quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

 

          Guerra!

Graças a Deus 2020 está acabando.

De março até agora vivemos pela metade, ou um terço só. Ficamos socados em nossas casas, com ordem estrita de não sair dela. Havia um monstro lá fora à nossa espera, para nos destruir. E todo mundo aterrorizado, com medo até de respirar!

E assistimos cada vez mais apalermados, a disputa despudorada do Dória e Bolsonaro.... fica em casa... é apenas uma gripezinha... a economia não pode esperar... o resto a gente corre atrás...

Terrorismo na Mídia!

Dois políticos se competindo em frases de efeito para comprar eleitores. Medindo-se para vencer na arrogância. Dois idiotas!  Empatados na empáfia e na burrice. Totalmente.

E os imbecis de idólatras estimulando um e outro...

E babando...

E aí, Prefeitos e Governadores aproveitando a Pandemia instalaram hospitais de campanha, com milhares de leitos mal acabados, que na maioria nem foram inaugurados... E compraram da China máscaras e mais máscaras, e aventais protetores para o pessoal da Saúde e máquinas de respirar. Tudo a preços superfaturados, porque o mar não estava pra peixe, e todo produtor ou atravessador não perdeu a chance de explorar a  clientela desorganizada e afobada.

E o mais grave aconteceu depois. Quando começaram as baixas, os mandantes mandaram abrir covas e mais covas nos cemitérios, à espera de mais cadáveres. Na mente doentia deles, toda a humanidade estava condenada e todo mundo ia morrer, inclusive você! E como havia um gordo subsídio para cada morto pela doença da moda, todos os pacientes foram condenados a morrer de Covid 19. Mesmo os cardíacos, os diabéticos, os infartados, os dengosos e até os acidentados... todos, todos morreram de Covid...

E a Mídia se esmerou para mostrar os buracos no chão à espera do seu corpo... Você ia morrer! Fizesse o que fizesse ia morrer! Todo mundo estava condenado. E, para aterrorizar mais, abriam valetas onde os corpos seriam jogados uns sobre outros, como nos campos de concentração da Segunda Guerra...

Terror absoluto!

Ninguém podia ver o paciente internado para evitar contágio, mandavam isolar o doente no hospital e os familiares em casa. E logo vinha o comunicado da morte. Velório proibido, funeral só com alguns familiares. Nas cidades maiores recomendavam incineração do corpo... Não havia tempo nem espaço para dores, sentimentos, choros e lamentações. Menos ainda para despedidas.  Além da dor da perda, a humilhação de se submeter a essas ordens tão desumanas e tão desconexas...

E o tempo todo, a Mídia gritava: “Fique em casa!”  “Use a máscara!” “Use álcool para se desinfetar!”

E de repente, tudo parou!

Ninguém podia sair, ninguém podia trabalhar, o comerciante não podia vender, as escolas cerraram as portas, os ônibus não rodavam mais, as Rodoviárias foram fechadas, os aviões não voavam, aeroportos trancados...

 E o povo assustadíssimo só podia ir à Farmácia e às padarias... e sorrateiramente para enganar o vírus... As cidades ficaram desertas e todos ficaram com medo dos ladrões...

Mas, quem praticou o roubo descarado não foi o pobre atrás de comida. Foram os Governadores e Prefeitos aproveitando a ocasião para se superarem na roubalheira. Quebraram os Estados, quebraram as Prefeituras. Tudo era culpa do Covid 19, que acabou se encarnando nos malditos políticos.

Era a Guerra!

E aí começaram a faltar alimentos nas casas. Então, mandaram abrir os Mercados. E a ordem expressa de desinfetar tudo, desde o cliente até os produtos. A loucura chegou ao paroxismo. O cidadão mascarado ia ao Mercado, esperava a sua vez de entrar porque o número estava limitado, desinfetava-se à entrada, pegava os produtos rapidinho, sem falar com os compadres e as comadres que também lá estavam, pagava e saía desinfetando as mãos... todo mundo agindo como se estivesse cometendo um bárbaro crime. Chegava em casa, lavava tudo com água e sabão para só depois utilizar os produtos... o medo estava no ar. Era a paranoia no mais alto grau!

Mas, nessas idas e vindas, o cidadão que pensa começou a se indagar: “A máscara protege mesmo? O álcool protege mesmo? Se a máscara e o álcool protegem, por quê não posso sair de casa?”

E aí a debandada aconteceu.

Os velhinhos que não têm o que fazer voltaram às praças com suas máscaras. Voltaram a sentar nos bancos das esquinas pra apreciar a multidão mascarada... e os jovens começaram a curtir a noite, nas baladas... E os infectados aumentaram. Porque aboliram as máscaras... Ninguém acreditava em ninguém.

