quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


   GENTE DE FIBRA – Albertino Prando


     Gente de fibra de hoje é um sanfoneiro.
  Albertino Prando de 67 anos, nasceu em Valparaíso, onde começou a vida trabalhando em roças de café e algodão, nas terras de seus pais.
    Aos 22 anos já casado com a senhorinha Cleuza de Souza Dias, mudou-se para Andradina, onde trabalhou na C.E.S.P.  (Centrais Elétricas do Estado de São Paulo)
    Cansado de esperar por promoções que não vinham, depois de cinco anos, foi trabalhar como encanador na Refinaria de Paulínia, onde ficou por oito anos.
  Após esse tempo foi admitido, como Supervisor de Manutenção Mecânica, da Fábrica de Alimentos Lácteos Danone, em Poços de Caldas, onde permaneceu por quatro anos.
  Mas, o Senhor Albertino gostava de desafios.
   Por conta disso, foi trabalhar na Usina Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu. Como Mecânico da Usina, atuou por seis anos. Nessa época, morou  um tempo no   Paraguai, com a família.
   Sempre carregando a mudança, ele partiu pra outra – agora era o Grupo Santista que o contratou, como Supervisor de Máquinas.
   O Grupo Santista já era uma mega empresa, que se dedicava à mineração, produção de alimentos, vestuários e ácidos, dentre os quais produzia o LH 80, um dos ácidos mais potentes e mais caros do mundo. Nessa empresa, seu Albertino ficou sete anos.
  O seu espírito aventureiro não tinha limites. Foi trabalhar  em Cajati,  Estado de São Paulo, na Foz do  Brasil,  empresa que faz saneamento de esgoto sanitário.  A Foz do Brasil é controlada pelo conglomerado econômico Odebrecht. Ali atuou como Supervisor de Máquinas.
  Estressado pelas andanças por tão diferentes lugares, carregando mudança, resolveu dar uma parada. Veio para Mirandópolis e foi plantar milho no Km 12, perto de Pereira Barreto. Aí veio o Plano Cruzado, que quebrou todos os produtores rurais, inclusive o seu Albertino.
   Depois de um ano de aventura na roça, e tendo perdido tudo, resolveu  voltar para o Grupo Santista, onde ficou por mais três anos.
     Daí se transferiu para a Empresa de Bombeamento de Tintas, a W. Roith, onde ficou por três anos.
  Com a ajuda dessa Empresa, o senhor Albertino conseguiu instalar a própria empresa. É a Prando Instalações Industriais, sediada na sua chácara, aqui em Mirandópolis. Sua especialidade é instalação de gráficas, em qualquer parte do país. Há quinze anos no mercado, a Prando já instalou gráficas para as Organizações Globo, para o Estadão, e recentemente instalou a Weber Gráfica em Brasília. Em Mirandópolis, instalou a Caldeira para uma empresa que industrializa  frutas.
 Hoje, a Prando Instalações Industriais está sob a responsabilidade do filho Carlos, Projetista Hidráulico e             Mecânico, que seguiu as pegadas do pai.
    O seu Albertino e a dona Cleuza possuem  também uma filha, que é Representante Comercial no setor do vestuário, na região. Possuem ainda duas netas, uma Bióloga e  outra que pretende fazer Medicina.
   O senhor Prando aposentou-se. E a felicidade de sua vida é contar para os amigos, tudo que vivenciou nos dezoito Estados brasileiros, por onde andou.  Lembra com alegria que, em 1980, ele e mais dois engenheiros da Danone conquistaram o 1º Prêmio do Festival Arizona de Música Sertaneja; ele com acordeão e os outros com violão.
    Dona Cleuza diz que agora, com a aposentadoria do marido estão vivendo a melhor fase da vida, com os filhos e as netas buscando um lugar ao sol.
    O seu Albertino que rodou o mundo, movido pelo espírito cigano, hoje vive sossegado numa chácara maravilhosa. E diz que não quer mais trabalhar. Só quer tocar sanfona.
  Albertino Prando, homem trabalhador, encarou os desafios da vida com coragem. E foi aventureiro do começo até agora.
   Albertino Prando é gente de fibra!

                Mirandópolis, 1º de julho de 2011.
                               Kimie oku

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