Artes e
Artesanato
E conheço artesãos admiráveis. Interessante é que a maioria
descobriu o seu talento sozinho, e o desenvolveu praticando sem que ninguém os
dirigisse ou orientasse.
A primeira artesã para mim foi a minha mãe. Ela fez tanta coisa
bonita em vida, que merecia uma Mostra Pública de seus trabalhos, que incluem
crochê, tricô, macramê, bordado à mão, costura, confecção de flores e chinelos.
Ela nos deixou um legado maravilhoso, confeccionado por seus dedos hábeis e
caprichosos. Toalhas de mesa, colchas, joguinhos de sala, de quarto, bicos em
toalhas de banho e panos de prato, caminhos de mesa, ela os fez às dezenas. E
os ostentamos com orgulho para nossas visitas e, para as pessoas que apreciam
essa arte delicada.
Tenho também algumas amigas, que confeccionam peças maravilhosas
de bordado e de crochê. Essas amigas não sofrem de depressão, porque têm sempre
um trabalho delicado e bonito para fazer. E o fazem com alegria, e quando
terminam, elas mesmas se admiram do resultado.
A Cerâmica Marajoara dos índios brasileiros também foi uma das
coisas mais belas, feitas pelos primitivos.
Mas, tudo começou há milênios, quando o homem, ainda um ser
rústico, mal acabado, meio humano, meio bicho se viu jogado nesse planeta sem
ter noção de sua existência. Só atendia às suas necessidades físicas,
procurando água nas fontes e alimentos na floresta. Pouco a pouco, sentiu a
necessidade de determinar seu território, para não ser atacado por outros
seres, que compartilhavam da mesma mata densa. E foi se esconder em buracos ou
cavernas, disputando com alguns ferinos. E por séculos e séculos, as grutas e
cavernas foram sua moradia, porque os protegia do frio, das tempestades e das
feras.
E para ocupar seu tempo ocioso, porque só saia para colher e
caçar alimentos, começou a matutar um jeito de trazer a água da fonte, para
matar sua sede sem ter que andar enormes distâncias toda vez que precisava
beber. Acho que a primeira vasilha utilizada foi a folha de algumas plantas,
depois foi a cuia de coco, onde havia coqueiros, naturalmente. E aí,
desenvolvendo o raciocínio, chegou a amassar o barro que secava em seus pés, e
à ideia de confeccionar uma cuia, uma bacia, um jarro.
E a partir daí, tudo aconteceu.
Confeccionou suas armas de pedra, de madeira, sua moradia, sua roupa,
sua comida, seus remédios e até seus meios de comunicação e transporte.
Enquanto vivia nas cavernas, o homem inventou a pintura, que
chamamos rupestre. Nos tetos das cavernas, ele desenhou seus grandes feitos,
que se resumiam em caçadas de animais e cerimônias religiosas. É fantástico
imaginar o que esses pintores primitivos pensavam, enquanto faziam seus
desenhos. Usaram sucos de folhas das plantas e sangue de animais para colorir
os desenhos. Devagarzinho, os homens
descobriram seus talentos artísticos. Mais tarde, fariam até
suas urnas funerárias com barro, amplamente utilizadas pelos índios da América.
E recentemente, foi descoberta a Tumba do Imperador chinês Qin Shi Huangdi, que foi enterrado com 6000 soldados guerreiros de terracota, e
centenas de cavalos em tamanho natural. Segundo a lenda, os soldados o
protegeriam nas batalhas de outro mundo.
Tudo isso é muito fantástico, porque conta a evolução do homem
desde a sua criação até os dias de hoje. Temos os famosos Museus de Arte, que
guardam como tesouros, todas as mais belas obras confeccionadas pelo homem.
Museus de Amsterdã, de Louvre, de Tóquio, de Ankara, de Nova York, de
Bruxelas... resumem a capacidade criativa do ser humano.
Do primeiro rústico jarro até as finas porcelanas da China,
muito tempo decorreu. E o “homo faber” utilizando sua capacidade criativa
chegou à tecnologia dos dias atuais. O
poder de imaginação humana é sem limites. Hoje, a gente se espanta com as
máquinas voadoras que vão para outros
lugares no espaço sideral. Espanta-se com o avanço da tecnologia, da
Informática, que tudo pode, que cada dia tem novidades...
Até onde irá a capacidade criadora do homem?
Inimaginável...
Inimaginável...
Mirandópolis, fevereiro de 2013.
kimie oku in
cronicasdekimie.blogspot.com
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