E aí veio o Dória com as classificações das cidades em fases. Nenhuma cidade estava liberada. Nada de verde. Tudo vermelho! E mandava policiais às praias prender a meia dúzia de surfistas... E recolhia alguém que fora respirar um ar puro na praça... Cada arbitrariedade sem sentido. E o noticiário só falava no Covid 19. Tantos mil contaminados nas últimas 24 horas!

Enquanto isso, morriam doentes de batelada. Os hospitais totalmente despreparados não conseguiam nem proteger seus funcionários.  Médicos e enfermeiros começaram a morrer.

E todo dia o índice de doentes e de mortos na Mídia... Essa parte foi a mais aterradora.

E assim chegamos ao fim do ano maldito.

2020, ano de Guerra!

Guerra contra um bichinho invisível.

E agora, quem sobreviveu a tudo isso, está assistindo todos os dias a um Presidente que só fala aberrações sobre a doença e sobre a vacina. Dando uma de machão e ignorando o sofrimento dos pacientes nos hospitais. E pra não ficar atrás, o Dória faz acordos suspeitíssimos com a China para a produção da vacina... E ameaça a população com sua vacina.

E todo mundo com medo.

O que é mais perigoso, a vacina ou o vírus?

E se der efeito contrário?  Quem garante que não?

Todo mundo quer viver. Ninguém quer morrer. Mas, os embates entre um Presidente que não mede o que fala, e um Governador que só pensa em lucros, confundiram a cabeça das pessoas. Quem vai tomar a vacina totalmente seguro de sua eficácia?

O assunto é a saúde dos brasileiros!

No mundo inteiro, o combate foi contra o Covid 19.

No Brasil, o combate foi além disso, uma guerra de duas autoridades que usaram o Covid 19 para brincar de cabo de guerra.  

São dois vírus humanos que estão minando a fé, a esperança e a segurança do povo brasileiro. Dois irresponsáveis!

E aí, você vai tomar a vacina?

Mirandópolis, 31 de dezembro de 2020.

kimie oku in

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

 

             Memórias

Hoje ganhei um lindo presente!

Acho que foi o melhor presente que uma avó poderia receber.

É um livro chamado "Vó, me conta a sua história?"

De autoria da holandesa Elma Van Vliet, que já vendeu mais de quatro milhões dessa obra.

É um livro maravilhoso, de capa rosa e páginas amarelas, onde eu posso registrar tudo que me aconteceu de importante nesta vida. E que eu queira deixar para a posteridade.

É um presente que eu preciso devolver!

Depois de contar a minha história, tenho que devolvê-lo para a minha neta. Assim, a minha história permanecerá na família, para outras gerações...

Uma coisa que sempre me incomodou muito, foi o fato de eu nunca ter perguntado à mamãe sobre sua infância, sua juventude, seu casamento, se foi feliz ou não...

É verdade que ela nunca teve muito tempo, criando uma porção de filhos e atendendo às urgências da vida...

E eu era uma criatura alienada, que não dera conta da transitoriedade da vida. A gente só percebe isso tarde demais.

Ela já partiu e eu carrego esses remorsos...

Nunca soube de sua vida pessoal...

Então, quando recebi esse livro, senti a presença de mamãe me dizendo pra não deixar em branco essas páginas.

Vou aproveitar então e, contar também como foi a mamãe e o papai que conheci.

Estou emocionada e encantada pela linda oportunidade.

De deixar um registro de nossa passagem para as futuras gerações.

Não é uma bela tarefa?

Mirandópolis, 23 de dezembro de 2020.

kimie oku in

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

 

Que final de ano!

De março até agora confinados em casa.

Assistindo as loucuras do governo.

Bolsonaro versus Dória.

Ambos completamente fora de órbita.

Cada um pensando apenasmente em si.

Confundindo a cabeça do povo aterrorizado.

E os alienados incentivando essas paranoias.

Enquanto isso, uma facada profunda nos servidores aposentados.

Confisco de salários!

E esses aposentados procurando culpados.

Xingando uns e outros.

Culpados?

Somos todos nós!

Porque acreditamos no Bolso.

Porque acreditamos no Lula.

Porque acreditamos na Dilma.

Porque acreditamos no Dória.

Porque acreditamos no Boulos.

Porque acreditamos no Covas.

Porque acreditamos no Crivella.

E acreditamos até no Papai Noel!

Porque somos tão inocentes.

