Vestibular:
a difícil escolha
O Vestibular para Cursos Universitários é uma delas. Nessa
época do ano, os jovens adolescentes, que frequentam o terceiro ano do Segundo Grau
ou o antigo Colegial, ficam meio alucinados à procura de Universidades, que
ofereçam Cursos que atendam às suas aspirações. E tudo gira em torno de
Universidades Federais, Estaduais, Unicamp, Uel, Unesp, porque oferecem Cursos
gratuitos.
Mas, conseguir uma vaga nessas escolas é concorrer com
milhares de outros jovens com os mesmos sonhos e objetivos. E as vagas são
mínimas para tanta gente. Então, o jeito é apelar para Cursos particulares mais
baratos e mais acessíveis. E assim de um jeito ou outro, os jovens acabam se
encaixando em Faculdades mais próximas, ou que ofereçam transporte via
Prefeitura.
Em geral, a escolha é equivocada. Mas, o jovem não percebe,
porque é imaturo ainda, e não atinou que está escolhendo um trabalho para o
resto de seus dias. Às vezes, foi na onda por influência de colegas, por
mensalidades menores, por achar chic ser isso ou aquilo, porque ouviu seu ídolo
comentar que gostaria de ter sido tal profissional. O jovem tem as antenas
ligadas no mundo, mas se esquece de ouvir a voz do seu coração. E acaba fazendo
escolhas erradas. E se transformam em profissionais medíocres,
Registro isso aqui como um lamento, porque assisti a muitas
cenas tristes de professores, que não deveriam ser professores. Foram anos de
acompanhamento e observação ao longo do tempo, que atuei como Coordenadora Pedagógica
e como Supervisora de Ensino. Era um círculo vicioso sem saída, onde quem mais
sofria eram os alunos. Tive muitas vezes, imensa vontade de pedir ao professor
que deixasse a profissão e, fosse vender sorvete na esquina. Em defesa dele
próprio e do aluno.... Mas, nunca fiz isso.
É verdade que encontrei muitos Professores fantásticos que,
se transformavam em artistas para entender os alunos, e sentiam aquela empatia,
sem a qual ninguém é capaz de entender alguém. Tive um colega de trabalho que,
numa sexta-feira às vinte e três horas da noite era capaz de dizer aos alunos:
“Meus jovens, vocês são os heróis do pedaço! Enquanto lá fora o povo dá essas
gargalhadas no circo (havia Circo em frente à Escola!), vocês estão aqui nesse
calorão, tentando construir o seu futuro! E tenham certeza que irão vencer,
porque o estudo é o caminho!” E todos se tornaram bons cidadãos. E esse
Professor hoje é respeitado por todos que tiveram o privilégio de tê-lo como
Mestre.
E outras Professoras alfabetizadoras, que condoídas com as
dificuldades de alguns alunos, lhes proporcionavam aulas particulares em casa,
sem cobrar nada! E muitos deles conseguiram vencer! E outras que, usavam parte do salário para
comprar material para os alunos carentes, que a Secretaria da Educação não
oferecia recursos ainda. Festas para as
Mães, para os Pais, para as Crianças,
mimos para a Páscoa, para o Natal eram feitos com carinho, sem onerar as
famílias. E ganhavam bem? Não, nunca o Professor foi bem pago, nunca a
remuneração lhe proporcionou uma vida confortável. E não havia gratificações,
nem horas-atividades pagas para trabalhos extracurriculares
Meus amigos, me
perdoem, acho que extrapolei. É que são lembranças que vão se desenrolando como
os fios de um antigo novelo, guardado num cantinho da memória. Um novelo que machuca muito só de tocar...
Por que vim tocar nesse assunto? Ah! Em razão dos
Vestibulares, que os jovens estão enfrentando.
Mas, o que tem a ver a ver a escolha dos jovens
profissionais do futuro com a minhas reminiscências dolorosas?
Tem muito!
Os jovens de dezessete, vinte, vinte e dois, até trinta anos são pessoas na flor da idade, ávidos por
conhecer o mundo, que não perceberam ainda a importância do trabalho para o
homem. Estão descobrindo como é interessante a relação humana, o convívio com
pessoas de outro sexo, as diversões que rondam dia e noite, tentando-os, sem
tréguas... E eles vivem eufóricos, pois o mundo lhes oferece tanta coisa
interessante. Diante dessas tentações, não sabem e nem conseguem discernir o
que é fundamental e prioritário.
