domingo, 3 de julho de 2016

                As Redes Sociais
        
Durante toda a minha vida, observei que as pessoas não gostam de ler. Nunca atinei com a razão, mas a maioria da população não se dedica à leitura.
Em geral só leem os preços das mercadorias, as datas de validade dos produtos... As pessoas não têm o hábito da leitura. O máximo que fazem é ler os folhetos de promoções de Mercados e Lojas.
Leitura de livros? Enquanto trabalhei nas Escolas, percebi com tristeza que, as Bibliotecas eram frequentadas somente por alunos, e muito raramente por professores...
Leitura de jornais? São pouquíssimos leitores que assinam jornais... E a maioria só lê as manchetes e a página dos esportes, em especial notícias de futebol.
Então, podemos concluir que a maioria da população tem ojeriza à leitura.
Antigamente, quando era criança meio alfabetizada, adorava ler os Almanaques Fontoura, que as Farmácias ofereciam gratuitamente, com sugestões de remédios... Era uma revistinha com o calendário do ano seguinte, e fazia a propaganda de um complexo vitamínico, chamado Biotônico Fontoura. E havia também anúncios de outros remédios. Naquela época, havia poucos jornais, o anúncio em rádio era caríssimo e tevê nem existia. Esses almanaques eram o recurso da época, para sugerir remédios para todos os males. E para distrair os leitores havia interessantes contos, piadas, curiosidades e algumas notícias do mundo. Como morávamos num sítio retirado, quase sem contato com as pessoas, o almanaque era muito disputado entre todos de casa. Eu o lia de cabo a rabo...
Mais tarde quando descobri uma biblioteca, foi como chegar ao céu. Li tudo que estava disponível.
Mas nem todos tiveram essa paixão por leitura, mesmo porque mandar filhos para escola era feito sempre com ameaças, para as crianças desobedientes: “Você vai ver, quando for para a escola, a professora te deixará de castigo!” E assim, já precavidas pelas mães de que a professora era uma ameaça, as crianças iam de má vontade, e resistiam às suas ordens. Sempre desconfiadas. Pensavam que tudo era motivo de castigo, de punição. Não pensavam em leitura e escrita como fontes de prazer mas sim, de tortura...
E assim, gerações passaram sem se aprimorarem na aquisição de conhecimentos... Muitos jovens que chegaram à universidades se dedicaram aos estudos, apenas para vencer etapas e concluir cursos, para conseguirem seus diplomas. Dedicação aos estudos era só às vésperas de provas. Poucos se aprofundaram nos estudos, para serem realmente profissionais bem informados.
Mesmo assim, de um jeito ou outro todos sobreviveram. Escrevendo errado, falando errado mas sobreviveram.
E hoje constato que, muita gente está lendo e escrevendo na Internet, em especial nas redes sociais. Redes sociais mais conhecidas aqui no Brasil são: Facebook, You Tube,Twitter, Google, WatsApp, Instagram... Eu mesmo tenho uma página no Facebook, onde interajo com meus amigos. Para isso, é necessário digitar palavras, frases, textos. Interessante é notar que há uns trinta anos atrás, havia Cursos de Datilografia, que ensinavam a digitar textos. A maioria dos jovens frequentou esses cursos para aprender a datilografar... Hoje, essa máquinas se tornaram obsoletas, ultrapassadas pelos computadores, que possuem teclados que facilitam a edição de textos. E todo o mundo está digitando, mesmo sem ter frequentado aulas de Datilografia.
E é justamente isso que é fantástico!
A Internet através dessas redes sociais, recuperou o gosto da humanidade pela leitura, e pela aquisição de conhecimentos. A maioria das pessoas em todo o mundo está  se comunicando, através das redes sociais. É verdade que há muitos erros de ortografia, de concordância verbal, de falta de clareza das frases, mas mesmo assim a comunicação acontece. E é esse o objetivo: comunicar-se e interagir.
Embora os Professores de Português exijam textos corretos e claros, a maioria dos usuários pouco se importa com isso. O que importa é a comunicação, e eu concordo. Usa-se muita gíria, abreviaturas que nem existem, palavras estrangeiras inseridas, que dão a dimensão do quanto as línguas estranhas já fazem parte do nosso cotidiano. Quem é que não sabe o que significa Impeachment?  E money?  E pole position? E samurai? E sashimi?  E yakisoba? E WhatsApp? E notebook? E abajur? E boate? E yakuzá? E buquê?  E Hermano? E caliente? E mama mia? Todas elas foram adotadas de línguas estrangeiras e fazem parte do nosso cotidiano. A globalização aconteceu também em nossa linguagem usual do dia a dia. Ampliou nossos conhecimentos.
E agora, com a velocidade dos pequeninos aparelhos de celulares, whatsapps e suas variedades, tudo ficou ao alcance do usuário. Falar, digitar, ler, mandar mensagens, fotografar... Nem faço ideia de onde iremos alcançar com essa tecnologia.
O que importa, porém é a comunicação estabelecida. É certo que, isso também é um problema sério no mundo de hoje. Esses aparelhos facilitam a ação de bandidos, de sequestradores, traficantes e de tudo que ocorre no submundo... Mesmo assim, há vantagem na comunicação em todo o mundo. É possível mandar mensagens para diversas partes do planeta, e conversar ao vivo com pessoas muito distantes...
Há uns anos atrás, eu mesma escrevia meus textos à mão. E sempre o fazia a lápis, para facilitar a correção... E escrevia, e corrigia mil vezes e jogava as folhas, dezenas de vezes...  Depois de alguns amigos insistirem, acabei adotando o computador. Facilitou demais a minha arte de escrever. Nunca fui boa em datilografia, mas hoje digito os textos com rapidez e facilidade. Nem sempre uso todos os dedos da mão direita, mas os da esquerda sim. E tem gente que digita com um dedo apenas. Isso não tem importância. No teclado do computador não há regras. O que importa é o produto final. E mesmo este, não precisa ser perfeito se é para as redes sociais. Os amigos entendem e perdoam as falhas.
E o computador oferece até o corretor de palavras e textos, sublinhando as formas erradas e apresentando as corretas. Praticíssimo.
Além dessas vantagens todas, ainda o Google que é uma rede ampla e internacional, oferece pesquisas de quase todos os assuntos que alguém procura. Textos sobre os acontecimentos da História do mundo, desde os primórdios até os dias atuais, sobre as descobertas no campo da Medicina, da Física, das Ciências, da Aeronáutica, da Tecnologia, das Artes...  É um campo vasto e incrível. Embora não completo. Está se transformando numa grande Enciclopédia Universal. E sem necessidade de bibliotecas.

