segunda-feira, 4 de junho de 2018


             Senhoras e Senhores,

       Quero agradecer ao Presidente desta Casa por ter concedido esta oportunidade de me manifestar.
 Quando soube que o Milton Lima seria homenageado hoje, não tive dúvidas!  Precisava falar!
Falar do Milton Lima é falar da Ciranda.
O que é Ciranda?
É um grupo de voluntários que realiza reuniões mensais, para proporcionar momentos de lazer a alguns idosos solitários da cidade.
Por que Ciranda? Porque nos damos as mãos para os parceiros da direita e da esquerda numa grande roda, para todos sentirem que há sempre uma mão amiga e ninguém está só. E como crianças felizes, brincamos de roda, cirandando.
Começou em 2010. E de lá pra cá fizemos 83 reuniões. Já passaram por lá mais de cem pessoas, e mais de uma dezena já foi cirandar no céu, porque todos são idosos, acima de setenta anos.
O Milton Lima foi o esteio para a formação dessa Ciranda.
E mesmo tendo ido de mudança com a família para Campo Grande e depois para a Ilha, sempre veio dar o seu apoio e participar de nossos encontros. E nesse contato aprendi muito com ele. E descobri coisas que realmente me emocionaram de verdade.
 Milton Lima esse amigo, merece ser homenageado por ser um exemplo de ser humano. Milton teve uma infância dura, passou necessidades brutais e muita fome... Um dia, com o pai internado no Hospital, sua família foi despejada da Fazenda e não havia mais nada na casa para comer. Então, como um anjo enviado por Deus, uma vizinha pobre como eles ofereceu uma latinha com açúcar branco... E ele me contou que aquele açúcar foi o que levantou o ânimo de sua mãe, que partiu para a luta e venceu todas as dificuldades. E ele jamais esqueceu a doçura daquele açúcar branco... É admirável a tenacidade desse nosso amigo que venceu aquela vida tão triste, e chegou até aqui realizando seus sonhos de trabalhador honrado, de poeta, de cantor, de escritor. E de cirandeiro também.
E por ter esse passado triste, Milton tem a capacidade de sentir a dor do próximo e sempre, sempre estende a mão pra quem precisa.  Aqui nesta Casa estão alguns amigos que foram abençoados com a sua amizade e sua generosidade, que dizem não esquecer jamais. São pessoas que ele levou para dezenas de sessões de quimioterapia, outros que receberam visitas constantes em cubículos onde moravam tão sozinhos... Outros já partiram mas, ele lhes deu banhos quando doentes e, também ao famoso andarilho Lazinho deu refeições, e cuidou para que tivesse assistência médica antes de morrer...
O homem não é uma ilha. Ele é gregário e precisa de outro para dividir as alegrias e as dores de uma vida. Por isso, terminar a vida sozinho é muito triste, ninguém merece. E o Milton se doa todos os dias, dividindo com os familiares e amigos as alegrias de sua aposentadoria, servindo aqui e ali. Por isso merece nosso respeito.
Concluindo, quero dizer que a Ciranda não se realizaria sem a ajuda do amigo Milton. E hoje aqui estão alguns cirandeiros, para agradecer a sua generosidade e atenção nesses sete anos cirandando, Milton Lima.
Que Deus o abençoe e a sua família e que nunca tenham momentos tristes de solidão e abandono.
Nós te amamos, Milton Lima!



Mirandópolis, 02 de junho de 2018.
kimie oku in
http://cronicasdekimie.blogspot.com.br/


Observação: Li este texto na Câmara Municipal de Mirandópolis em 04 de junho de 2018.
         Menção honrosa para Milton Lima. Presentes: Garcia, Dedé, Jovaninho, Antonio Travassos e esposa Vera Lúcia, Pedro Squinca, Lilian, Fátima e tia Rosinha, Jane e Fermina, Mary Magro, Nair Camata, Anna e kimie.










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