Porque achamos que este ou aquele

Seria o salvador da pátria...

Mas cada um só tentando tirar a deles.

E uma grande banana para nós, os tolos e cegos.

E o que fazemos?

Brigamos no grupo, ofendendo-nos mutuamente.

Apontando culpados!

E somos Professores!

Mas uma grande lição aprendemos.

Que nenhum político está preocupado com o seu bolso.

E eles só querem o seu voto para galgar.

Galgar mais e mais sobre nossos ombros... nossas cabeças...

E atingir o topo pra gritar:

"Eu tenho a Força!"

E agora, soltaram Trinta e Três Mil Detentos para um Feliz Natal!

Não está na hora de nos unirmos pra valer?

Somos todos uns pobres diabos jogados ao Deus dará!

Espremidos num barco, jogados pra lá  e pra cá.

Pelas ondas da corrupção dos mais fortes...

Vamos nos ajudar e olhar uns para os outros.

Afinal, estamos todos nivelados na mesma condição.

De vítimas!

Vítimas de um sistema podre.

O que fizeram com a nossa decantada Democracia?

Mirandópolis, dezembro de 2020.

Kimie oku in

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Observação: Desabafo postado no Grupo Aposentados da SPPREV (confisco dos aposentados pelo Dória)

domingo, 15 de novembro de 2020

 

             Bakumatsu (fim do Xogunato)


     

      Por um século e meio (1467 a 1615), o Japão assim como vários países da Europa foram controlados pelo Feudalismo.

    Feudalismo se constituía numa organização social, em que senhores poderosos, com vastos domínios territoriais exploravam os seus vassalos, sem prestar contas a ninguém. Mesmo que no país houvesse um Rei ou um Imperador, eles eram senhores absolutos em seus domínios, com poder de vida e morte sobre os dependentes. Conforme crescia o seu poder, mais queriam terras e usavam seus vassalos para atacar e tomar propriedades alheias, incendiando castelos e exterminando os proprietários.

Como uma violência chama outra, de repente todo o país estava em convulsão. Os soldados desses Feudos, os famosos samurais iam todos os dias para a guerra com suas espadas, como os funcionários públicos hoje vão para suas repartições trabalhar. E a matança se generalizou... Ninguém estava seguro. É verdade que isso ocorria não só no Japão, mas também em vários países da Europa. Faltava um chefe de Estado que tivesse autoridade e poder suficiente para acabar com essas guerras, e estabelecer a ordem...

No Japão era bem pior. Havia uma lenda que considerava o Imperador como o Divino Filho nascido diretamente do Deus Sol... Então, todos os súditos deveriam se prostrar diante dele, em sinal de respeito e veneração... Isso desde os primórdios dos tempos... Era uma ideia profundamente arraigada no povo.

Mas, conforme o poder dos Suseranos ou Senhores Feudais foi crescendo, também assumiram essa postura de deuses divinos e passaram a exigir que todos se prostrassem à sua passagem, com a cabeça tocando o chão. E quem não o fizesse tinha a cabeça decepada na hora, pelos samurais. Eram os tempos bárbaros. Tanto poder atribuído a gente, que portava espadas afiadíssimas só podia conduzir à matança generalizada. Então até os samurais começaram a exigir que os pobres, os lavradores e pequenos ambulantes lhes rendessem essa veneração. Matava-se por qualquer motivo. O povo tinha medo até de respirar diante dos samurais... Então, Oda Nobunaga um poderoso Suserano resolveu acabar com essas guerras e começou a unificação do Japão. Depois dele, Toyotomi Hideyoshi deu continuidade. E finalmente com Tokugawa Ieyasu o país se estabilizou, com um Imperador e um Xogun comandando o país. Era o fim da Era das Guerras.

E durante duzentos e cinquenta anos, a Era Tokugawa ou Era Edo foi de relativa paz. Duzentos e tantos anos já haviam se passado desde o tempo de Nobunaga, Hideyoshi e Ieyasu. Mas, o país continuava fechado para o mundo, só mantendo relações comerciais com a Holanda e a China. E o velho hábito de humilhar as pessoas mais humildes continuou. Ninguém podia aspirar à mudança de casta social a que pertencia. Quem nascera numa casa de lavradores ou pescadores, deveria continuar nessa ocupação até o fim dos tempos.

Então em 1853, aportou nas costas do Japão o Comodoro Matthew Perry com uma frota de quatro navios de guerra movidos a vapor. Missão? Entregar uma carta do Presidente norte-americano ao Xogun para abrir os portos ao comércio exterior. Esses navios eram dotados de canhões que poderiam destruir tudo que mirassem. Foi um tremendo susto, pois o Japão nem conhecia navios assim, e qualquer batalha era feita com espadas...  Como combater canhões com espadas?

