Dez
anos...
Estive pensando...
O tempo passou num piscar de olhos.
Outro
dia inventamos a Ciranda!
E já se passaram dez
anos. Dez anos! Cento e dez reuniões realizadas. Em dezembro nunca fizemos.
Fiz um balanço de tudo que ocorreu nesses anos todos. Muita
gente veio, participou, desistiu, foi
embora de mudança. Mas outros foram ocupando o lugar delas e a Ciranda nunca
parou! Ela continuou girando, girando,
cantando, dançando e fazendo a alegria de tanta gente. Nunca houve uma reunião
com menos de trinta participantes. Sempre de trinta a sessenta.
Alguns amigos queriam que levássemos uma multidão para cirandar. Nunca
concordei! Porque quando a coisa cresce demais, perde-se o controle. É tal qual
uma Escola, uma Prefeitura, uma Liga de Futebol. Quando se tornam imensas,
ninguém sabe o que está ocorrendo na outra ponta. E para acontecer os ilícitos
é um caminho aberto. Percebi isso quando fui Supervisora de Ensino do Estado.
Escola grande propicia problemas mil.
Escolas pequenas caminham de forma organizada, sem problemas.
Porque a nossa Ciranda é coisa de cidade pequena, de gente humilde,
de pouca ambição. Só queremos diminuir a solidão das pessoas. De que adianta
reunir duzentas pessoas que mal se falam, mal interagem entre si? Para atender
aos excedentes, basta criar outros grupos, foi o que sempre sugeri.
Também não queremos padres nem políticos para nos catequisar. Já
vivemos o suficiente para saber o que nos convém. Nada de ideologias, de
credos, todos só precisam de atenção, de carinho, de uma mão amiga, de um sorriso...
Com esses objetivos já fizemos muitos cirandeiros felizes.
Nesses dez anos perdemos o Egídio Vicente, a Luizinha Cury,
a enfermeira Lourdes Codonho, a senhora Maria
Menegatti, o Jorge Cury, o Prof. Walther
Víctor Sperandio, o Prof. Aristides Florindo, a Palmira Martins, a senhora
Onofra, a dona Severina ( do Cene), o Toninho
do pandeiro, o Lupércio Salvá, o Prof. Ângulo
( Dinho), a Nair, a Regina do Coqueiro, a Leonor Sabino, a Margarida
Marchi, a Maria Resler, a Profª Maria José Candil, a Adelina Teixeira Leite, a
Lúcia Valverde, o Orozino Pereira da Silva, o Pedro Squinca e o senhor Mário
Dias Varela. Todos foram cirandar no
céu... Cada um cumpriu sua missão aqui na terra e foram para junto de Deus, depois de cirandar felizes
com os amigos. Acredito que conseguimos de alguma forma amenizar suas vidas na
reta final.
E na comemoração dos dez anos todos almejaram que a Ciranda
tenha uma existência longa. Porque as pessoas passam, mas a roda da vida
continua a girar, a girar, a girar eternamente...
Então, que venham outros dez, vinte, cinquenta anos.
Fazendo a alegria de idosos solitários.
Para sempre.
Mirandópolis, outubro de 2019.
kimie oku in
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