segunda-feira, 1 de outubro de 2012


9. História de Mirandópolis

dos anos 40/50

Relato de Elídio Ramires



Capítulo IX – Mudança para Campinas como fiscal de Rendas


Após solicitar demissão do cargo de Inspetor Federal do Trabalho, assumi o cargo de Agente Fiscal de Rendas na Coordenadoria da Secretaria da Fazenda em São Paulo, em abril de 1983, e ao escolher a Delegacia Regional para trabalho, optei pela DRT/5, em Campinas. A escolha se justificou, sobretudo por uma questão familiar. Na época meu filho Eduardo Augusto já estudava na Faculdade da USP do Largo  S. Francisco em S. Paulo, o Carlos Alberto estudava Engenharia Elétrica na Faculdade Federal de Itajubá – Minas Gerais, localidades mais próximas de Campinas, e minhas filhas Regina Célia e Vera Lúcia pretendiam fazer o curso superior em uma cidade que tivesse faculdades

Embora tenha assumido o cargo de AFR em abril, a mudança para Campinas, todavia, só foi feita após a conclusão do meu estágio na Secretaria da Fazenda em São Paulo. Em agosto, durante a realização do referido estágio, comprei casa em Campinas, mas que se encontrava ocupada por um inquilino. A mudança foi feita no mesmo mês, porém em casa alugada provisoriamente pela Imobiliária. Só mudamos para a casa por mim comprada em dezembro de 1983.

O início de minha carreira como Fiscal de Rendas foi sofrido em virtude de ter sido realizado em patrulha de fiscalização nas ruas e em estradas, mas a situação durou pouco tempo. Alguns meses depois, ao tomar conhecimento de meu currículo de advogado, jornalista e ex-Inspetor Federal do Trabalho, o Delegado Regional convidou-me para trabalhar no Gabinete como Assistente Fiscal, órgão de assessoria do Delegado, onde permaneci por mais de 4 anos.

Com a substituição do Delegado no Governo Orestes Quércia, fui convidado para trabalhar no Tribunal de Impostos e Taxas em São Paulo, órgão da Secretaria da Fazenda que julga os processos de imposição de multas aos contribuintes por sonegação.

No Tribunal exerci, durante 10 anos, o cargo de Representante Fiscal (espécie de promotor público), nas Câmaras Julgadoras, formadas por 3  juizes classistas e 3 juizes fiscais.

Quando fui designado para exercer  o cargo, comprei um pequeno apartamento em prédio em frente a Secretaria da Fazenda. Permanecia em São Paulo de 2ª a 6ª feira. A Neiva ficava em Campinas em companhia da minha filha Vera Lúcia, que era solteira.

Em 1998 deixei a Representação Fiscal e fui trabalhar nos últimos 2 anos de minha carreira na Secretaria da Fazenda, na Corregedoria Fiscal, o órgão que processa e julga administrativamente os fiscais acusados de “desvio de conduta”.

Em junho de 2000 me aposentei no estado, restaurei meu registro na Ordem dos Advogados e voltei a advogar com escritório no meu próprio apartamento em S. Paulo.

Em 2001, após 43 anos de casamento, eu e a Neiva nos separamos consensualmente. Comprei uma casa para ela morar com a Vera Lucia no Condomínio San Conrado, em Souzas, distrito de Campinas, onde ela continua morando. Eu fiquei com a casa em que morávamos e voltei a me casar novamente em 2002, com a profª Marylaine Silvestrini. No ano passado mudei para a cidade de Valinhos, onde comprei uma casa, após vender a casa de Campinas onde morei 27 anos. Em  Valinhos não estou exercendo a profissão, mas continuo  inscrito na OAB e acompanho  vários processos em tramitação há mais de 10anos nos Tribunais.

