras participavam e concorriam como melhores foliões, melhores fantasias e que tais. Havia o Rei Momo que era imenso, que esbanjava alegria e a Rainha do Carnaval escolhida entre as beldades...
      O tempo passou e o artificialismo tomou conta de tudo. Hoje tudo é plástico, emborrachado e silicone. Ninguém sabe se as meninas perfeitas que desfilam têm enxertos ou não, se os olhos são azuis de verdade... Se o parceiro é homem... Se a menina é de fato mulher mesmo.
      Mas, isso não importa. O mundo mudou. Os costumes mais ainda. O que assusta é a devassidão dos costumes.
A humanidade perdeu o brio, o recato, a vergonha e faz coisas em público, coisas que até Deus duvida. Vi no face fotos de madames folionas fazendo suas necessidades fisiológicas no meio da rua, carnavalescos urinando nas portas de lojas fechadas... Sem contar sobre as orgias sexuais que acontecem em salões e a céu aberto...
E então, daqui a nove meses vem uma criança...
Uma criança que nem a mãe sabe ao certo a paternidade,  nem onde foi gerada... Ao som de baterias, de cantares enlouquecidos dos foliões, de desejos repentinos resolvidos ali mesmo num cantinho qualquer... Mas a fecundação aconteceu. Nem o macho nem a fêmea se preocuparam com essa possibilidade. A urgência era saciar o desejo, a fome sexual. Como dois gatos no quintal, como cães em cio que se encontraram pela primeira vez...
E mais tarde, uma criança virá ao mundo.
Não desejada, nem esperada, nem programada.
Será com certeza mal amada, maltratada como um estorvo,  uma despesa que não cabe no orçamento.
E a idiota da mãe não poderá nem recorrer ao macho que a fecundou, porque não lhe lembra a cara, nem nome, nem endereço. Um gato qualquer, sem referência alguma. Um puto qualquer, como ela....
E o mundo será mais uma vez povoado com uma enxurrada de crianças enxovalhadas, largadas nas esquinas, a pedir uma esmola,  um pão, um carinho...
É triste demais o que ser humano faz com as próprias crias, como se fossem gatos sem dono, sem serventia.
Já vi em algum documentário que, ultimamente na cidade do México tem crescido assustadoramente, o número de avós que cuidam de crianças abandonadas pelos filhos. São produtos das transas que ocorrem entre jovens perdidos por drogas, que moram nas ruas como zumbis. E quando têm filhos, eles os trazem para as avós cuidarem. Estas, já cansadas das lidas da vida, sem saúde e com idade um tanto avançada, não conseguem ignorar esses bebês, sangue de seu sangue, inocentes das depravações dos que as geraram. E essas avós idosas acabam aceitando a dura missão de criar a segunda geração da família, que muitas vezes se constitui de meia dúzia de crianças ou mais...
E isso, com certeza deve estar acontecendo em várias cidades do Brasil, apesar de não haver um estudo sobre essa situação.
O que aconteceu com a humanidade?
Por que os seres humanos ficaram tão irresponsáveis? Por que  passaram a agir como irracionais, jogando fora as próprias crias? Nem os bichos fazem isso.
Atualmente, entre a gente sadia e responsável tem diminuído o número de filhos. Os pais premidos pelos custos de sobrevivência e educação têm programado apenas um ou dois filhos. Sem considerar as dificuldades de orientação e encaminhamento dos mesmos nos dias atuais, em que as drogas insidiosamente adentram no seio de famílias mesmo estáveis. E acabam destruindo não só o usuário como a todos os familiares.
Viver hoje é muito difícil.
E não precisamos de folias de Carnaval para piorar a sociedade. Se nove meses pós carnaval, nasce uma leva de crianças indesejadas, a sociedade jamais irá melhorar. Essas crianças renegadas pelas próprias mães, serão os marginais de amanhã, os que irão roubar, assaltar, matar, porque não herdaram um sentimento de humanidade dos genitores, que as geraram num beco qualquer. Porque estes também são um subproduto da sociedade, que nunca receberam uma educação adequada e, nem sabem a que vieram ao mundo.
Carnaval? Desfile? Festa? Luzes? Cores? Brilhos? Maior Festa do Planeta? Yes, temos Carnaval!
Yes, temos também tanta sujeira, tanta devassidão por trás desse brilhos, desse roncar das baterias, desse gingar das mulatas peladas, dessas cantorias que sufocam os gritos e os lamentos de crianças abandonadas nas esquinas, a pedir um carinho. Tá na hora de parar com essa diversão que só traz desgraças para a sociedade.
É bonito ver uma mulata pelada? É bonito ver a Escola  preferida desfilar? É bonito ver os bateristas suando suas camisas para a Escola brilhar? É muito bonito mostrar para o mundo...
Bonito é que por trás desse brilho todo, desses roncos de baterias afinadas muita coisa ruim está acontecendo. A televisão mostra um belo show para chamar os turistas, que vêm ver mulheres peladas... E para atrair gente que deixe seus dólares aqui... Mas a realidade brasileira é essa tragédia.
Nove meses depois, uma leva de crianças mal desejadas será o resultado desta festa obscena.
E a sociedade brasileira continuará sendo essa mesma constituída de menores delinquentes, de meninas perdidas, de filhos mal amados, de pais irresponsáveis e idiotas.
Carnaval é belo?
Crianças perdidas nas esquinas pedindo uma moeda, um carinho podem ser o produto dessa festa de arromba. Onde está a beleza?
Nove meses depois do Carnaval, muitas vezes vem uma criança.
Mirandópolis, fevereiro de 2016.
kimie oku in


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016


          Minhas ferramentas de trabalho

Hoje estava capinando a horta e percebi que, uso ferramentas completamente diversas para realizar minhas atividades diárias.
Vou ao sítio duas a três vezes por semana e, não aguento ver o mato crescendo adoidado com as chuvas, que caíram semanas seguidas. As ervas daninhas crescem numa velocidade espantosa e acabam sufocando os legumes. E a solução que me resta é capinar.
Tá certo que não tenho mais aquela energia de outrora de passar horas tirando o mato, mas consigo trabalhar uma hora mais ou menos. E durante essa hora é possível limpar apenas um pequeno pedaço da horta. Dá um suadouro, uma canseira que só Deus sabe, mas é tão gratificante limpar um cantinho e constatar que o cenário mudou. Descobri recentemente que a terra tem um cheiro bom, que cavoucar o chão atrai passarinhos, e que nasci lavradora desde sempre. E que amo o chão que piso. Melhor estar em cima do que dentro.
Hoje não tenho aquela força e coragem de enfrentar horas seguidas ao sol, mesmo porque tenho alergia à radiação solar, que me ataca e deixa a pele em carne viva...  Mas, eu me armo de cremes bloqueadores, de roupa apropriada, luvas, botas, chapéus e enfrento a natureza com muita disposição. Só até as dez horas, porque depois fica impossível aguentar a quentura que vem da terra e cruza com a do sol...
Para executar essa capinagem uso enxada, meu instrumento de trabalho braçal. Ela é pesada, tem um cabo meio torto, mas funciona regularmente e me ajuda a limpar o terreno.  Aprendi a usá-la quando menina e morava na roça. E fazia bem mais de sessenta anos que não a empunhava. Até que dou conta do recado. Tem um mato chamado pé de galinha que cresce e se esparrama para todos os lados, e eu vivo combatendo-a. E tem outras ervas daninhas como o picão, cujas sementes longas e pretas grudam na roupa e me ferem as pernas...  E carrapichos... E tem a invencível tiririca, que cresce a olhos vistos e não há meio eficaz para combatê-la. Conforme vou capinando, sanhaços, sabiás e outros passarinhos aparecem para comer os bichinhos, que saem do meio do mato capinado e do chão revolvido.  De alguma forma salvo sua refeição do dia. Trabalhar na terra é gratificante, mais ainda ouvindo os canários, os joões-de-barro, os quero-quero e os bem-te-vis cantando. Pena que muita gente substituiu esses cantares com os elevadíssimos sons eletrônicos e impessoais...
A enxada é a minha ferramenta no trabalho da roça.
 E quando escrevo essas crônicas, meu instrumento de trabalho é mais leve, é o teclado onde digito os pensamentos que enchem a minha cachola. Antes de ingressar no mundo digital, escrevia as crônicas usando lápis e cadernos. E como faço muita revisão, usava lápis e borracha, muitas borrachas. Depois de muito resistir, tentei o computador. E não é que é muito mais fácil, rápido e eficaz?  Ainda mais com o Word que oferece um leque enorme de opções de letras, de tamanhos, cores... De correções, de transposições, de cópias instantâneas... Se bem que ainda sou uma amadora no mundo digital; não sei explorar os mil recursos que estão disponíveis... Minha cabeça baratina se tentar...
A Internet me abriu um mundo novo, onde a comunicação rápida e instantânea permite contatos com gente de outras partes do mundo. Assim, me comunico com amigos do Japão, da Alemanha, de Portugal, da Irlanda, da Espanha... É uma coisa espantosa, que me deixa perplexa. Meu blogger com as crônicas chega a países que nem supunha existir... Tenho leitores além do Brasil, nos Estados Unidos, na Alemanha, no Canadá, no Reino Unido, em Portugal, na Espanha, na Irlanda, na França, na Holanda, Ucrânia, Malásia...