Acredito que em breve, não haverá mais livros e jornais. Estão condenados definitivamente, diante da pressa do mundo de hoje. Até os jornais estão invadindo a Internet, e as imagens vivas em cores atraem muito mais que o noticiário em folhas de jornais.
Como sou de outros tempos, pré-informática, tenho livros de autores preferidos e não consigo me desfazer deles. Shakespeare, Gabriel Garcia Marquez, José Saramago, Drummond, Júlio Verne, Manuel Bandeira, Cecília Meireles...
E ultimamente, tenho adquirido uma porção de livros japoneses, mais sobre a História do Japão, cuja cultura admiro muito. E sempre que posso insiro umas palavras japonesas em meus textos, principalmente quando não há a palavra equivalente em Português, para expressar minhas ideias. É a minha forma de divulgar a cultura oriental.
E estudo a língua japonesa regularmente há mais de vinte anos. Gostaria de, um dia ser capaz de escrever minhas crônicas nessa língua também.
Concluindo, as redes sociais vieram para mudar o mundo. Substituíram muitas saídas e viagens para contatos, reduziram espaços e tempo, substituíram o rádio, o telefone, o telégrafo, as cartas...
Em breve, substituirão a televisão.
São muito rápidas e eficientes.
Para onde a tecnologia levará a humanidade?
Mirandópolis, maio de 2016.
kimie oku in





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