terça-feira, 1 de novembro de 2016

Horário de Verão
       
      Dizem que horário de Verão é para aproveitar ao máximo a luminosidade do sol e poupar energia elétrica.

Quando ainda trabalhava no final dos anos 80, realmente as aulas começavam para os alunos do Curso noturno, com a iluminação solar nas salas. Somente após as primeiras três aulas era necessário acender a luz elétrica. Vinte horas era dia claro ainda.
E de manhã, o dia clareia às seis horas do novo horário, impreterivelmente. Interessante é que os passarinhos também seguem o horário de Verão. Antes das seis horas da manhã, começam a pipilar pedindo comida. Acho que o relógio biológico deles é que exige essa mudança de horário. E na realidade são cinco horas da manhã do horário normal.
Mas, pensando na praticidade desse horário, o interessante é que de manhã, as horas voam e não se pode bobear, porque acabamos faltando com os compromissos... Ao despertarmos já são mais de sete horas, e após cumprir as necessidades matinais, o dia começa de fato às nove horas. E é preciso apressar-se para as compras, pois logo já serão horas de preparar o almoço. No horário de Verão, marco poucos compromissos de manhã, exceto as aulas de piano. E após o almoço, as horas correm céleres... Se cochilar, nem dá tempo de ir ao Banco... Dezesseis horas chegam num piscar de olhos... E aí o dia já se findou.

E então, o melhor acontece nesse intervalo das dezesseis horas até a hora de dormir. A tarde fica comprida, e dá tempo para fazer muita coisa. Vejo filmes, toco piano, cuido das plantas... Para os que estão na ativa, sobra tempo para praticar cooper, caminhar no Bosque da Saúde, jogar bola, ir ao barzinho tomar uma cerveja e para a moçada namorar, tomar sorvete... Para os aposentados então, o tempo é um presente do céu. Dá tempo para ir pescar, para andar na Avenida,jogar bola, um truco...  Porque o dia continua claríssimo.
Gosto muito das tardes desse novo horário. As tardes ficam longas apesar de muito quentes, porque estamos em pleno veranico de Primavera. Dá tempo para visitar vizinhos, falar longos momentos com amigos ao telefone, ler livros, ver filmes, consertar peças de roupas...
Se souber programar, as tardes ficam mais proveitosas e dá para botar em dia muitos compromissos atrasados.

E tem gente que odeia esse novo horário. O problema maior é ter que se levantar cedinho, perdendo o melhor do sono... E aí a pessoa vai trabalhar mau humorada, por estar meio insone. Aliado ao mau humor vem o calor intenso dessa época, porque o sol parece estar pertinho da Terra, logo ali. Não raro a temperatura chega a 40 graus centígrados ao sol. Eu que sofro de radiação solar sei o estrago que isso faz para a pele.
E para se proteger dessa radiação, a ordem é usar bloqueadores solares, que até as grandes empresas fornecem para seus funcionários, que enfrentam o sol na sua atividade cotidiana. Esses cremes são protetores mesmo. Mas, incomodam porque melam a pele e provocam mais calor por não deixarem-na respirar... De qualquer forma incomodam, mas é preciso adaptar-se, porque pelo andar da carruagem, o Sol promete esquentar mais e mais a Terra.
Estive semana passada na minha cabeleireira e, como estava muito quente fui de chapéu. E ela me disse que, deveríamos divulgar o uso do chapéu, porque é útil e poderá ser chic também. Basta que comecemos a usá-lo. Eu por mim, não vejo nenhum inconveniente. Já o uso sempre que vou ao sítio e lido com as verduras de minha horta. Mas, na cidade, as pessoas olham para a gente que está de chapéu, como se vissem um extraterrestre que tivesse baixado à Terra.  Interessante é que a moda do chapéu já fez parte do figurino tanto masculino como feminino. Era normal usar chapéu. E acredito que depois que deixaram de usá-lo, os homens ficaram calvos mais precocemente... Os jovens de hoje ficam calvos na flor da idade. Deve haver uma relação direta com a radiação solar. Vale um estudo.
Mas, voltando à história do chapéu, deveríamos todos adotá-lo para proteger os cabelos do sol, que os sapeca e muda sua cor. Protegeria também a cabeça, onde está o órgão mais importante, o cérebro que faz a gente pensar. E ainda a pele do rosto que, com o calor do sol, com o vento e com o tempo seco vai ficando cada vez mais cheia de frisos como grandes pregas. Deformando mais e mais as feições das pessoas... Além do rosto, a pele do pescoço também é duramente atingida, com dobras e papadas...
Tá certo, existem sombrinhas ou guarda sóis. Mas, eles são tão inconvenientes para carregar pra lá pra cá, que sempre a gente os esquece em algum lugar. Parece até que foram criados para serem esquecidos...

Então, o melhor mesmo é o chapéu, que a gente bota na cabeça e lá fica. Estranha moda antiga era a de se retirar o chapéu, para se cumprimentar as pessoas. Chapéu faz parte do vestuário... Então pela lógica, teríamos que tirar o casaco, a blusa, a gravata... Isso não tem explicação plausível.
Falando seriamente, do jeito que a Terra está ficando mais e mais aquecida, não é demais pensar no uso do chapéu para sair de casa.
Quem sabe na moda verão deste ano, os estilistas adotem o chapéu para fazer a diferença! Com modelos e formatos para todos os gostos!
Seria fantástico!
E inteligente.

Mirandópolis, outubro de 2016.
 kimie oku in




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