Acho isso inacreditável.
E o melhor de tudo é que vou espalhando minhas ideias, para transformar esse mundo num lugar melhor para se morar. Amo escrever sobre a natureza, as plantas, as flores, a chuva, o vento, os pássaros, as matas, as águas...
Outro instrumento que uso muito todos os dias é uma agulha de crochê. Faço rendas, bicos, toalhas para enfeitar meus cantinhos da casa e para presentear pessoas que amo.
Herdei essa mania de minha mãe, que foi crocheteira até o fim de sua vida. Ela amava crochetar, e onde quer que fosse levava uma agulha e um novelo de linha na bolsa. Tirava amostras em salas de espera, em casa de conhecidos e amigos e sempre estava produzindo peças belíssimas.
É tão bom ter uma habilidade para ocupar as horas no fim da vida. Tenho pena de senhoras que nada sabem fazer, e passam horas e horas só esperando a morte chegar. Se soubessem bordar, crochetar, tricotar, costurar, pintar, tocar um instrumento musical, suas vidas poderiam ser mais alegres e nem perceberiam o tempo passar. Estar aposentado não significa necessariamente que nada deve fazer. As horas de ócio levam à tristeza sem fim e à depressão. É por isso que antigamente as avós viviam fazendo trabalhos manuais, enquanto conversavam com as vizinhas, as amigas.
Hoje, com a tevê, ninguém faz mais nada, só enchem a cabeça com o besteirol que todo dia é despejado nos lares...
Tenho o hábito de tricotar agasalhos para crianças não passarem frio. Quando chega o Outono começo a tricotar e saio entregando nas Creches no Inverno. Nos dias mais frios dá para conhecer as crianças mais necessitadas. Eu não aguento ver criança passando frio, acho que devo ter passado muito frio quando pequena. Éramos uma família imensa e nunca havia calçados e roupas suficientes...
É tão bom agasalhar uma criança com uma peça tricotada pelas próprias mãos. É como se abraçasse aquelas crianças todos os dias, oferecendo-lhes o calor para superar a dor do frio...
Sempre considerei que viver por viver não tem sentido. É preciso ter um objetivo, uma meta. E o meu é servir. Não importa se é filho de um peão, de um empregado, de parente dos agregados de casa, se são carentes gosto de estender o meu abraço e amenizar a dureza de suas vidas.
Conheci uma pessoa idosa que, por não ter ocupação varria as calçadas dos vizinhos, todos os dias. E fazia isso com gosto, com alegria, cumprimentando os vizinhos, os que passavam, os amigos; e muitos lhe davam os Bom Dia que lhe iluminavam o dia, já de manhãzinha.
E existem pessoas que ficam recolhidas em casa, num cantinho, gemendo de dor, de solidão e nada fazem para pôr uma pitada de alegria em suas vidas. É tão fácil vencer a solidão, a depressão, se a pessoa quiser. Ficar recolhido no casulo é realmente negativo. Os nervos vão se travando, a fala fica lenta, os ouvidos  param de escutar, os olhos enxergam tudo embaçado e as pernas param de funcionar. Ficar recolhido num casulo, numa saleta, num quarto é o mesmo que esperar o trem da morte chegar...
Como gosto demais de viver, vou driblando a chegada da morte com atividades diversas. Carpindo o mato da horta, cuidando do jardim e enchendo de flores meus canteiros, estudando a língua de meus ancestrais, tocando piano, fazendo crochê e tricô, cirandando com amigos, e ainda escrevendo essas crônicas para os meus leitores. E quando a bendita chegar, irei de alma lavada, feliz por ter realizado tudo que desejava, sem lamentar um instante da vida bem vivida. E viva a vida!
Mirandópolis, janeiro de 2016.
kimie oku in




segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016


Escorpiões


           Um susto imenso.
           Um escorpião andando em minha casa.                      Tranquilamente.  Foi nesta semana. 
           E a minha casa e o quintal são varridos todos os dias.
Como apareceu aqui? O que há de errado no meu quintal? Será que há outros? De onde veio? É a espécie venenosa?
De repente, um pânico!
Calma, calma, calma. Não adianta se apavorar. É apenas um bichinho meio vermelho que se arrasta pela terra, pelo chão, pelas troncos das árvores, pelos telhados, pelas janelas, pelas paredes...
E aí fui pro Google em busca de informações: Se escondem entre tijolos, telhas e pedras, tábuas   empilhadas no quintal. E no meio das quiçaças... Daí a necessidade de se manter sempre limpo todo o espaço do quintal e terrenos não construídos ou casas desabitadas.
Descobri que escorpiões existem há mais de quatrocentos milhões de anos. São da classe dos aracnídeos e existem mais de mil e seiscentas espécies. São bichinhos resistentes e sobrevivem a temperaturas de 0º a 56º centígrados. Bichinho resistente!
Eles são carnívoros e se alimentam de pequenos insetos, aranhas e até de passarinhos, ratos e outros bichos menores... Dormem durante o dia e saem para caçar à noite. Possuem as quelíceras, ou presas que usam para dilacerar as presas. Mas, a arma mais poderosa está na sua cauda, que termina num aguilhão ou ferrão, por meio do qual ele inocula o veneno nas presas que caçam, para imobilizá-las. Seu veneno causa nos humanos dores muito fortes, pontadas, aceleração cardíaca e diminui a temperatura corporal. Conforme a resistência da vítima pode chegar à morte com esse veneno.
Todos os escorpiões são venenosos, mas só vinte e cinco espécies são mortais aos homens. Sua ferroada equivale a uma picada de um marimbondo. O tratamento é feito com a ingestão de anestésico e soro antiescorpiônico, e deve ser feito em unidade hospitalar.
Seus maiores predadores são o sapo e a galinha de Angola, aquela ave estranha cinzenta, de cabeça pequenina, que grita o dia todo “To fraco! To fraco!” Que de fraco nada têm. Dizem que é o melhor meio de acabar com os escorpiões. Mas, criar sapos? Galinhas de Angola? Nos sítios, até daria certo, mas na cidade....
Pelo Google descobri que, há um grupo de moradores de um condomínio do Bairro Morumbi em São Paulo que, saem à noite para caçar os escorpiões. Elas se armam de botas, pegadores de macarrão e lanternas e vão combater os bichos. Dizem que a quantidade tem aumentado de ano para ano...
Se fosse na China, haveria um mercado para esses bichinhos que são consumidos como aperitivos por lá. E vi um vídeo de um escaravelho que trava um duro combate e, consegue decepar a cauda onde se localiza o ferrão. Cultivar escaravelhos?
O escorpião já foi tema de bandas musicais, de canções, de filmes, de livros. A canção Mulher Escorpião faz muito sucesso no Japão, pois ela é cantada por um homem gay travestido de mulher muito elegante e famosa. E existe até uma constelação no céu chamada Escorpião, porque tem uma forma que lembra esse bicho.