Perry voltou para sua terra, depois de estabelecer o prazo de um ano para o Japão decidir. Se não abrisse os portos o país seria bombardeado... Foi um frisson! De repente, o Japão teria que abandonar sua política de Isolacionismo e abrir os portos para o mundo.  E a população se dividiu em dois grupos distintos: os favoráveis à abertura dos portos e os conservadores isolacionistas. Os isolacionistas defendiam o poder do Imperador que consideravam divino, e os bárbaros estrangeiros  deveriam ser expulsos.

 Pressionado pelos Suseranos mais fortes, Ii Naosuke que representava o Xogunato assinou pela liberação dos portos de Hakodate e Shimoda. Mas, os radicais não lhe perdoariam essa decisão e o executaram numa emboscada.

Por essa época havia em Tosa em Kochi ken uma Escola de Esgrima comandada por Takechi Hanpeita, que era um conservador radical e pregava o Isolacionismo absoluto.  Pregava que o Imperador era divino e como tal não deveria permitir a presença de estrangeiros em seu território. A Escola localizada em Tosa ficou famosa e teve centenas de seguidores. Quando decidiu se posicionar contra a presença de estrangeiros, fez todos os associados jurarem fidelidade à causa, carimbando suas digitais com o próprio sangue... Essa lista de mais de cem assinaturas ainda existe num Museu... Sua convicção chegou ao paroxismo de formar esgrimistas para executar cidadãos, que pensavam diferente. Na calada da noite, esses espadachins atendendo às ordens de Hanpeita executaram o Governador de Tosa, e mais outros políticos favoráveis à modernização do Japão. Esses terríveis espadachins ficaram conhecidos na História como hitogiri ou cortadores de gente, ou assassinos. Dentre eles um jovem que venerava Hanpeita, Okada Izo obedecia cegamente sem analisar as próprias ações. Teve participação na execução do governador de Tosa, Yoshida Toyo e outra autoridade Honma Seiichiro.  Mas como criminoso foi preso e teve a cabeça decepada no final... Outros hitogiri foram Kawakami Gensai de Kumamoto ken, Kirino Toshiaki de Satsuma, Tanaka Shinbe de Satsuma, que participou da emboscada contra Ii Naosuke, representante do Xogun. Foi por essa época que um comerciante inglês Charles Lennox Richardson e acompanhantes montados em  cavalos, seguindo para a cidade de Kawasaki depararam com a comitiva de um Suserano de Satsuma. Sem conhecer as regras de prostração diante do palanquim, eles tentaram passar pela comitiva. Mas foram atacados e Richardson morto no local pelos samurais, que alegaram falta de respeito... Por esse crime o Xogunato teve que ressarcir o governo inglês, com uma indenização de dezesseis milhões de libras esterlinas.

Essas atrocidades ocorreram no mesmo período em que o Japão decidia se abriria os portos ou se expulsaria os estrangeiros... Diante dessas barbaridades o Xogunato criou o grupo Shinsengumi, para reprimir os assassinatos e restaurar a Lei e a ordem em Tosa. Hanpeita e seus mais radicais seguidores assassinos foram presos, condenados e tiveram que praticar o harakiri.

Enquanto isso ocorria, havia um grupo tentando acabar com o Xogunato, que havia perdido o controle da Nação. Sakamoto Ryoma de Tosa, Saigo Takamori de Satsuma, Toshimitsu Okubo de Chosu e Nakaoka Shintaro e Katsu Kaishu. Todos eles estavam preocupados com a situação caótica do país. 


O encontro de Ryoma com Katsu Kaishu, que era um Oficial da Marinha do Xogunato iria acelerar o processo de mudanças. Um dia, Katsu perguntou: “O que tem ao redor do Japão?” E Ryoma: “O mar!” “E o que é necessário para protegê-lo?” “Uma frota marítima!” “Pois bem é isso, devemos construir uma força Naval Japonesa antes de brigar com outros países!” E havia o John Manjiro que esteve por dez anos nos Estados Unidos e conheceu o sistema Democrático de Governo. Quando ele e o Katsu Kaishu relataram que o mandatário de lá era escolhido pelo povo, os japoneses ficaram perplexos. Até um cidadão comum poderia ser Presidente, desde que fosse eleito... E Ryoma se tornou um discípulo de Katsu para construir de fato uma Base Naval. Ele se entrevistou com os políticos mais proeminentes para conseguir as verbas. Foi para Osaka, para Kiyoto, para Edo... Convocou operários entre os ronins, ou espadachins sem emprego e se dedicou totalmente à causa da Marinha com Kaishu.

