quarta-feira, 12 de dezembro de 2018


   Ainda a Lei Rouanet

Quando um cidadão precisa sustentar a família e fica desempregado, parte quase sempre para montar um barzinho, um carrinho de churrasquinho, uma lavanderia ou uma pizzaria.
E tem que ir ao Banco pegar um empréstimo.
      Taxas pesadas. Mas não tem opção.
Com o coração apertado acaba jogando na sorte.
Ele estará por conta própria e sem apoio de ninguém.
Ninguém garantirá que terá sucesso!
Mas a dívida no Banco estará correndo todos os meses, exigindo o pagamento de juros, que irão se acumulando.
E o cidadão passará meses sem dormir, inventando mil artifícios para chamar a clientela.
      Uma promoção no fim de semana.
Sorteio de um prêmio.
Anúncio nas ruas...
E a família faz o que pode para ajudar e não deixá-lo desistir.
Dependendo da falta de experiência e do bom senso, poderá vencer ou ser derrotado.
Em seis meses.
E isso ocorre todos os dias.
Todos os dias nesse imenso Brasil.
E ninguém se importa...
E a maioria é composta de gente honrada, que só quer uma oportunidade. Para vencer.
Porque precisa urgentemente de uma renda.
Para sustentar a família.
Para não sair roubando por aí...
Mas ninguém se importa.
Porque não é um artista,
Não é um cantor.
Não é um apresentador de shows.
Não é um ator de teatro.
Não é um jornalista de renome...
Por isso ele não terá uma Lei Rouanet para ampará-lo.
Dirão que lavanderia, pizzaria, barzinho não são culturas.
E sobrevivência não importa?
      Mirandópolis, dezembro de 2018.
kimie oku in


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