quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

 

        Sakurá, Sakurá!      


            

Há mais de dez anos, certo jornalista nihonjin veio aqui em Mirandópolis.

Queria conhecer a Comunidade Yuba, que já foi famosa por seu Balé, que nos tempos áureos fizera turnês por várias partes do mundo, inclusive no Japão.

O cidadão estava curioso para conhecer não só as pessoas, mas especialmente a natureza diferente daqui das terras tropicais.

Então, pediu ao anfitrião que o levasse a dar uma volta pelo campo. E lá foram eles, observando as plantações, as pastagens, a amplidão dos campos, e o gado que o deixava pasmo pela quantidade...

Estavam indo bem conversando, mas num determinado trecho da estrada, ele gritou para o motorista: Pare! Pare!

O amigo parou o carro preocupado, imaginando que o nihonjin estivesse passando mal.

Mas, quando o carro parou, o cidadão desceu sem dizer uma palavra e, desembestou  por uma pastagem verde  correndo como um doido.  O motorista ficou perplexo, sem entender nada.  Só ficou observando o que o japonês iria fazer...

No meio da pastagem tinha um maravilhoso ipê coberto de flores cor de rosa. O nihonjin foi até lá correndo e ficou algum tempo rodeando e admirando a árvore. E com a câmera tirou uma porção de fotos.

Quando voltou, perguntou tudo sobre  os ipês que nunca tinha visto. E quando soube que há ipês rosa, amarelo e branco em profusão no Brasil, ele disse:

“Doshite, nikeijin tachi ha NIppon no sakurá, sakura bakari ni shuuchaku suru no? Burajiru ni konna lippana ki ga arunoni...”

Por quê os japoneses daqui são tão apegados ao sakurá do Japão, se existem tão belas árvores aqui?

Mirandópolis, fevereiro de 2022.

kimie oku in

http://cronicasdekimie.blogspot.com

 

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