Havia dois exércitos poderosos que viviam em litígio. O de Satsuma, um Feudo ao sul de Kagoshima era o domínio do clã Shimazu há séculos. Seu exército comandado por Saigo Takamori era frontalmente contra o Xogunato e defendia a devolução do poder ao Imperador.

O Feudo de Choshu onde hoje é Yamaguchi ken era o domínio de Mori Terumoto, que era também contra o Xogunato, mas também arqui-inimigo de Satsuma... Foi aí que o Ryoma interveio. Entrevistou-se com ambos os comandantes e após muito diálogo, os convenceu a unir as forças para derrubar o Xogunato. Após muita negociação, houve um pacto e partiram para atacar as forças do Xogun. Eram apoiados pelos soldados do Império.

E houve o confronto de Toba Fushimi, ou a Guerra dos Boshin. As forças de Choshu, Satsuma e Tosa contra o exército de Tokugawa que durou quatro dias, e os Imperialistas foram vitoriosos. Yoshinobu Tokugawa se rendeu, e Saigo mandou confiscar suas terras. E o Xogun revoltado, do Castelo de Osaka preparou um ataque contra a Corte. Mas as forças de Choshu e Satsuma eram mais bem equipadas e tomaram o Castelo de Osaka e o Xogun teve que renunciar. Dos cento e vinte mil soldados envolvidos, cerca de três a oito mil foram mortos. Esse foi o preço para acabar com o Xogunato. As forças derrotadas do Xogunato foram poupadas graças a Saigo Takamori, que queria construir um país de paz e desenvolvimento.

E a Restauração Meiji foi declarada.

Infelizmente, Sakamoto Ryoma e Nakaoka Shintaro não chegaram a assistir a chegada da nova Era. Eles que tanto pelejaram, lutaram e pregaram a união dos japoneses, só viram seus amigos de infância serem executados um a um, por terem usado suas espadas a serviço de Hanpeita para assassinar gente, que desejava a modernização do Japão. Ryoma foi responsável também pela renúncia do Xogun Yoshinobu, evitando assim que houvesse mais derramamento de sangue. Sakamoto e Shintaro foram emboscados num Hotel e assassinados pelos radicais que queriam manter o país isolado do mundo. Ryoma tinha apenas 33 anos, e é considerado o Pai da Marinha Imperial Japonesa.

A Restauração Meiji foi proclamada em 04 de janeiro de 1868. Ela devolveu o poder de comando do Japão ao Imperador, estabelecendo o fim definitivo do Xogunato ou do Feudalismo.

A Era Meiji durou de 1868 a 1900 e foi um tempo de renovações políticas, religiosas e sociais profundas. O Império desistiu do Isolacionismo, deixou de expulsar os estrangeiros e estabeleceu um Comércio Exterior mais atuante.

Enfim, o Império construiu um Estado Novo e uma Nação Moderna. Acabou com a Teocracia, extinguiu os samurais, abriu os portos para o mundo, ocidentalizou os costumes e urbanizou os vilarejos.

Hoje Xoguns, Daimyos e Samurais são apenas personagens de filmes e animês, que fazem sucesso no mundo todo. Mas, esses personagens realmente existiram numa época, que se perde nas brumas do tempo, época difícil de fomes e guerras. Felizmente, tudo isso já passou.

E graças a heróis conhecidos da História e outros desconhecidos que morreram nas batalhas encetadas pelas causas radicais, que a humanidade costuma defender.

O Japão teve que passar por essas vicissitudes devido às ilusões criadas de divindade da Família Imperial, devido ao radicalismo de ideias incutidas na população e devido ao orgulho embutido nos comandantes ao longo dos séculos. Felizmente, as mudanças vieram, forçadas é verdade mas vieram! E tornaram o Japão uma das potências mais respeitadas no mundo de hoje. E que respeita todas as Nações do mundo, indistintamente.

E isso graças a gente heroica, que deu a alma e a vida pelo Japão de paz que hoje conhecemos.

Que nunca nos esqueçamos disso!






Mirandópolis, novembro de 2020.

kimie oku in

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legendas: fotos de:

 Sakamoto Ryoma,

Saigo Takamori e 

Imperador Mutsuhito Meiji

segunda-feira, 9 de novembro de 2020


Karada ni ki wo tsukenasai!

Tem uma frase japonesa que sempre me deixou encucada.

É "Karada ni ki wo tsukenasai!"