E justamente nessa fase louca eles têm que fazer uma
escolha. Escolha que os afetará para sempre. Têm que optar, têm que decidir com
que se ocuparão nesse mundo de Deus. Ser
Astronauta? Cientista? Físico? Professor? Funcionário Público? Arquiteto? Guia
Turístico? Farmacêutico? Químico? Jornalista? Hakker? Ator de novelas? Criador
de gado? Político? Diplomata? Trabalhador braçal? Agente Penitenciário?
Fisioterapeuta? Cabeleireiro? Cozinheiro?......
Há tantas
profissões e profissões. Só de olhar a lista dá um nó na cabeça. E o duro é que
muitos pais por acharem os filhos imaturos, escolhem por eles e determinam o
que serão: “Seja advogado, que ganha bastante dinheiro!” "Não seja Professor,
que o governo não valoriza!” “Seja
Médico! É uma profissão respeitada!” “Você
gosta de falar muito, seja jornalista, que aparece na mídia!” e por aí vai.... Tudo errado!
Tenho experiência na família. Nenhum de meus filhos seguiu a profissão que escolheram, mesmo tendo sido escolha própria, sem influência dos pais. Estão atuando em áreas completamente diversas dos Cursos que fizeram. É certo que o Curso Superior lhes deu base e requisitos para o trabalho alternativo. Mas, se tivessem frequentado os Cursos adequados, os anos de Universidade teriam sido menos extenuantes e tristes. Muito sofrimento para escolhas erradas. Acharam o seu caminho após muita busca e peleja.
Tenho experiência na família. Nenhum de meus filhos seguiu a profissão que escolheram, mesmo tendo sido escolha própria, sem influência dos pais. Estão atuando em áreas completamente diversas dos Cursos que fizeram. É certo que o Curso Superior lhes deu base e requisitos para o trabalho alternativo. Mas, se tivessem frequentado os Cursos adequados, os anos de Universidade teriam sido menos extenuantes e tristes. Muito sofrimento para escolhas erradas. Acharam o seu caminho após muita busca e peleja.
Há outros exemplos de jovens desistindo dos Cursos
escolhidos pelos pais, no meio da jornada universitária e que não estudaram
mais nada. Enjoaram da vida acadêmica e carregam suas frustrações até hoje...
E é por isso que hoje, vendo os jovens correrem de um lado
para outro tentando se descobrir, fico penalizada imaginando quanto terão que
sofrer ainda, para acharem o seu lugar certo nesse mundo.
Porque uma escolha precipitada e mal feita tem como
resultado maus profissionais, que só prestam desserviços à comunidade.
Mal sabem eles que, estamos nesse mundo numa grande roda,
numa Mandala onde todos são importantes. Cada membro contribui com o que de
melhor possui ou sabe fazer, para em troca receber o melhor de outros. Que
seria da fome de comida se não houvesse quem plantasse? Que seria dos doentes se não houvesse
médicos? Que seria dos desamparados se não houvesse assistência social? Que
seria dos ignorantes se não houvesse professores?
Mas, para a roda girar direitinho é preciso que os membros
sejam imbuídos das melhores intenções. Você oferece um ótimo serviço à
humanidade e ela deve lhe retribuir com a mesma qualidade, senão a engrenagem
emperra e a roda para de girar. Enfim, todos os profissionais são muito
importantes e, cada um deve oferecer o melhor, para que haja uniformidade nesse
gira mundo.
Para se evitar
esses equívocos e desencontros seria necessário mudar o sistema. A Educação
Universitária poderia oferecer um Curso Básico para a área de Humanas, outra
para a área de Médicas, e uma outra para as Exatas. O jovem optaria por uma das
áreas e ao longo do Curso iria
descobrindo suas aptidões, seus gostos e seus interesses. Após descobrir o seu
verdadeiro caminho, cursaria Magistério, Engenharia, Medicina, Jornalismo,
Diplomacia, Advocacia, Designer, Fisioterapia, e se especializaria na profissão
enquanto faria estágios de prática.

E bom vestibular para a moçada!
Mirandópolis, novembro de 2013.
kimie
oku in
http://cronicasdekimie.blogspot.com.br//
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