Já percebi que a vocação
de toda mulher é ser mãe.
A mulher se realiza plenamente nessa missão. Tanto é que
mulheres que não geraram filhos assumem a maternidade de irmãos, sobrinhos,
netos de outros irmãos... E se transformam em mães de suas mães e seus pais,
cuidando deles no final da vida.
Que mistério existe que faz a mulher olhar os que a cercam
como seres que precisam ser protegidos? É uma atitude não ensinada, não
obrigada por ninguém, mas que ela assume de repente nos meandros dos
caminhos...
Essa dedicação, essa atitude não se percebe muito nos
homens. Mas, é quase regra geral nas mulheres, salvo raras exceções. Mesmo as
mães de gente fora da lei não conseguem negar esse sentimento, e o manifestam
publicamente nos momentos difíceis da vida desses filhos. Recentemente, vimos o
depoimento da mãe do ex Governador do Rio, Sérgio Cabral se declarando
indignada pela exposição do filho algemado, ao ser conduzido pela Polícia.
Tenho certeza que ela sabe que o filho errou e merece a punição, mas não
conseguiu conter aquele sentimento de mãe que quer proteger o filho...
Eu só descobri esse sentimento ao me tornar mãe. Eu me
preocupava com segurança dos filhos de minhas amigas nos brinquedos lá da AABB,
durante os churrascos... E ao jogar basquete e uma criança atravessava a quadra
durante as nossas corridas atrás da bola... Sempre vi as crianças como seres tão
indefesos, que precisam de proteção. Eu me preocupava não só com meus filhos,
como com os filhos de outras. Até hoje não sei explicar esse cuidado que faz
parte de mim.
Recentemente assisti a um fato incrível. Apareceu uma cadela vira lata lá no sítio.
Era tão pequena e magra que comecei a dar um pouco de restos de comida de casa,
além da ração que recebia do peão... Ela engordou, ficou forte e de repente
estava prenhe. E para espanto de todos nasceram onze filhotes! Onze! Todos pequenos
e bonitinhos, como novelinhos de lã...
E a cachorrinha, que era tão pequena e indefesa se viu de
repente com a missão de cuidar de onze crias, que choram e pedem leite noite e
dia, sem parar. Fiquei pensando como ela daria conta do recado, porque ninguém
lhe ensinara a ser mãe. Não sei se é
instinto natural, mas após comer algo que levo para alimentá-la, logo ela se
aninha junto dos filhotes e oferece o leite para eles. E tem uma paciência
admirável, pois eles se amontoam em cima dela, se aninham na cabeça, e ela fica
lá firme, sossegada até saciar a fome de todos...
Então constatei que maternidade é igual entre humanos e os
cães. Porque ela se desvela de cuidados, protegendo sua prole com os mesmos
cuidados de uma mulher/mãe.
Acho
que maternidade é uma dádiva que Deus colocou nos corações no seu ato de Criação.
Não tem outra explicação...
Mirandópolis,
20 de fevereiro de 2018.
kimie oku in
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