Brimos Turcos
Perdemos há pouco o último dos moicanos...
Bem, acho que de
verdade era um sírio libanês.
Um vizinho quieto, sério e tranquilo que cuidava de sua vida.
Quem o via andando pelas ruas da cidade, nunca imaginaria
que viera das longínquas terras do Oriente.
Daquele Oriente, onde as guerras nunca chegam ao fim...
Ele, como tantos outros amigos e parentes seus, vieram ao Brasil com
certeza em busca de paz.
E aqui construíram suas vidas.
Inicialmente como negociantes, como mascates.
Lá pelos idos de 1940, 1950,1960 se aventuravam pelos sítios e
fazendas...
Em lombos de animais e carroças...
Batendo de porta em porta...
Oferecendo tecidos em metros
para as gentes, que não
tinham acesso a esses luxos.
E era uma festa, quando apareciam com aqueles
cortes de tricoline e seda para camisas e vestidos;
de caxemira para calças e paletós masculinos.
Nada de tecido sintético...
Nessa época, as cidades eram pequenas.
E a maioria da população morava
em distantes fazendas...
Então, esses imigrantes árabes assumiram essa tarefa.
De prover as pessoas com o que era necessário
para confeccionar suas vestimentas.
Porque esses moradores rurais nem possuíam
meios de locomoção para virem à cidade.
Essa forma de comércio que devem ter herdado de
seus antepassados das Arábias,
fez a ligação tão necessária entre
o vendedor e o consumidor.
Com a venda ambulante.
O sonho dos "Brimos turcos"
como eram chamados,
era abrir uma lojinha na cidade,
para prover a todos com mais
conforto.
E aqui tivemos famosos "turcos" com suas belas lojas,
que na verdade eram sírios libaneses...
Seu
Asman Sheeran,
seu
Mohmad Fayes Omar,
seu Mohmad Zogbi,
e seu Ahmad Fayes Omar......
aos quais rendo essa pequena homenagem,
como comerciantes construtores de Mirandópolis.
Do Oriente Médio vieram
para engrandecer o nosso Brasil.
A todos eles a nossa gratidão.
Mirandópolis, abril de 2021.
kimie oku in
http://cronicasdekimie.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário