terça-feira, 9 de julho de 2013

Plebiscito e Referendo



                Plebiscito e Referendo
    Sempre que ouço a palavra “Plebiscito”, volto à minha infância, lá pelos anos cinquenta, em que li um texto de Arthur Azevedo, sobre esse tema. Tenho uma vaga lembrança, mas não tenho certeza, se o livro didático que o continha era “Meninice” de Luiz Gonzaga Fleury.
      No texto, um pai de família se vê incomodado pelo filho, que lhe pergunta o significado da palavra “plebiscito”. Não sabendo a resposta e, querendo preservar sua autoridade diante da família, acaba brigando com a esposa e os filhos e se retira amuado para o quarto. Lá, ele consulta o dicionário e volta à sala, para dar a resposta que todos esperavam.
         O assunto do momento é o tal do plebiscito, que na verdade, a maioria dos nossos eleitores não lhe conhece o significado. A palavrinha já tem provocado muita polêmica e, os doutores das leis estão todos tentando explicar o verdadeiro significado, seguido de exemplos digeríveis. Uns dizem que aprovar o plebiscito é como comprar algo, que não sabe para que serve. E afirmam que o Referendo é melhor.
         Mas, o que vem a ser Plebiscito?
       De acordo com o dicionário, Plebiscito é uma consulta à plebe, ao povo, para decidir se o mesmo quer uma mudança, uma reforma ou uma lei, proposta pelo Governo.
       O último Plebiscito de que participamos foi o de 21 de abril de 1993, em que tivemos a oportunidade de escolher entre as formas de governo Monárquica ou Republicana. E ainda, optamos pela República  Presidencialista e não Parlamentarista.
         E o que é o tal do Referendo?   
       Referendo é uma manifestação da vontade popular, aceitando ou rejeitando uma norma, uma mudança ou uma Lei, que já estão elaboradas e definidas pelos legisladores do país.
       E o último Referendo de que participamos foi o de 23 de outubro de 2005. Era a respeito do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826 de 23/12/2003). No texto redigido havia um artigo que gerou muita polêmica, e o povo foi consultado para decidir se o mesmo deveria fazer parte da Lei.
         Então, o Referendo de 2005 perguntava:
         “O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil”?
         A resposta teria que ser SIM ou NÃO.
         E o povo votou contra, alegando que sem armas, ninguém estaria seguro, uma vez que os bandidos sempre têm acesso a elas, mesmo sendo proibido.
         E aí chegamos aos tempos atuais, com todas essas manifestações de insatisfação e revolta contra o Governo. Há mais de um mês, que o país vive um clima de rebelião, de gente nas ruas, de quebra-quebras, ameaças e fogo destruindo obras públicas.
         E tudo isso tem a ver com a Forma de Governo que escolhemos e o artigo da Lei de Desarmamento que rejeitamos. Têm a ver com o Plebiscito e o Referendo que foram realizados.
         Então, pergunto: Votamos errado em ambos os casos?
       No caso do Presidencialismo, o Plebiscito foi uma grande fraude, porque de repente, percebemos que na República tudo é permissível: o Congresso legislando em causa própria, o ex-Presidente Lula  e  a atual Presidenta inventando artimanhas inadmissíveis, para permanecerem no poder. Para isso, envolveram Deputados e Senadores, que envergonharam os eleitores traindo-os, ao aceitarem o Mensalão para fazer o jogo do PT. Um Presidente que compra e um bando de políticos que se deixam comprar. E tudo com o dinheiro da União. E ainda, a história dos Bolsas disso e daquilo, que nada mais é que uma compra descarada de votos, do “toma lá, dá cá”.
       E no caso do Referendo do Desarmamento, acho que erramos, ao permitir o comércio de armas de fogo e munições. Basta assistir ao noticiário. Nunca o país sofreu tanta violência gratuitamente. Crianças baleadas no colo de mães, estupro dentro de ônibus, com todos os passageiros servindo de testemunhas, assaltos e assassinatos todos os dias  em todos os lugares, a tal ponto de não haver nenhum lugar seguro . Os bandidos não se contentam mais em roubar apenas, eles têm que matar, e matar crianças que nem serviriam de testemunhas a posteriori.
