quinta-feira, 25 de outubro de 2018



Desistir da vida?

Todos os escritores em todas as partes do mundo sempre pintaram a vida como uma jornada de sonhos, de conquistas, vitórias e plena satisfação.
A maioria das pessoas vem para o mundo abastecida de muita esperança, de desejos, de vontade de chegar ao topo na escala social. Mas, algumas já iniciam a jornada mais desalentadas, sem confiança em sua capacidade de vencer. Por que essa diferença? Já nascem sem ilusões?
Quando se é jovem, os sonhos são grandiosos e parece que tudo é possível. Mas a peleja é grande, incessante, cansativa e muitas vezes contraproducente. As almas fortes e confiantes se fortalecem a cada revés, a cada derrota. Mas as fracas perdem a fé e procuram meios de evitar dissabores, optando por não pelejar mais. Para sofrer menos...
Mas a vida é um combate incessante e nunca dá trégua. Hoje é a saúde que fica estrangulada e é urgente procurar ajuda de profissionais... E submeter-se a intervenções dolorosas, que só poderão ser superadas com muito cuidado e persistência. Vencida a doença, vem a dívida para acertar... Uma montanha de contas, que exigirá além de sacrifícios mil, as férias, o décimo terceiro e até um empréstimo com juros altos... Quando tudo parece entrar nos eixos, uma desavença na família, que desmorona a todos... Difícil de resolver, porque cada um tem um argumento irrefutável. E ninguém cede. E dói demais, e todos sofrem todos os dias, mas o orgulho prevalece e cada um vai tomando rumos diversos. E nem adianta tentar interferir porque só piora a situação. E, cada um na solidão de sua vida, vai pelejando de alguma forma para ser feliz, mas ninguém é. Há um travo amargo no coração, que não permite a felicidade total.
E quando se olha para trás, percebe-se que a vida passou, que as mágoas desapareceram, e todos ficaram velhos demais e cansados... E só no limiar da vida é que cada um percebe que, perdeu tantos anos carregando sentimentos negativos, recusando-se a ser feliz.
Mas, a vida é um longo caminho cheio de curvas e íngremes ladeiras. E essas curvas tão grandes e essas duras subidas é que vão domesticando o indivíduo, para torná-lo humilde, livre do orgulho que machuca e fá-lo voltar-se para Deus.
E só quando entra em comunhão com Deus é que ele descobre a sua verdadeira essência.
Feliz daquele que descobre isso antes.
Mirandópolis, outubro de 2018.
kimie oku in



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