sábado, 6 de outubro de 2012


Alea jacta est

Felizmente, a campanha eleitoral chegou ao fim.
Como não havia oponentes muito fortes, até que desta vez foi uma jornada mais calma, sem as costumeiras baixarias, que já conhecemos de sobra. Mesmo assim, deu uma canseira na população, que ouviu tanta bobagem anunciada nos carros de som, como se os candidatos fossem gente milagrosa, que desceu dos céus, para vir realizar obras magníficas.
Às vezes, fico pasma de constatar a coragem que certos velhos conhecidos nossos, que nunca fizeram nada pela cidade, têm a coragem de anunciar que irão “fazer isso e aquilo na saúde, na educação”. Gente que nunca cuidou de ninguém, nunca percebeu que há um vizinho necessitado, que nunca cuidou de um familiar idoso e doente. O termo exato para defini-las é “cara de pau”.
Percebi também que, tem gente que veio preparando a cama há um tempo atrás, participando de grupos e promovendo ações coletivas, para fazer nome, e quando o povo estava acreditando no cidadão, pronto, lá vai ele candidato. Dá prá acreditar? Usar pessoas como degraus para subir no pódio. Esses são os piores, porque usam da inteligência e pensam que o povo não seja capaz de fazer as ligações...
E o que dizer de outras, que nunca deram um bom dia, um boa tarde,  nem pelo amor de Deus, de repente se tornarem tão gentis, e virem apertar sua mão, como se fossem as “rainhas da cocada”?
Mas, nessa campanha eleitoral, aprendi uma lição: não confiar demais nas pessoas, porque muitas vezes, elas só mostram o lado que dá para mostrar, e ocultam o lado sombrio. E como há negrume ali...
Entretanto, posso dizer que hoje tive a satisfação de apertar a mão de um candidato, que me apresentou as suas realizações como edil, e disse que não faria a descortesia de pedir meu voto, sabendo que há um familiar disputando também.
Então pensei: “Nem tudo está perdido. É possível fazer uma campanha aberta e clara, sem mentiras, com respeito!” Com classe e elegância.
Ocorrência desse tipo é coisa rara, porque tem a ver com a formação da pessoa, com o berço, com a educação. Que a maioria não tem.
Só fico na torcida para que não seja eleito nenhum candidato, que ultrapassou os limites do tolerável, em termos de poluição sonora, abusando de nossos maltratados ouvidos, com as besteiras estridentes que andou anunciando. Repetindo centenas de vezes, na mesma rua, no mesmo bairro, para os mesmos eleitores... Eleitores, que fizeram o juramento de não votar nele, justamente pela falta de respeito.
Que não se eleja nenhum candidato, que sujou os muros com um visual horrível, que só destaca o lado pobre e feio da cidade. Será que irão limpar todo esse lixo depois?
Que não se elejam os candidatos, que usaram recursos subliminares e que,  almejam o poder  visando  aumento de proventos. E usaram o viés da cultura, da religião e da solidariedade para disfarçarem  suas ambições políticas.
Tenho ou não tenho razão em torcer assim?
Um candidato, que nos aborreceu com o som estridente todo esse tempo, saberá respeitar os direitos do cidadão se for eleito?
Um candidato, que lambuzou de tinta espalhafatosa os muros da cidade, saberá um dia discernir o feio do bonito, o correto do indecente?
Um candidato que arma em cima do povo de forma disfarçada, não irá compor grupos amanhã, para conseguir alcançar apenas seus objetivos usando desse mesmo recurso? Seguindo o modelo da Presidente Cristina Kirchner da Argentina, que está usando o filho para formar grupos nos diversos setores da sociedade , para a continuação do poder....
É. A votação está aí. Espero que as pessoas tenham consciência e votem com liberdade.
         Despertem, eleitores!
Voto de cabresto só prá um quadrúpede.
Alea jacta est. A sorte está lançada.

Mirandópolis, 6 de outubro de 2012.
kimie oku in “cronicasdekimie.blogspot.com”

3 comentários:

  1. Parabéns pela coragem de manifestar-se publicamente. Verdades sem agressão, com a consciência da cidadania.

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  2. Obrigada, amigo anônimo! Palavras como as suas me estimulam a escrever sempre. Gostaria que lesse também "E agora, José?" e opinasse a respeito. Estarei aguardando. Um abraço.

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