         Então, a grande pergunta é: O que pretende a sra. Dilma com o Plebiscito?
       Pelas manifestações da população, até um cego saberia onde está o nó da questão no Brasil. Não temos segurança, não temos hospitais, não temos escolas para educar as novas gerações. Tudo está um verdadeiro caos, onde os profissionais insatisfeitos fingem que trabalham, os alunos fingem que estudam e as escolas aparentam estabilidade. Mas, no âmago da questão, a coisa está fervendo. Professores mal pagos, escolas sem condições, calendários que cumprem o mínimo, porque o futebol é mais importante. Cada vez que a Seleção brasileira joga, a Escola para. Os jovens perdem e ninguém está preocupado em repor o tempo e as lições perdidas. O prejuízo do aluno irá aparecer na hora do Vestibular...
         Até um cego saberia que os hospitais apresentam hoje cenas dantescas do Inferno, onde pessoas morrem sem assistência médica, por falta de profissionais bem preparados, por falta de aparelhagem, por falta de medicamentos, até de categute.
       Até um cego enxergaria que a Polícia do país está desamparada, a ponto de policiais precisarem prestar serviços de segurança particular, nas horas vagas. Nas recentes manifestações, os policiais corretos sofreram, porque tinham que cumprir ordens, apesar de solidários com os manifestantes. Porque a dor desses é a mesma dor deles.
    O governo está tão preocupado em caçar votos que, se esqueceu de investir na Educação, na formação de médicos especializados, esqueceu-se de valorizar as carreiras desses profissionais, que precisam estudar a vida toda, para prestar assistência adequada aos pacientes. E agora, vem com a história de Médicos de Cuba, que todo mundo já sabe que não são cubanos, mas brasileiros privilegiados, filhos de políticos mancomunados com os petistas, que foram estudar por conta do Governo lá nas terras de Fidel. Para serem doutrinados e virem praticar a Medicina com a doutrinação comunista no Brasil. O perigo é muito maior do que supõe o inocente povo brasileiro!
         Acho que realmente, o pior está por vir!
      E é doloroso constatar que, nem podemos confiar nos políticos que elegemos. De repente, eles mudam de Partidos. (Existe na atualidade um Partido Político isento, em que você confiaria de olhos fechados?) Todos, todos estão atrelados uns aos outros e os outros ao Partido dos Trabalhadores, sem exceção, porque o que move essa corja é o Money, mais nada!
         Se realmente ainda existe um político honesto no Congresso é hora de pelejar com a Presidenta, com os mandachuvas, para começar as mudanças agora em relação à Educação, em relação à Saúde, em relação à Segurança Pública. Sem entrar no joguinho dela, que com o Plebiscito só quer colocar a plebe que ganha os benefícios de Bolsas, contra os demais trabalhadores do país. Coloque uns contra outros, dona Dilma e verá um banho de sangue numa guerra civil sem precedentes!
       O Senador Teotônio Vilela que apoiou a Revolução de 1964, que impôs o Regime Militar no Brasil, aos ver os rumos da mesma que tanto defendeu, mudou de posição e pediu perdão ao povo brasileiro pela traição dos governantes militares, que perseguiam e encarceravam todos os que se lhes opunham.
         Será que não mais existem cidadãos de calibre de um Rui Barbosa, de um Ulisses Guimarães, de um Teotônio Vilela?   
         Desventurados brasileiros à mercê da megalomania dos petistas!
         Não precisamos de Plebiscito, Dilma!
         Não precisamos de Referendo, Dilma!
         Precisamos apenas de um governo honesto!

Mirandópolis, julho de 2013.

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