Significa: "Cuide bem do seu corpo!"

Essa frase era sempre dita ao se despedir de uma pessoa.

Para pessoas que vão embora.

Para outras que vão viajar.

Ou simplesmente para pessoas que precisam se ausentar...

Eu na minha total ignorância pensava:

"Por quê só cuidar do corpo?

E a alma? Não importa?

Japonês tem cada uma!"

..............................................................................

Hoje já penso diferente...

É necessário cuidar do corpo, porque ele carrega a alma.

O corpo é a morada.

Mesmo sendo de barro, que ao pó voltará, ele é a casa.

Ora, se não cuidar do corpo a alma irá sofrer.

Um corpo machucado terá uma alma sofredora.

E o nosso contato com as almas se faz através de corpos.

Corpos materializados, que enchem nossos olhos.

Porque representam almas viventes.

Almas que preenchem nossas vidas...

Por tudo isso, a gente sofre quando alguém parte.

Porque um corpo levou a alma que amávamos...

E somos muito materialistas ainda.

Precisamos conferir com os olhos as presenças...

Mesmo sabendo que elas estão diante de nós.

Porque quem nos amou um dia, nunca irá nos abandonar.

Apenas o corpo desmaterializou-se.

Porque a matéria tem prazo de validade.

A alma não.

Então, para continuarmos vendo as pessoas queridas, devemos

repetir:

Karada ni ki wo tsukenasai.

Então, amigos,

Por favor, karada ni ki wo tsukenasai!

Mirandópolis, 09 de novembro de 2020.

kimie oku in

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terça-feira, 3 de novembro de 2020

 

                      Uchinanchu


A pedido de amigos estou escrevendo sobre Okinawa, essa ilha maravilhosa que se localiza ao sul do Japão.

Hoje, Okinawa é uma Província do Japão, mas já foi domínio da China e dos Estados Unidos.

Ela faz parte do Arquipélago Ryukyu, uma cadeia de 169 pequenas ilhas no Mar da China Oriental, entre Taiwan e Japão. População de um milhão e quinhentos mil habitantes, aproximadamente. Clima tropical que possibilita o cultivo de cana de açúcar, batata doce e frutas tropicais como abacaxi e banana. Sua capital Naha se localiza no extremo sul. Okinawa é famosa pelas belas praias que atraem turistas do mundo inteiro.

A ilha de Ryukyu foi um reino independente, Reino das Léquias (leques?) entre os séculos XV e XIX. No final do século XIV estava dividida em três Reinos: ao Norte os feudos de Hokuzan, pobres mas militarmente organizados. No Centro dominavam os Chuzan, de feudos mais ricos e poderosos. E ao Sul dominavam os Nanzan, que controlavam os Portos de Naha e Kumemura. Como no Japão esses grupos entraram em conflito, e os Chuzan venceram. A Ilha foi unificada por Sho Hashi, que se tornou Rei e se estabeleceu no Castelo de Shuri, onde passou a governar o país.

 O país prosperou através do comércio com Vietnã, Coréia, Sumatra, Japão e Sibéria. Foi a Era Dourada, próspera sem guerras. Mas como era um entreposto comercial entre China e Japão, passou a ser cobiçada pelos países vizinhos. Em 1429, o Imperador Ming da China o reconheceu como Estado soberano, mas passou a cobrar tributos de Okinawa. Soberania limitada...

Em 1590, o poderoso Xogun do Japão Toyotomi Hideyoshi solicitou ajuda militar ao Rei Sho para invadir China. Como eles dependiam da China, o Rei recusou. E então, em 1609 o senhor feudal Shimazu de Satsuma, Japão invadiu Ryukyu, destronou o Rei e tomou posse da Ilha. Embora os okinawanos tivessem que prestar tributos aos japoneses, Shimazu permitiu que a família de Sho continuasse governando a Ilha. E para manter as aparências como Ilha independente, os japoneses e os okinawanos foram proibidos de se visitar. Isso levantou uma barreira cheia de preconceitos, que durou até recentemente.

Quando eu era jovem, os nikkeis do Brasil se referiam aos imigrantes de Okinawa com desprezo. E eu não entendia a razão. Mesmo os casamentos com eles eram restritos. Um dia, um jovem daqui se casou com uma descendente de uchinanchu. E na festa de casamento, a família da noiva trouxe um grupo de dançarinos para apresentar um show no Clube Nipo. Literalmente foi um show nunca visto antes. O vestuário alegre e todo colorido, o ritmo da música, os instrumentos musicais, os passos dos dançarinos deixaram a comunidade nikkei boquiaberta. Todos perceberam que a cultura okinawana era rica e digna de respeito.

