quarta-feira, 19 de setembro de 2018


Para consertar uma vara torta não basta trazê-la para a posição correta. É necessário vergá-la para o lado oposto”

Frase de Lênin, comunista, marxista e 1° Chefe de Estado da União Soviética. É uma teoria que mesmo sendo verdadeira, pois a vara torta não se endireita tão facilmente, está sendo utilizada até a exaustão pelos comunistas de plantão, atualmente. Só que o extremismo a que chegaram, leva-nos a crer que eles não querem consertar nada. Querem implantar a luta de classes, colocando o empregado contra o patrão, o desviado contra o normal, o errado contra o certo. Querem uma revolução, para ocuparem as posições de comando. E não apresentam nenhuma alternativa de solução aceitável.
Que mundo resultará disso?
Será que a massa cinzenta das pessoas foi eliminada? O que será que passa na cabeça das mulheres, que acham o máximo se exporem totalmente nuas para fazerem seus protestos? Incapazes de usarem seus argumentos apelam para o escândalo e acham que isso é o melhor caminho? Quanto pior, melhor?
Eu acredito que, Lênin o autor da frase jamais imaginaria o uso tão deturpado de seu pensamento pelo povo, um dia. Que fique bem claro que não estou defendendo o comunista, mas a verdade que subsiste na frase. Não acreditam? Peguem uma vara bem torta e tentem voltá-la à posição normal. Uma vez, duas vezes, dezena de vezes. Ela não se apruma. É preciso forçá-la ao outro extremo, que devagarinho chegará ao ponto ideal. Essa teoria foi amplamente usada na Educação, mas sem extrapolar os limites da moral e do respeito. Para não quebrar a vara.
Muitos pais antigos usaram essa fórmula sem conhecerem a frase. Punham seus filhos de castigo quando agiam incorretamente. E às vezes, exageravam na dose, puxando a vara até o extremo quando o erro era inominável. O castigado era obrigado a repensar no que havia cometido e aos poucos, percebia que havia errado. Gerações inteiras foram salvas por esse método. Não se tornaram assaltantes, nem ladrões e nem terroristas. Gerações passadas nos deixaram como legado a honestidade.
Infelizmente, pais e professores se bandearam para o outro extremo, com a desculpa de que não se pode traumatizar os jovens e adotaram o laissez faire. E o mundo ficou do jeito que está. Perdido!
Lênin usou essa frase para implantar uma revolução e dominar as Repúblicas do Leste Europeu, formando a URSS ou União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Mesmo com essa teoria correta, extremos extremíssimos foram cometidos contra o povo inocente e por fim, o sonho dele desmoronou. Com o fim da União Soviética. Ficou mais que provado que a teoria era boa, mas na prática não funcionou, porque foi aviltada pelo egoísmo e desejo de poder dos mandantes.
O que estava errado nessa teoria? A aplicação, a Dominação, o jugo, o fazer fazendo! A total falta de respeito.
Nada dá certo quando uma teoria é imposta, sem a participação de quem está envolvido. Quando se força demais uma pessoa a mudar, corre-se o risco de quebrar essa pessoa, de destruí-la. Por isso, a aplicação deve ser feita com cuidado, com a anuência de quem precisa mudar.
E aqui no Brasil, tudo está ocorrendo como se fosse um grande teatro de horrores, onde os atores apresentam só o reverso da medalha, como o único ideal. E as mentes fracas estão aderindo motivadas por seus traumas, sua preguiça de pensar, sua revolta contra o sistema, sua ganância de conseguir benesses sem ter que trabalhar.
Sei que não vou viver o suficiente para ver no que vai dar esse teatro de horrores!
Mas, as futuras gerações irão sofrer muito, infelizmente.
E o Brasil nunca mais será o mesmo...
Mirandópolis, setembro de 2018.
kimie oku in



terça-feira, 4 de setembro de 2018


    O apanhador no campo do centeio
                    ( literatura)
 Quando li o nome desse livro, imaginei um campo dourado de centeio a se perder de vista no horizonte...
 E achei incrível um livro com um título tão bonito ter inspirado alguns doidos a cometer assassinatos. Como foi o caso de Mark Chapman que matou John Lennon, o caso de John Rinkley que tentou matar o Presidente Reagan e o de Robert John Bardo que assassinou a atriz Rebbeca Schaeffer. Esses assassinos haviam lido O apanhador.
Ao iniciar a leitura, constatei que era a história de um garoto de dezessete anos, que fora expulso de um dos mais conceituados Colégios, por não ter apresentado rendimento aceitável. O jovem Holden Caulfield é apenas um adolescente que não compreende o mundo, a sociedade, a escola e não entende as regras pré-estabelecidas pelos homens. E usa palavras de baixo calão para se referir a tudo que o rodeia: colegas de escola, professores, Diretor... É um rebelde sem causa, que ainda não se encontrou e despeja toda a sua insatisfação contra o mundo que não compreende.
O que mais intriga o leitor é a questão dessa leitura inspirar atos inaceitáveis como os crimes citados. O livro foi escrito na década de 40, e os costumes eram outros. A linguagem era outra, o comportamento das pessoas era outro e, ninguém se atreveria a pôr no papel tanta revolta contra a escola e a sociedade, a não ser o autor J. D. Salinger. Por isso, o livro provocou uma revolução, e foram vendidos 65 milhões de volumes. E parece que foi o gatilho para assassinatos incompreensíveis...
A linguagem é simples, despretensiosa e revela apenas a inquietação e a confusão de um jovem adolescente, que não sabe o que quer, e se sente infeliz por isso. Ao ser expulso de mais um colégio, ele tem medo do confronto com os pais, e evita ir para casa. Fica vagando por bares, por hotéis, pelas praças, vai à casa de um Professor que o tratou com certo carinho, vai se encontrar com sua irmã... Essa embromação dura todo um final de semana até que por fim, ele enfrenta o inevitável e vai para casa. Embora não narrado, pode se perceber que a família não o compreendeu e o internou em alguma Casa de Recuperação, de onde ele está fazendo a narrativa.
Mas, nem tudo é negativo no livro.
O jovem demonstra um carinho especial para com sua irmãzinha de dez anos e outro irmão, já falecido. Seu amor parece incondicional para com eles. Também demonstra um certo respeito para com dois Professores. E uma preocupação inusitada pelo destino dos patos quando o lago do parque congela...  Ele pensa. E é só.
Só fui entender toda a trama e o título quando deparei com isso:
“...fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto... quer dizer ninguém grande...a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o que é que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice.”
Só que ele não conseguiu proteger John Lennon nem Rebbeca Schaeffer.        E nem seus algozes que caíram no precipício...

Mirandópolis, setembro de 2018.
kimie oku in