Quanto aos meus filhos, estão todos formados em curso superior e bem situados na vida, graças a Deus. O Eduardo Augusto é advogado formado pela Universidade de S. Paulo (Faculdade do Largo S. Francisco), sócio de conceituado escritório de advocacia na Av. Paulista em S. Paulo, casado com a psicóloga Denise Maria de Oliveira; Carlos Alberto, formado em Engenharia Elétrica com especialidade em Eletrônica, pela Faculdade Federal de Engenharia  de Itajubá-MG, é proprietário  de uma escola de formação de técnicos em telefonia, em Campinas, casado com a psicóloga Renata de Souza; Regina Célia, formada em Direito pela Faculdade PUC – Campinas, é Diretora da Secretaria do Tribunal Regional do Trabalho em Campinas, casada com o Juiz de Direito Roberto Chiminazzo Junior e Vera Regina, formada em Engenharia de Alimentos pela Faculdade De Engenharia de Barretos e em Direito  pela UNIP – Campinas, é também funcionária de nível superior do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, casada com o Desembargador Francisco Alberto da Motta Peixoto Giordano.

De cada filho ganhei dois netos. O Eduardo, o Carlos e a Vera, me deram um casal cada. A Regina Célia, duas meninas, hoje todos jovens adolescentes, com exceção dos dois da Vera Lúcia, ainda crianças. O Eduardo ainda me brindou com um filho adotivo que virou meu neto tambem.

Sobre minha família, minha mãe faleceu em 1972, alguns anos depois de meu padrasto. Dos meus 9irmãos, quatro faleceram, o José, a Aparecida, a Irmã e o Osvaldo, que faleceu em Mirandópolis em 1974, deixando minha cunhada Etelvina (Vina) e meus três sobrinhos, os únicos parentes que tenho aí.

O meu irmão Antonio (Nico), também divorciado da esposa Hortência, mora em Ribeirão bonito com o filho mais velho, João Antonio; a Elza, casada com Arnaldo Silva Leão, mora em Araçatuba; a Conceição (Tita) mora em Catanduva; o Adelino, casado com uma paraense, mora em Belém do Pará e o Hélio, o caçula, mora com a esposa Carminha, em Piraposinho. Os meus cunhados; Pedro, marido da Irmã, Ecio Rosário Bardelli, marido da Aparecida e Éden Eder Botura, marido de Titã, também já faleceram.

                  ‘É isso aí, Kimie. Missão cumprida.




E assim, terminamos de publicar o Relato do senhor Elídio Ramires, que fez um retorno ao passado dos anos 40 e 50, que viveu e cresceu em Mirandópolis. Através desses textos, recuperamos parte da História de Mirandópolis dos tempos heróicos, quando o povoado estava se formando no meio de uma mata virgem.

Hoje, Mirandópolis é uma pequena e pujante cidade do interior cercada por canaviais, e movida em grande parte pelos presídios, que aqui se instalaram nas últimas décadas.  O progresso chegou e, com ele muitos problemas próprios de lugarejos que dependem da cultura de cana e da manutenção de Penitenciárias.

O povo continua labutando, honrando o slogan “Cidade Labor” e podemos dizer que a vida em geral aqui é muito tranqüila. Toda a população está pelejando, em busca de uma vida confortável e harmoniosa.

Desde os tempos relatados por seu Elídio, já se passaram mais de setenta anos, e muitos dos cidadãos da época já não fazem parte do cenário atual. Mas, suas obras aí estão, e nós, os cidadãos que aqui estamos, procuramos organizar um Acervo Histórico de Mirandópolis, para que a história do nosso povo não seja perdida.

Esse Relato do Senhor Elídio ficará para sempre no Acervo Histórico de Mirandópolis.

        Oxalá, outros cidadãos sigam o exemplo do senhor Elídio e façam o mesmo, relatando a memória de nossa cidade.

        Muito obrigada, senhor Elídio Ramires, o povo de Mirandópolis e as gerações futuras lhe agradecem.


Mirandópolis, outubro de 2012.

Kimie oku in “cronicasdekimie.blogspot.com”




Um comentário:

  1. Li toda a história, muito emocionante e ficou gravado muito a história da explosão do trem onde ele estava presente nesta fatalidade da cidade. Muito importante para história de Mirandópolis esse relato e temos agora o nome do jovem que morreu na explosão do trem, nas fotos históricas da cidade. Parabens Kimie, continue sendo nossa historiadora.

    ResponderExcluir