Bem, mas continuando a história, em 1879 Japão anexou as Ilhas e China se opôs. Estados Unidos intermediaram favoravelmente ao Japão. E continuou pertence ao Japão até 1945, quando os Estados Unidos invadiram a Ilha na Segunda Guerra. Houve a terrível Batalha de Okinawa, em que morreram setenta e dois mil soldados americanos e duzentos e cinquenta mil militares e civis japoneses. Esses civis eram okinawanos ou uchinanchus...

Com a derrota do Japão, os americanos tomaram a ilha e ali estabeleceram uma Base Militar, que permanece até hoje. Os soldados ocidentais baseados lá acabaram se relacionando com as moças uchinanchu e geraram filhos. Esses filhos, resultado da miscigenação de japonesas com americanos são chamados hafu, isto é meia e meia, ou metade japonês e metade americano. São os mestiços. Havia muita discriminação, mas hoje com a globalização, as raças se misturaram tanto que há hafus de várias raças e ninguém mais se preocupa com isso.

Em 1972 os Estados Unidos devolveram a Ilha ao Japão, mas a Base Militar continua lá. Com isso, a discriminação contra os okinawanos foi diminuindo aos poucos, porque eles passaram a ser definitivamente considerados japoneses. Japoneses que falam outra língua, têm uma cultura totalmente diferente e cuja origem ninguém ainda desvendou. Se, são originários das Ilhas da Polinésia, da antiga China ou dos japoneses do período Jomon... Mas, isso não tem importância, o que importa é que japoneses, okinawanos e brasileiros somos todos irmãos, oriundos de um mesmo Deus.

 Um amigo meu esteve de passagem ao largo da Base Militar Americana, e disse que ficou muito impressionado. É imensa e tem um Exército, perto de 50 mil homens! Além de porta-aviões e armamento pesado... A presença dessa Base e as manobras que fazem têm incomodado muito os moradores da Ilha, que querem preservar a natureza. A poluição sonora chega a níveis insustentáveis, quando os aviões fazem treinamentos. E todos os moradores reclamam dessa presença de estrangeiros, mesmo porque volta e meia estão acontecendo casos de estupros de crianças nativas... O governo japonês alega que essa Base representa segurança para os japoneses, constantemente ameaçados pelos norte coreanos.  Mas está sendo pesado para os habitantes da Ilha. E as desabitadas Ilhas Senkaku controladas pelo Japão, estão sendo disputadas pela República Popular da China e por Taiwan.

Então, mesmo no Paraíso terrestre não faltam problemas!

Como estamos tão distantes e só vemos imagens maravilhosas das praias de Okinawa, nunca pensamos em problemas. Mas a presença dos americanos ali realmente é um preço duro para se pagar, por ter sido anexado ao Japão. Os okinawanos ainda sonham com Independência, mas a globalização torna isso quase impossível.

Bem, mas ainda há muito que conhecer sobre os uchinanchu. Eles têm linguagem própria e diversos dialetos. Descobri algumas palavras na língua nativa: mamãe seria Anma, papai é Su, irmão é Chode, amigo é Dushi, obrigado é Nife, senhores é Gusuyo, feliz é Usaibin, descendentes é Nife Debiru, Deus é Kami, oratório da cozinha é Hinukan, que é o Guardião do Fogo, Sanshi é um shamisen de três cordas, Yutá é mãe de Santo, Kachashi é uma música para todos dançarem em final de festas. Também percebi que Norte é Hoku, Centro é Chu e Sul é Nan como em japonês (Hokuzan, Chuzan e Nanzan).

As escolas locais estão se empenhando em preservar a rica cultura nativa, ensinando cânticos e danças desde o Curso Primário. Essa cultura é muito atraente porque o povo é bastante comunicativo. São alegres e transmitem muita coisa positiva. Suas danças e seu ritmo já ganharam o mundo! Há que se preservar! E o cuidado que têm para cuidar da natureza é um exemplo inigualável.

Até agora eu só sabia que os uchinanchu gostam muito de Goyá ou Nigauri, ou Melão de São Caetano. E sabia que eles têm cabelos fartos e fortes; e que Campo Grande capital de Mato Grosso do Sul tem o maior reduto de uchinanchus do Brasil.

Mas com essa pesquisa descobri tudo isso que escrevi, e estou encantada com esse povo, que sabe ser feliz e leva a vida numa boa. Mais feliz ainda pela colaboração de Kenji Tengan um uchinanchu de boa cepa, que me passou tantas informações.

