quinta-feira, 27 de julho de 2017

         O Jornal
       De repente, um pensamento me ocorreu:
     “ O Jornal é necessário?“
      Nos primórdios dos tempos, quando o homem começou a se comunicar com seus parceiros sentiu a necessidade de algo além da fala, para atingir outros que não estivessem à vista. Usando códigos acabou inventando a escrita. E o mais incrível é que surgiram diversas formas de escrita: grego, egípcio, aramaico, arábico, fenício, sânscrito... Que por sua vez, deram origem a milhares de línguas escritas em diferentes recantos do planeta. Assim, hoje temos línguas escritas originárias do alfabeto grego como o Português, o Espanhol, o Inglês, o Francês... O Japonês, o Tibetano, o Coreano tiveram origem no alfabeto chinês, que era quase uma escrita pictográfica, usando símbolos semelhantes aos objetos representados... E a escrita pictográfica mais conhecida é a dos egípcios, que ainda está nas tumbas de seus Faraós...
      Voltando à comunicação, depois que inventaram o alfabeto, tudo ficou mais fácil. Escritos nas areias, nos rochedos, nos portais de casas sinalizavam uma ordem, um aviso, uma advertência, que atingia de forma muito eficaz a massa. Dispensou um anunciante, que deveria ficar repetindo em alto e bom som até a exaustão, essas ordens e essas advertências...
E depois da invenção do papel, a escrita se vulgarizou. Panfletos, jornais e livros foram produzidos, formando uma indústria, que se propagou no mundo todo. Escolas direcionaram os ensinamentos baseados em livros didáticos, que facilitaram bastante o processo ensino-aprendizagem. A transmissão do conhecimento ficou muito mais eficiente.
Não só o alfabeto como o sistema de numeração decimal adotado no Ocidente aceleraram a comunicação entre vários países, e está sendo absorvido pelo Oriente, entre os árabes, chineses, hindus e japoneses. É a necessidade de entendimento imediato em transações comerciais, sociais e políticas. Peace, stop, love, war, tsunami, money, dólar, café são palavras de domínio público no mundo todo, assim como o sistema de numeração decimal arábico que usamos. O mundo tem muita pressa.
No mundo atual a Tecnologia vai invadindo e substituindo tudo: os livros não têm mais leitores... As Bibliotecas estão às moscas... E os jornais estão se reduzindo de volume e de edição. A Internet conectou o mundo todo e as informações são acessíveis em segundos. Isso facilitou bastante a vida de todos. Entretanto a Tecnologia não dispensa a escrita de letras e numerais, e nem a linguagem fonética. Ainda. Por enquanto, os alfabetos são indispensáveis até que se criem outras formas de simbologia mais rápida e eficiente.
E quanto ao Jornal? É indispensável?
Será dispensável em futuro bem próximo.
     Ultimamente, os jornais passaram por uma mudança radical. Foram reduzidos de tamanho para se adequar às exigências econômicas e continuar circulando. Os cadernos dos grandes jornais atuais estão cada vez mais finos. Porque o momento atual é de grave crise econômica e é preciso se adequar à dança dos números...
Mas, o jornal tem uma característica que outros meios de divulgação não têm. É um papel, que publica informações silenciosamente a que se pode reportar a qualquer momento, sem dificuldade. É barato e acessível até ao mais simples cidadão. Não requer tecnologia e nenhuma parafernália para sua leitura. E possibilita a leitura e releituras de informações sobre os acontecimentos sociais, políticos, esportivos, culturais e econômicos, além de acesso às informações sobre os mais diversos assuntos. E ainda, o Jornal é formador de opinião pública, que é um fator muito importante. Quem lê, acaba sabendo mais sobre o que está ocorrendo no mundo e não vive alienado. Mesmo assim será descartado.
      O jornal está condenado. Irremediavelmente. Também as Bibliotecas e as Livrarias. Assim como as Escolas. Porque os conhecimentos podem ser acessados via Internet sobre os mais diversos assuntos. E os arquivos do Google satisfazem a maioria de seus usuários. Embora incompletos. Que serão melhorados com a passagem do tempo.
A cada dia a Internet está dominando a área da comunicação. E o primeiro a cair será o jornal. E depois serão os livros. Porque logo, logo se tornarão obsoletos e ultrapassados. E é um caminho sem volta. É uma batalha perdida de antemão.
Inexoravelmente.
E aí, fica a questão:
O jornal é indispensável?  
Até quando?

Mirandópolis, julho de 2017.
kimie oku in


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