terça-feira, 20 de fevereiro de 2018


                 Mãe

  Já percebi que a vocação de toda mulher é ser mãe.
        A mulher se realiza plenamente nessa missão. Tanto é que mulheres que não geraram filhos assumem a maternidade de irmãos, sobrinhos, netos de outros irmãos... E se transformam em mães de suas mães e seus pais, cuidando deles no final da vida.
         Que mistério existe que faz a mulher olhar os que a cercam como seres que precisam ser protegidos? É uma atitude não ensinada, não obrigada por ninguém, mas que ela assume de repente nos meandros dos caminhos...
        Essa dedicação, essa atitude não se percebe muito nos homens. Mas, é quase regra geral nas mulheres, salvo raras exceções. Mesmo as mães de gente fora da lei não conseguem negar esse sentimento, e o manifestam publicamente nos momentos difíceis da vida desses filhos. Recentemente, vimos o depoimento da mãe do ex Governador do Rio, Sérgio Cabral se declarando indignada pela exposição do filho algemado, ao ser conduzido pela Polícia. Tenho certeza que ela sabe que o filho errou e merece a punição, mas não conseguiu conter aquele sentimento de mãe que quer proteger o filho...
         Eu só descobri esse sentimento ao me tornar mãe. Eu me preocupava com segurança dos filhos de minhas amigas nos brinquedos lá da AABB, durante os churrascos... E ao jogar basquete e uma criança atravessava a quadra durante as nossas corridas atrás da bola... Sempre vi as crianças como seres tão indefesos, que precisam de proteção. Eu me preocupava não só com meus filhos, como com os filhos de outras. Até hoje não sei explicar esse cuidado que faz parte de mim.
         Recentemente assisti a um fato incrível.  Apareceu uma cadela vira lata lá no sítio. Era tão pequena e magra que comecei a dar um pouco de restos de comida de casa, além da ração que recebia do peão... Ela engordou, ficou forte e de repente estava prenhe. E para espanto de todos nasceram onze filhotes! Onze! Todos pequenos e bonitinhos, como novelinhos de lã...
         E a cachorrinha, que era tão pequena e indefesa se viu de repente com a missão de cuidar de onze crias, que choram e pedem leite noite e dia, sem parar. Fiquei pensando como ela daria conta do recado, porque ninguém lhe ensinara a ser mãe.  Não sei se é instinto natural, mas após comer algo que levo para alimentá-la, logo ela se aninha junto dos filhotes e oferece o leite para eles. E tem uma paciência admirável, pois eles se amontoam em cima dela, se aninham na cabeça, e ela fica lá firme, sossegada até saciar a fome de todos...
         Então constatei que maternidade é igual entre humanos e os cães. Porque ela se desvela de cuidados, protegendo sua prole com os mesmos cuidados de uma mulher/mãe.
Acho que maternidade é uma dádiva que Deus  colocou nos corações no seu ato de Criação. Não tem outra explicação...
Mirandópolis, 20 de fevereiro de 2018.
kimie oku in


        
        

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