quarta-feira, 30 de outubro de 2019


                                          Geração destruidora
              
       Sou de uma geração que aprendeu a preservar tudo que a humanidade construiu para o bem estar da sociedade. Tudo que tem serventia e proporciona conforto a alguém.
      A minha geração e as anteriores fizeram de tudo para  cuidar das Praças, dos bancos, dos balanços, dos playgrounds, das calçadas, das muretas de proteção, das guias de sarjeta, dos sinaleiros, dos semáforos, das lâmpadas em lugares públicos...
      Por isso, ainda há Praças e bancos sob as árvores para os passantes descansarem, ainda há calçadas, guias de sarjetas e sinaleiros na maioria das cidades. Tudo isso foi bem pensado e inventado para propiciar conforto à humanidade. E tudo isso custou horas de planejamento, de análises, de execução e sobretudo muita verba. Nada foi de graça!
      A sibipiruna frondosa que dá uma sombra fresca para tantos carros e pessoas em frente a minha casa não foi plantada para luxo e ostentação. Foi realmente para proporcionar oxigênio para todos e abrigo aos passarinhos, além de combater o calor sufocante de nossos Verões. Todo ano, pago para podar seus galhos que crescem muito e atrapalham os caminhões que passam, e durante o ano todo varremos suas folhas miúdas, suas flores amarelas e pegajosas e suas sementes que voam para todos os lados. Aprendi desde cedo que é preciso preservar tudo que importa. E como cidadã, estou contribuindo para melhorar um pouquinho a vida de todos nós, só com esse ato de cuidar e preservar essa maravilhosa árvore.
      Por tudo isso, estou estarrecida ao constatar que a nova geração não se importa com as benesses que receberam, e parte para a destruição ao menor sinal de revolta.
Jovens que incendeiam ônibus e trens que foram inventados para servir ao público que trabalha.
Jovens que quebram catracas de ônibus, de trens e metrôs, que fecham ruas e vias de acesso de trabalhadores, que precisam do dinheiro para sobreviver...
Jovens do Grupo Greenpeace que sujam com óleo as calçadas do Palácio do Governo... Não foi o nosso Governo que sujou nossas praias, mas culpam-no de qualquer jeito. Green significa Verde e Peace significa Paz. Paz Verde! Sonho de qualquer cidadão inteligente! Mas onde está o verde, onde está a paz desse grupo que suja o ambiente?
É desalentador pensar que essa mania de destruição está virando moda e, ninguém se dá conta que essa mesma gente que gosta de detonar, não constrói nada de bom. Estão destruindo as calçadas, as ruas, os prédios, as catracas e não se dão conta que um dia nada restará para facilitar as suas miseráveis vidas. Aliás, acho que no final, irão morar nas ruas, mendigar por aí e continuar protestando porque suas vidas foram reduzidas a Nada. Por eles mesmos! Em Psicologia isso se chama Transferência de culpa. O Indivíduo que não aceita e nem assume seus erros, lança-os para terceiros, para se sentir confortável. Isso é falta de maturidade emocional É próprio de gente irresponsável, que nada assume, que vende a imagem de santinho, que defende a Amazônia, mas quebra o galho de árvore por onde passa, só porque ela atrapalhou sua visibilidade...
Geração pobre e vazia, sem objetivos. Geração que não sabe discernir o que é certo do que é errado. Que vai na “onda”. Tem protesto? Tou lá! Nem sabe por quê está protestando...
Honestamente pensando, achei que com o fim dos pichadores de muros e casas, os jovens tivessem amadurecido e passassem a ter outra perspectiva diante da vida. Mas, não! Eu estava enganada. Os jovens que pichavam muros eram realmente pacíficos e mandavam mensagens até inteligentes em forma de protesto. Os destruidores de hoje arrebentam tudo, sem nenhum propósito coerente para melhorar a sociedade.
Estou muito triste e perdendo a fé nessa juventude.
Mirandópolis, outubro de 2019.
kimie oku in


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