segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

 

                Redes sociais

     Descobri por triste experiência que, participar de grupos nas redes sociais não é uma boa.

     Achei que aprenderia muita coisa em contato com gente diferente, de lugares diferentes, de países distantes e desconhecidos...

     Honestamente, conheci tanta gente especial, de lugares nunca antes imaginados, possuidoras de conhecimento profundo das coisas desse mundo. Gente especializada em eletrônica, em psicologia, em religião, em formas de estudar, em arte culinária, em turismo, em estudo de línguas, em História do mundo... Aprendi muito com essas pessoas. E conservo amizade com algumas delas. E o nosso diálogo é sempre estimulante.

Mas... Sempre há um mas...

Quando a gente entra num grupo, há toda variedade de gente. De pensares diferentes, de opiniões convictas, de pregadores políticos, de pregadores religiosos, de pregadores moralistas e pior que tudo, de pregadores da “sua verdade”, que não admitem opiniões divergentes. A sua verdade é absoluta e não admitem que alguém possa questioná-la, ou duvidar dela. E se você cai na besteira de comentar algo pertinente, essas pessoas partem pra ignorância, xingando, proferindo ou escrevendo aberrações assustadoras... Trombei com algumas dessas pessoas. Brigando furiosamente entre si como crianças de escola...

E eram professores. Professores!

Vocês nem imaginam o nível dessas criaturas soberbas, fissuradas em partidos políticos, que criticam tudo, que condenam tudo, que não enxergam o outro lado da moeda. Vocês podem imaginar que são todas pessoas da esquerda, mas tem muita gente da direita também. São todos iguaizinhos, radicalíssimos e não arredam pé. E partem para uma polêmica sem fim, cada um querendo impor a “sua verdade”.  Não dá pra conversar com elas, porque elas não ouvem senão a própria voz, não leem senão seus próprios posts.

Pra se ter uma ideia, filho da puta é o termo mais comum, além de vá pros quintos dos infernos, que morra de Covid  fulano e toda a sua família, rezo novenas sem parar para que morram de Covid e Deus me ouve sempre, corno, puta que o pariu, escroto, capeta, diabo, cobra e muito, muito, muito mais. Que felizmente esqueci.

 Fiquei estarrecida ao constatar que professores usam esses termos sem o menor pudor... Dezenas deles... Daí, entendi porque as gerações atuais estão tão perdidas... Não tiveram professores, tiveram maus condutores, que lhes ensinaram tudo que não presta.

Essa gente com quem interagi por um breve período, não tem um tico de urbanidade, de educação, de respeito humano. Tem um rancor enrustido, e não perde oportunidade para fustigar outros. Gritando as suas "verdades".

Saí desses grupos, porque estava me magoando demais, e tive muitas decepções. Mas ao sair, me senti aliviada. Ficar lá era me castigar todos os dias, todas as horas. Um filme de terror.

E apesar do mundo estar tão perdido, estou feliz porque não perdi meu tempo brigando com essas criaturas, porque ali não é o meu lugar. Elas decididamente não têm cura. Saí em tempo, sem dar vexames. 

Mesmo que passem milênios, acho que educação e urbanidade ainda são os melhores cartões de identidade pessoal, que devemos carregar.

E grupos em redes sociais nunca mais.

Só a Ciranda, onde todos se respeitam.

Mirandópolis, janeiro de 2021.

kimie oku in

http://cronicasdekimie.blogspot.com

 

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