Mas, apesar de compêndios e cantores que louvam os escorpiões, sinto uma enorme repulsa por esse inseto, com seu aguilhão ameaçador, que vai entrando sorrateiramente nas botas e nos cantos escuros das casas, para pegar suas presas.
Um tempo atrás, peguei um desses bichinhos e levei ao Departamento da Prefeitura, para ver a destinação dele e receber orientações sobre como combatê-los. E fiquei muito decepcionada. Os funcionários lá presentes não deram importância, e voltei menos informada do que fui. Eles nem estavam querendo ficar com o escorpião, não fizeram nada para direcionar uma pesquisa sobre a infestação, não perguntaram em que bairro eu moro...
Fiquei matutando sobre a atitude deles...
E cheguei à triste conclusão que, ninguém leva a sério o seu trabalho, a sua função. Só querem assinar o ponto e receber o seu cacau no fim do mês. É por isso que, o aedes egypti se multiplica a olhos vistos, porque ninguém quer combatê-lo. Se eles acabarem, acaba o serviço de visitar as casas. Que o mundo se dane! Triste Verdade!
Infelizmente, o ser humano só pensa em dinheiro. Pouco está se importando se os caramujos nojentos estão invadindo todos os jardins, que os mosquitos matem centenas ou milhares de vítimas de dengue, que os escorpiões causem mortes de trabalhadores...

Ele só se importará quando a desgraça acontecer em sua casa, com sua família, com seus filhos, pais e agregados...
O homem é um bicho totalmente burro, cego, egoísta, irresponsável.
     Salvo raras e honrosas exceções.
E vai um escorpião aí? Frito? Assado? Cru?
Mirandópolis, janeiro de 2016.
kimie oku in

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

                                                                                                                                                                                 A Ciranda continua

Novo ano, nova vida.

As férias se foram, as festas acabaram e a vida segue sua rotina. E o calor voltou com força total nesse Verão.
Então, voltamos a cirandar.
Porque é preciso cultivar amizades, que dão sabor à vida. E cuidar de quem vive muito sozinho.
Foi na última sexta-feira, na Chácara Prando.
Apesar do mormaço, das temperaturas elevadas, compareceu a maioria. Porque curtir a companhia de amigos não tem preço.
A novidade foi a presença de Regina Mustafa, que é a
Diretora da Escola APAE local e, promotora de eventos em benefício de entidades como o Hospital de Câncer de Barretos. É uma pessoa muito respeitada e sobretudo querida por todos. Sua presença deu um brilho maior à reunião.
     Alguns membros do Asilo local compareceram também, como tem acontecido ultimamente. Para os internos  comparecer à   Ciranda sempre é uma festa. E eles animam mais a tarde.
     Depois de colocar a conversa em dia após dois meses sem encontro, foi servido o lanche e logo depois começou a cantoria. Havia dois sanfoneiros e dois violeiros que suaram as camisas acompanhando os cantores.
     Durante uma pausa, o seu Orlandinho declamou seus poemas e a Vina cantou “Chão de Estrelas” e “Creio em Ti”, sendo bastante aplaudidos.
     À tarde, começou a soprar um vento fresquinho e ficou muito agradável. As pessoas dançavam, cantavam, se abraçavam e posavam para fotos.
Foi uma tarde maravilhosa.
Cirandar é muito bom.



Mirandópolis, janeiro de 2016.
kimie oku in