Pamonha! Olha a pamonha!
Fiquei chocada com a morte do nosso amigo Zé da Pamonha.
Acostumada a vê-lo todas as semanas
vendendo o seu delicioso curau, a pamonha quentinha e o bolo de milho verde,
nunca imaginei que ele partiria tão cedo.
Casado com a amiga Fátima, os dois davam
duro para preparar os produtos, com que nos deliciavam sempre. Volta e meia eu
comprava um curau, uma pamonha. Alimentos bem feitos e que sustentaram muita
gente no comércio.
Acredito que a maioria da população de
Mirandópolis tenha saboreado seus produtos. Sei de gente que era freguês
contínuo.
Um dia, encontrei com ele e um irmão seu no Mercado. E o irmão disse para
mim que o Zé apanharia de alguém, a qualquer hora. Eu lhe perguntei: Por
quê? Porque ele chama todo mundo de pamonha...
Demos umas boas gargalhadas.
O Zé era um homem sério, muito educado. Volta e meia, ele falava que não
era fácil ficar naquele carro horas e horas, com o calor tórrido daqui. Cada um
sabe onde aperta o pé... Mas, estava sempre firme forte vendendo pamonhas.
Com a partida súbita dele, fico me assuntando: Quem irá fornecer aquelas
delícias para nós? Será que alguém dará continuidade ao trabalho dele? Será que
perdemos de vez um fornecedor de pamonhas?
Aquele carro todo colorido marcou época em Mirandópolis.
Agora que ficamos sem, senti vontade de comer um curau...
Mas, o Zé foi servir aos anjos no
céu.
Mirandópolis, agosto de 2021.
kimie oku in
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