Vou encerrar usando alguns termos da língua uchinanchu!

Gusuyo, estou usaibin por ter conhecido a história de Uchinaa. Nife debiru Kenji Tengan pela ajuda. Yutá e Kami te protejam!

Mirandópolis, novembro de 2020.

kimie oku in

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terça-feira, 27 de outubro de 2020

 

    信長、秀吉、家康

三人英雄たちの伝記を書いて、いまさら比べたいことが残った。

まず、三人たちが愛知県に生まれ、同じ時代に育ったことは不思議です。それとも同じ目標を抱いて、日本を統一したことも意外にふしぎです。

織田信長は愛知県の尾張に千五三四年に生まれ、千五八二年に明智光秀に殺され。四十八歳の短い生涯の間に命を賭けて、戦争ばかりし。ほかの土地を占領し、人を殺し、城を崩すし。しかし,一つの一番大事な目的は日本を救って、統一にするつもりだった。国は戦国時代で乱れ。国民は疲れて、困ってた。男性たちは戦争ばかりし、食料はなく、飢えで国民は惨め。。。

されど、信長はとっても賢い人でした。隣の敵たちが油断するように、うつけ振りし。それで尾張のうつけてよばれ。将軍になって、本当の力と残酷さを見せた。一番ひどい事は比叡山の延暦寺を焼き落とし。そこで三千人の僧侶兵と御家族がみな殺され。理由は僧侶たちが将軍の敵をその修道院にかくまったから。

豊臣秀吉は愛知県の名古屋に生まれ、千五三七年に。六十一歳で世から去った。生まれたとき、非常に変な顔で、子猿てなのられ。家族は貧乏人。少年のとき家出。それで信長に出会い。織田家のぞうり取りの役目。秀吉はとても賢いで段々殿様に可愛がられ。信長が殺されたとき、秀吉は夢中になって、明智光秀を追いかけ。光秀は一人の百姓に殺され。

秀吉は真正な人。楽しいときに笑ったり、歌ったり、騒いだり。。。悲しいときに怒ったり、叫んだり、大声で泣いたり。。。気持ちを隠しきれない。

とにかくうぬぼれと傲慢ところもあった。その気持ちで韓国と中国を占領するつもりで戦争を起し。無駄な戦争。たくさんの兵たちが命おとし、何の価値もなかった。

それでも、秀吉は日本を統一にする信長の役目を果たし。また、戦国時代を終わらせ。百姓たちの武器を引き取って、百姓たちを耕しさせ。戦争はもう無い。

徳川家康は愛知県の岡咲城千五四三に生まれ。七十三歳で他界し.三人の中で一番長生きし。母から二歳のときに別れ。家族の 安全のために、母は自家に帰された。二歳から十六まで織田家と今川家に人質にされ.戦国時代の時に強い大名は弱い家族の子や、妻や、兄弟を人質にするのがしきたり。反乱が起こさないように。家康は交換する貨幣のように利用され。

家康は家族の愛情を味わうことはなかった。織田家に暮らしたときが一番楽し。それは信長から可愛いがれ、兄貴分のように馬乗りや泳ぎや剣の使い方をおそわれた。家康はあちらこちらにすてら我慢して強くなっていた。他人の間違いを見ながらたくさん学んだ。

残念ながら、信長の跡継ぎが家康の番だったけれど、秀吉が先に出て、将軍の座を奪った。力も権力もあったけど、ただ秀吉の活動を見てった。それで何十年たって、その座に着いた。

将軍になって有能な人を見せった。領土した城の家来たちを丁寧に扱い、皆から尊敬されるほど。将軍の跡継ぎのことも上手に解決し。開始した徳川幕府は二五十年の間、日本を治めた。しかしながら、家康に侍の残酷さもあった。信長に従って、わが妻と子を殺し。。。殺すか殺されるか。。。まだ、外国人のクリスチアンの神父たちを日本から追い払った.日本人はイエズスの事を恐れてった。

つまり、三人とも愛知県に生まれ。

同じ時代に存在し,千五三四年から千六十六年まで。

そして同じ偉大な目標を実行し、日本を統一の国にした。

とっても不思議な事は三人ともが出会って、それぞれが将軍として後継いだ事。おかげで日本は戦国時代から救われ、強い国になった。

三人ともよく似てった。でも違ったところもたくさん。

鳥は歌わないと殺す。。。。。。。。。。信長

鳥は歌わないと、歌わさせる。。。。。。秀吉

鳥は歌わないと、歌うまで待つ。。。。。家康

Mirandópolis, outubro de 2020.

奥きみえ

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