sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Artes e Artesanato


                                                                  
    Artes e Artesanato


Gosto muito de artesanato.
E conheço artesãos admiráveis. Interessante é que a maioria descobriu o seu talento sozinho, e o desenvolveu praticando sem que ninguém os dirigisse ou orientasse.
A primeira artesã para mim foi a minha mãe. Ela fez tanta coisa bonita em vida, que merecia uma Mostra Pública de seus trabalhos, que incluem crochê, tricô, macramê, bordado à mão, costura, confecção de flores e chinelos. Ela nos deixou um legado maravilhoso, confeccionado por seus dedos hábeis e caprichosos. Toalhas de mesa, colchas, joguinhos de sala, de quarto, bicos em toalhas de banho e panos de prato, caminhos de mesa, ela os fez às dezenas. E os ostentamos com orgulho para nossas visitas e, para as pessoas que apreciam essa arte delicada.

Tenho também algumas amigas, que confeccionam peças maravilhosas de bordado e de crochê. Essas amigas não sofrem de depressão, porque têm sempre um trabalho delicado e bonito para fazer. E o fazem com alegria, e quando terminam, elas mesmas se admiram do resultado.
Tenho um amigo que faz trabalhos com bambu. Mesinhas, prateleiras, porta-abajures são confeccionados com leveza e servem para decoração de ambientes. Infelizmente, nem todas as pessoas dão valor ao trabalho feito manualmente. Antigamente, faziam-se cestas e balaios de bambu. Hoje, esses objetos são raros, mas foram muito úteis. Ainda hoje, gosto de colher frutas e verduras no sítio armada de uma cesta de bambu.

Conheço gente que faz peças de cerâmica. Eu as aprecio muito. Essa arte remonta há milênios atrás, quando os homens  inventaram as primeiras peças para pegar água nos rios. No Japão, durante o Período Jomon, período que remonta há mais de dez mil anos antes de Cristo, foram confeccionados jarros rendados, apenas utilizando-se as mãos.
A Cerâmica Marajoara dos índios brasileiros também foi uma das coisas mais belas, feitas pelos primitivos.
 E o fino da cerâmica está na China, que era feita de porcelana delicadíssima.

Mas, tudo começou há milênios, quando o homem, ainda um ser rústico, mal acabado, meio humano, meio bicho se viu jogado nesse planeta sem ter noção de sua existência. Só atendia às suas necessidades físicas, procurando água nas fontes e alimentos na floresta. Pouco a pouco, sentiu a necessidade de determinar seu território, para não ser atacado por outros seres, que compartilhavam da mesma mata densa. E foi se esconder em buracos ou cavernas, disputando com alguns ferinos. E por séculos e séculos, as grutas e cavernas foram sua moradia, porque os protegia do frio, das tempestades e das feras.
E para ocupar seu tempo ocioso, porque só saia para colher e caçar alimentos, começou a matutar um jeito de trazer a água da fonte, para matar sua sede sem ter que andar enormes distâncias toda vez que precisava beber. Acho que a primeira vasilha utilizada foi a folha de algumas plantas, depois foi a cuia de coco, onde havia coqueiros, naturalmente. E aí, desenvolvendo o raciocínio, chegou a amassar o barro que secava em seus pés, e à ideia de confeccionar uma cuia, uma bacia, um jarro.
 Eureka! Foi a grande descoberta! Ele tinha o poder de fazer coisas. Era o “homo faber” se descobrindo, se revelando.
E a partir daí, tudo aconteceu.  Confeccionou suas armas de pedra, de madeira, sua moradia, sua roupa, sua comida, seus remédios e até seus meios de comunicação e transporte.
Enquanto vivia nas cavernas, o homem inventou a pintura, que chamamos rupestre. Nos tetos das cavernas, ele desenhou seus grandes feitos, que se resumiam em caçadas de animais e cerimônias religiosas. É fantástico imaginar o que esses pintores primitivos pensavam, enquanto faziam seus desenhos. Usaram sucos de folhas das plantas e sangue de animais para colorir os desenhos. Devagarzinho, os homens descobriram seus talentos artísticos. Mais tarde, fariam até suas urnas funerárias com barro, amplamente utilizadas pelos índios da América.
E recentemente, foi descoberta a Tumba do Imperador chinês Qin Shi Huangdi, que foi enterrado com 6000 soldados guerreiros de terracota, e centenas de cavalos em tamanho natural. Segundo a lenda, os soldados o protegeriam nas batalhas de outro mundo.
Tudo isso é muito fantástico, porque conta a evolução do homem desde a sua criação até os dias de hoje. Temos os famosos Museus de Arte, que guardam como tesouros, todas as mais belas obras confeccionadas pelo homem. Museus de Amsterdã, de Louvre, de Tóquio, de Ankara, de Nova York, de Bruxelas... resumem a capacidade criativa do ser humano.
Do primeiro rústico jarro até as finas porcelanas da China, muito tempo decorreu. E o “homo faber” utilizando sua capacidade criativa chegou à tecnologia dos dias atuais.  O poder de imaginação humana é sem limites. Hoje, a gente se espanta com as máquinas voadoras que vão para outros  lugares no espaço sideral. Espanta-se com o avanço da tecnologia, da Informática, que tudo pode, que cada dia tem novidades...
Até onde irá a capacidade criadora do homem?
         Inimaginável...
Só o futuro dirá.


Mirandópolis, fevereiro de 2013.
kimie oku in cronicasdekimie.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário